A cirurgia foi um sucesso. Foram essas as palavras que o medico usou, e logo depois nos encaminhou até nosso irmão. Asafe estava deitado na cama em seu quarto, totalmente imóvel, e dopado. Havia uma tipoia envolta do seu ombro e braços também, segundo o medico era para evitar movimentos bruscos, e esforços, ele também tinha dito que ele só acordaria amanhã, e que durante a noite uma enfermeira viria para checar se estava tudo bem, que não tinha motivos para nos preocuparmos, que poderíamos ir para casa. Foi uma ideia absurda, é claro. Nós não sairíamos dali, nem em sonhos. E quando Davi deixou isso bem claro, o próprio diretor deu ordens para providenciarem cobertores para nós. Dentro do quarto, havia um sofá que se transformava em cama, que Davi deixou para mim, e uma poltrona que ficou com ele.
Embora eu tenha apagado completamente assim que deitei, estava muito exausta, meu sono estava leve. Então ouvia tudo o que acontecia no quarto. Ouvi quando a enfermeira entrou algumas vezes durante a noite, e ouvi quando nossos pais entraram, com o medico responsável pela cirurgia, e o amigo diretor de papai. Eles disseram o mesmo que falaram para nós, e depois saíram.
Mamãe parecia muito abalada ao lado de Asafe, segurando sua mão, seu rosto estava vermelho indicando que havia chorado, e papai ao seu lado estava pensativo.
— Deveríamos ter estado lá. — Mamãe sussurrou, havia muita angustia em sua voz.
— Deveríamos. — Papai concordou. Ele embora quisesse não demostrar preocupação, ao lado de mamãe, ela estava toda estampada em seu rosto.
A ultima vez que o tinha visto assim antes, foi quando a uns meses os meninos sofreram uma tentativa de sequestro relâmpago.
Nesse momento seu celular tocou, papai atendeu e balbuciou algumas coisas que eu não consegui entender direito, e depois se voltou para mamãe.
— Tudo resolvido. Antes do final da semana, a família do rapaz que fez isso a ele estarão bem longe da Inglaterra.
Mamãe suspirou.
— É mesmo necessário? Sei que não foi um acidente, mas ainda assim parece cruel fazer os pais do garoto serem demitidos.
— Eles pediram por isso quando não impuseram limites no filho.
Mamãe voltou o olhar para Asafe. Sua expressão ficou subitamente angustiada outra vez.
— Ainda assim...
— Você tem um coração muito docio querida, e eu amo isso em você, mas quando se trata da proteção da nossa família, tem que deixar isso de lado.
Família... Proteção...
Eu não consegui mais ouvi-los depois disso, o mundo voltou a escurecer, mas foi com essas palavras em minha mente que caí no sono novamente... Se fosse eu naquela cama,. Papai teria vindo?
***
Quando voltei a abrir os olhos já era manhã, e apenas mamãe estava no quarto.
— Bom dia querida. — Ela sorriu um pouco.
— Bom dia — Eu esfreguei os olhos, sentindo dor no pescoço por ter passado a noite naquela cama nada confortável.
— Chegamos na madrugada, mas não quisemos acordar vocês. — Ela começou a explicar — seu pai e irmão foram tomar café. Eu pedi que trouxessem alguns itens para o hospital, imaginei que não iria querer sair daqui.
Nisso ela tinha acertado.
— Obrigada. — Disse seguindo para o banheiro, contente por mamãe sempre pensar em tudo.
Eu tomei um bom banho, escovei os dentes, e vesti um conjunto de moletom, confortável. Saí do banheiro assim que terminei na expectativa de comer algo, já que estava faminta, mas meus planos foram frustrados, assim que vi que o numero de pessoas no quarto tinha aumentado. Todos os Averys, papai, e Davi tinham se juntado a mamãe.
Eu imaginei que eles viriam mesmo pela manhã, já que as noticias do jogo já deviam ter se espalhado.
— Trouxe isso para você. — Davi falou, me entregando uma vitamina, depois passou por mim, e seguiu para o lado de papai que conversava em sussurros com o pai de Levi.
Eu sorri em agradecimento. Meu irmão gentil se parecia muito com mamãe, em vários aspectos.
— Oi. — Levi se aproximou, com a expressão preocupada.
Todos ali dentro tinham isso em comum.
— Oi. — Eu fiquei na ponta dos pés para abraça-lo — desculpe não ter avisado, é só que ontem foi uma loucura.
— Tudo bem, eu entendo. Como você está?
— Assustada. Foi horrível, Levi. — Admiti, tentando não parecer ridícula e chorar ali na frente de todos.
Embora o grupo estivesse distraído, em suas próprias conversas, eles perceberiam se eu começasse a chorar.
— Não consigo acreditar que George teve coragem de fazer algo assim com Asafe. — Levi divagou.
Nem eu. Ainda estava em estado de negação.
— E você está melhor? — perguntei me atentando pela primeira vez ao fato de que ele não parecia bem.
Havia grandes olheiras em volta dos seus olhos, e ele parecia extremamente cansado.
— Sim. Estou bem melhor. — Suas palavras foram pouco mais que um sopro. — Nada com o que se preocupar. — Ele continuou de forma descontraída.
Arqueei a sobranceira me perguntando se Levi estava mentindo para mim, e se estava por qual motivo.
— Se tivesse algo errado, você me falaria, não é?
Levi assenti distraidamente.
— É claro!
Novamente, pareceu uma mentira.
Oi gente. Depois de mais de um mês, estou eu aqui de novo. Peço desculpas, estou sem computador e isso não facilita, além de estar sem tempo também, mas prometo que vou tentar postar todas as sextas, assim acabamos esse livro antes do meio do ano. Um grande beijo, espero que gostem.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...