Capítulo 53 Então Seria Assim?

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Suzana














- Está tudo bem? – Perguntei quando ficamos sozinhos. Papai massageava as têmporas com insistência. – Se estiver com dor de cabeça posso pegar um remédio para você. – Sugeri.

- Você pode calar a boca e sair! Sua voz me causa náuseas. – Ele disse com a voz dura, mas ainda com os olhos fechados.

Eu olhei para ele surpresa. Agora as ofensas viriam até quando eu estivesse tentando ajudar?

- Eu não entendo porque você me trata assim. – Falei com a mesma rispidez – eu sempre dou o meu melhor, eu sempre me esforço em tudo, e ainda assim é isso que recebo em troca.

Meneei a cabeça incrédula.

- Eu consegui o contrato com os Gallanis, eu consegui o que nem mesmo você teve capacidade para conseguir, tudo porque queria ser aceita, e tudo o que você fez em retribuição foi ser cruel comigo...

Suas íris azuis focalizaram em mim, cheias de ódio.

- Acha que eu te devo alguma coisa? – Edward me interrompeu entredentes. – Eu fiz o favor de te reconhecer, de te dar o meu nome, enquanto aquele verme do seu pai não te quis, eu fiz por você o que ninguém faria! Eu não te devo nada, você é que me deve.

Não me quis... Ele nunca tinha dito isso, eu havia chegado a essa conclusão, mas no fundo ainda tinha esperança de que alguma coisa havia acontecido para ele me deixar ser criada por um monstro como Edward. Mas no final, ele, ele... Não me quis.

Eu enxuguei as lágrimas do meu rosto, com raiva por estar chorando na sua frente, e por ainda mais raiva por constatar que ele gostava de me ver assim.

- Seu doente nojento e asqueroso! – sussurrei com ódio – eu espero que você morra, mas antes quero que sofra! Que sinta muita dor enquanto seu cérebro apodrece por dentro.

Ouvi a mandíbula de Edward trincar.

Eu respirei fundo sentindo que o ar começava a me faltar. Precisava sair dali, mas não antes de terminar.

- E depois que apodrecer eu mesmo vou me encarregar de convencer a todos a te colocarem em um asilo, e te esquecerem lá até que morra! – Terminei, e caminhei rapidamente para a saída, deixando um Edward me fuzilado com o olhar.

Tremi profundamente quando fechei a porta atrás de mim. Me apoiei em meus joelhos trêmulos.

Nunca antes o tinha desafiado, e depois de hoje estava bem claro para mim. Eu nunca fui tão inadequada para essa família como Edward queria que eu fosse, ele só precisava que eu acreditasse nisso. Assim ele podia justificar o quão mal ele me tratava.

Eu respirei fundo mais uma vez. Edward havia feito um inferno da minha vida por todo esse tempo, agora era minha vez.

Segui rumo a sala privada, onde felizmente encontrei meus irmãos. Davi estava lendo em seu notebook alguma coisa, e Asafe do outro lado da sala, fitava o jardim de inverno da mamãe.

- Oi. – Disse depositando um beijo no rosto de Davi.

- Oi, onde você estava?

- Tinha saído com Levi. – Expliquei no exato momento em que mamãe entrou na sala. – e o papai? – Perguntei a ela.

- Quis ficar sozinho. Ele está um pouco deprimido, e essas trocas de remédios o deixam muito mal. – Ela explicou sentando ao lado de Davi, que tocou seu ombro com carinho.

Asafe que havia tirado a atenção das flores pela primeira vez, se voltou para gente com tristeza.

- Eu acho que deveríamos viajar – comecei – um distração seria bom para papai, no momento.

- Faz sentido, ele adora viajar. – Asafe concordou.

Assenti feliz com o apoio.

- Imagine só se formos ao Brasil, ele vai adorar está com a família, podemos chamar o vovô Harry também. – Continuei sabendo que de todos os quadros, esse seria o mais odioso para ele. Que odiava o Brasil, e estava tentando de todas as formas esconder a doença de todos.

Nesse momento eu vi Edward na soleira da porta. Ele iria entrar mas se interrompeu quando percebeu que o tópico da conversa era o próprio.

- Não sei não... – Mamãe murmurou – ele não gosta do Brasil. E não quer que Mary e os outros saibam do Alzheimer, agora.

Mas era justamente isso que iria acontecer quando estivéssemos lá. Eu mesmo daria um jeito para que soubessem.

- Eu acho que temos que começar a tomar decisões pelo papai. – Disse com cuidado, e fingindo me importar para eles, mas focalizando os olhos de Edward, e o deixando saber através do meu olhar que tudo que queria era atingi-lo – acho que agora papai não está mais em condição de decidir o melhor, então temos que fazer isso por eles, e nos acostumar a isso. O Alzheimer com o tempo vai fazer ele ficar cada vez mais dependente da gente.

Eu vi quando sua expressão se alterou de uma forma que nunca tinha visto antes, todas as veias do seu rosto apareceram, e seus olhos me fuzilaram com ódio, muito ódio. Ele nunca tinha deixado a máscara cair dessa forma, nem mesmo para mim.

- Você, sua inútil. Quer se meter até nisso? – Edward gritou furioso vindo em minha direção - Você não é da família, porque insiste em ficar ao nosso lado sua bastada...

Ele se jogou em cima de mim, de uma vez, me desequilibrado totalmente. Eu tropecei em meus próprios pés, e caí de costa em uma mesa de vidro, e imediatamente soube que tinha sido perto da lareira, eu senti o calor do fogo em meu braço mas não senti dor.

Asafe que tirou-me de perto do fogo bem a tempo, eu ainda não sabia direito como, estava tudo acontecendo muito rápido e meu pescoço, havia alguma coisa de errado, eu não estava conseguindo respirar direito, embora estivesse tentando desesperadamente. A sensação era parecida com está se afogando.

— Você está bem? — ele perguntou enquanto eu piscava desnorteada, eu ouvia o choro de Candece e via que Davi segurava Edward e gritava chamando ajuda... — Suzana?

- Asafe estanca! Estanca o sangramento! – Davi gritou mais uma vez.

Sangramento... Eu estava sangrando?

Eu acho que eu estava, estava morrendo...

- Suzana... – Alguém continuou gritando, mas não sabia mais quem era – não feche os olhos! Não feche os olhos!

Então seria assim, o fim...

Nesse momento senti uma pontada em minha cabeça e no meu pescoço ao mesmo tempo... E então tudo ficou escuro.

Fiquem calmos!

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Fiquem calmos!

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora