Capítulo 86 Quem...

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Sarah

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Sarah
















Isso estava horrível. Conclui analisando o desenho de coração que havia feito na folha em branco. Eu era péssima, era um fato, mas tinha esperança que ao menos depois da terceira tentativa conseguiria fazer algo aceitável.

Dei uma olhada ao lado, Rebecca estava terminando de fazer o dela, estava bom. Pelo menos melhor que o meu, quando olhei a frente Sarah estava recortando o coração que havia feito. O dela sim estava lindo, seria mais fácil lidar com minha frustração em ser péssima em qualquer tipo de desenho se simplesmente elas fossem também.

Rebecca era professora da escola dominical, das crianças especificamente, e havia me convidado para ajudar a preparar a aula, eu tinha aceitado prontamente porque estava começando a gostar de sua companhia. Tínhamos muito em comum, ambas gostávamos de discrição, silêncio, e éramos reservadas, ao contrário da Sarah. Pra início, se soubesse que ela viria teria inventado uma desculpa para faltar. Sarah era totalmente o oposto de nós duas, não sabia como Rebecca e ela poderiam ser amigas. Ela era espalhafatosa, sorria alto e como falava o tempo todo me estressava a muito.

- Quer uma ajuda? – A própria perguntou com um sorriso no rosto me fitando.

- Não. – Disse amassando a folha – eu consigo! – Afirmei voltando a desenhar.

Não era nada demais. Só um desenho, Suzana. Você é capaz disso. Soei em minha mente.

- Obrigada por ter aceitado meu convite Suzana. – Rebecca começou a falar – depois poderíamos almoçar juntas. O que acham?

- Eu adoraria. – Sarah concordou.

- Vou almoçar com meu irmão. Não quero deixá-lo sozinho. – Murmurei me recusando a acreditar que havia feito outro coração nem um pouco assimétrico.

Suspirei. São só crianças, eles nem devem ligar para isso. Tentei me convencer pegando uma tesoura encima da mesa, e começando a recortar.

- Ah, é mesmo. Tinha esquecido que Marina e Asafe estão em Mauá. – Rebecca comentou – foram para a inauguração do Moreal, não é?

Assenti.

- Asafe me disse que vai para Londres depois do ano novo. Ele me ofereceu uma carona no jatinho de vocês. – Rebecca continuou sorrindo consigo mesmo. – Isso soou tão incomum, não é? Uma carona em um jatinho.

Eu lutei para não parar de recortar o papel quando Londres foi citada. Asafe já havia me dito que passaria uma parte das férias lá, e era bobagem da minha parte me sentir mal por isso. Ele já estava a muito tempo sem ver os pais, e ainda tinha Fiorella.

- Por falar em coisas incomuns. Ontem Isaque postou uma foto sua e dele no teatro Braz Cuba. – Sarah mudou totalmente de assunto, e pela primeira vez, eu gostei da sua presença ali – como você conseguiu uma proeza dessa?

Sorri um pouco.

- Nós tínhamos nos encontrado em um quiosque na praia quando comentei sobre a orquestra. Eu disse que ele iria gostar, e então ele me convidou para acompanhá-lo. – Expliquei.

- Vitória deve ter adorado isso. Vive reclamando das atividades perigosas que o Isaque faz. – Sarah se referiu a mãe de Isaque.

Eu pigarrei lembrando que havia pensado em perguntar algo as duas, mas não sabia bem como começar.

- Hum... Ele estava esperando alguém... Camila eu acho. – Comentei como quem não quer nada.

Sarah e Rebecca trocaram um olhar suspeito.

- Não sabia que ela ainda estava em Santos. – Rebecca disse. - Arthur não havia dito que a família dela tinha mudado para Campinas?

Sarah deu de ombros como se dissesse que sabia muito menos que Rebecca sobre o assunto.

- E ela foi? – Sarah me fitou.

- Não. Mas ligou.

Sarah e Rebecca se entre olharam de novo, mas não disseram nada, e eu quase morri de curiosidade.

- Vocês a conhecem? Eu não lembro de já tê-la visto. – Tentei mais uma vez fingindo prestar atenção na tarefa agora de pintar o coração.

- Não somos próximas. – Rebecca respondeu.

- Na verdade ela é mais amiga do Isaque, parece que namoraram por um tempo, mas Arthur tinha me dito que tinham terminado. – Sarah voltou a falar desistindo de sua atividade e nos fitando.

Isso explicava muito coisa.

- A família dela trabalha pra família do Isaque a muito tempo. Eles cresceram juntos. – Sarah continuou.

Então eles deviam ter muito carinho por ela e por todos.

- Camilla também estudava na nossa escola. Os pais do Isaque pagavam. – Rebecca disse – mas parece que ela foi embora.

Assenti. De fato. Deviam gostar mesmo deles.

- Que triste então que ela tenha ido, não é. – Murmurei.

As meninas assentiram, mas não voltaram a falar mais nada. E nós nunca mais tocamos no nome da Camilla.

Rebecca

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Rebecca

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora