Capítulo 104 Tradição

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A fotografia

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A sala minimalista, e organizada de Isaque estava vazia, isso notei assim que entrei.

- Ele vai demorar muito? – Perguntei para sua secretária que havia entrado comigo.

- Já está no estacionamento. – Ela respondeu – Quer alguma coisa para beber?

Meneei com a cabeça.

- Obrigada.

A secretária, que eu tinha muita dificuldade em lembrar o nome assentiu, e saiu me deixando sozinha.

Hoje eu e Isaque havíamos marcado de tomarmos café juntos, o café acabou por virar almoço já que eu tinha ido conhecer o campus da faculdade com Rebecca. E o almoço, é claro tinha ficado para lanche da tarde, já que Isaque teve que ir atender um cliente na imobiliária de Osasco.

A vida dele ultimamente estava bem mais corrida do que costumava ser. Pensei me aproximando de sua mesa, imaginei que quem havia decorado a sala tinha sido Vitória, não havia nada de sua personalidade, sempre vibrante, alegre, ao contrário. A sala era com cores neutras, frias... Não lembrava ele.

O notebook, aberto em cima da mesa, desbloqueou assim que toquei em seu sensor, e para minha surpresa a foto de descanso era uma de nós dois. Adolescentes, ainda. Uma foto espontânea, em ambos sorriamos. O mais curioso era que não conseguia me lembrar desse dia.

- Oi gatinha. – Isaque entrou na sala com o rosto iluminado por um sorriso de lado. – Já tá esperando a muito tempo? – ele me abraçou antes que eu conseguisse responder.
– Que dia longo é cansativo.

Eu sorri e o abracei de volta.

- O que aconteceu? Você não costuma atender clientes.

Isaque enterrou o rosto em meu cabelo e respirou fundo.

- Esses são muito chatos, queriam que fossem eu.

Eu afaguei suas costas com carinho.

- Como foi na faculdade? – Isaque sussurrou.

- Legal. Conheci alguns professores psicólogos, mas ainda não sei se é isso que quero... Mas a Rebecca já se decidiu.

Já tinha feito até a matrícula.

- Você ainda tem tempo pra pensar. – Ele me fitou – não precisa necessariamente começar a faculdade logo depois de terminar o ensino médio.

Assenti. Ninguém estava me pressionando, ah não ser eu mesma.

- Vamos fazer alguma coisa? – Isaque continuou tirando uma das mãos da minha cintura e mexendo no meu cabelo. – Eu estava pensando, talvez escalar uma montanha, ou pular de para quedas.

Não consegui me conter, tive que sorrir.

- Você está exausto e quer pular de para quedas e escalar montanhas? – Questionei incrédula.

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora