A fotografia
A sala minimalista, e organizada de Isaque estava vazia, isso notei assim que entrei.
- Ele vai demorar muito? – Perguntei para sua secretária que havia entrado comigo.
- Já está no estacionamento. – Ela respondeu – Quer alguma coisa para beber?
Meneei com a cabeça.
- Obrigada.
A secretária, que eu tinha muita dificuldade em lembrar o nome assentiu, e saiu me deixando sozinha.
Hoje eu e Isaque havíamos marcado de tomarmos café juntos, o café acabou por virar almoço já que eu tinha ido conhecer o campus da faculdade com Rebecca. E o almoço, é claro tinha ficado para lanche da tarde, já que Isaque teve que ir atender um cliente na imobiliária de Osasco.
A vida dele ultimamente estava bem mais corrida do que costumava ser. Pensei me aproximando de sua mesa, imaginei que quem havia decorado a sala tinha sido Vitória, não havia nada de sua personalidade, sempre vibrante, alegre, ao contrário. A sala era com cores neutras, frias... Não lembrava ele.
O notebook, aberto em cima da mesa, desbloqueou assim que toquei em seu sensor, e para minha surpresa a foto de descanso era uma de nós dois. Adolescentes, ainda. Uma foto espontânea, em ambos sorriamos. O mais curioso era que não conseguia me lembrar desse dia.
- Oi gatinha. – Isaque entrou na sala com o rosto iluminado por um sorriso de lado. – Já tá esperando a muito tempo? – ele me abraçou antes que eu conseguisse responder.
– Que dia longo é cansativo.Eu sorri e o abracei de volta.
- O que aconteceu? Você não costuma atender clientes.
Isaque enterrou o rosto em meu cabelo e respirou fundo.
- Esses são muito chatos, queriam que fossem eu.
Eu afaguei suas costas com carinho.
- Como foi na faculdade? – Isaque sussurrou.
- Legal. Conheci alguns professores psicólogos, mas ainda não sei se é isso que quero... Mas a Rebecca já se decidiu.
Já tinha feito até a matrícula.
- Você ainda tem tempo pra pensar. – Ele me fitou – não precisa necessariamente começar a faculdade logo depois de terminar o ensino médio.
Assenti. Ninguém estava me pressionando, ah não ser eu mesma.
- Vamos fazer alguma coisa? – Isaque continuou tirando uma das mãos da minha cintura e mexendo no meu cabelo. – Eu estava pensando, talvez escalar uma montanha, ou pular de para quedas.
Não consegui me conter, tive que sorrir.
- Você está exausto e quer pular de para quedas e escalar montanhas? – Questionei incrédula.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...