Capítulo 33 Jantar

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Davi

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Davi





Assim que estivemos longe da atenção de papai e seus amigos, seguimos para a extremidade do cômodo que não tinha ninguém, Davi ligava com insistência para Asafe, na esperança de que ele atendesse e dissesse que já estava vindo, mas depois de tentar algumas vezes acabou desistindo. 

— Você disse que ele deslocou o ombro? —  Davi questionou guardando o celular no bolso. 

Assenti, quando um garçom passou por nós e ofereceu bebida a meu irmão, que prontamente negou, como sempre. 

— Ele não deveria demorar tanto. — Davi continuou, já evidentemente preocupado. 

Nesse momento um casal adentrou a sala, e seguiu para falar com os anfitriões, que ainda estavam com nossos pais. eu reconheci a moça, alta e loira assim que a vi. Veronica Miracle, uma influenciadora bem conhecida em Londres, talvez a mais conhecida. Eu a seguia no Instagram, e por acompanhá-la sentia que já a conhecia, embora nunca a tenha visto pessoalmente. Ao lado dela estava o filho mais velho de Inácio e Janet, que eu não conseguia lembrar o nome. Assim que seus olhos se voltaram para nós, ela sorriu para meu irmão e seguiu em nossa direção. 

— Vocês se conhecem? — perguntei com expectativa. 

— Estudamos juntos. — Davi respondeu de forma totalmente estranha, e quando estava preste a perguntar o que tinha de errado, Veronica chegou. 

— David, estou feliz que tenha vindo. Já faz tanto tempo. — Ela disse com uma mistura de alegria e empolgação. 

Puxa... Ela era mesmo muito bonita. Os cabelos iam até a cintura, muito loiro, quase platinado, aqueles que só se conseguem em salão, e os olhos azuis eram grandes em seu rosto oval. O vestido salmão com mangas bufantes que ela usava, eu reconheci na hora. Era um Fler, já havia usado o modelo em um desfile. 

— Como vai Veronica? — Os dois se cumprimentaram com um abraço. 

Como Davi podia ser amigo dela, e eu nem sequer sabia disso?

— Muito bem! — Ela respondeu com um amplo sorriso se voltando para mim — e você seria?

— Minha irmã mais nova, Suzana. 

— Ah, eu devia saber. Os dois tem o mesmo olhar analisador. 

Sorri. Era a primeira vez que ouvia isso. 

— Prazer em conhecê-la senhorita Miracle. Eu sou muito fã do seu trabalho, a acompanho já a muito tempo. — Disse com sinceridade — e adorei o vestido. 

— É claro que gostou, é da sua grife. — Ela sorriu e piscou para mim. — Estou muito feliz em poder conhece-la senhorita  Levins 

Tão adorável e gentil, como eu imaginei que seria. 

— Cumprimentando os convidados, querida? — O namorado dela, que eu custava lembrar do nome se aproximou, e envolveu protetoramente a mão em sua cintura, e depois nos sorriu, um sorriso, contido, e claramente falso. — Como vai, David? 

Ao meu lado, meu irmão que outrora parecia muito a vontade, agora estava com uma expressão dura e fria em seu rosto 

— Bem. — Davi respondeu com aspereza, o que era estranho. Ele não costumava tratar ninguém assim, e se não estivesse enganado, os dois tinham sido amigos, na época da escola. 

— Suzana, você cresceu bastante. — Ele comentou cortesmente se voltando para mim. 

Assenti com um pequeno sorriso, me sentindo muito desconfortável com a situação. 

Felizmente neste momento, o mordomo anunciou que o jantar seria servido, e não tivemos que continuar aquela conversa. 

***

O jantar não tinha sido muito bom, ao menos não para mim. Não gostei do acompanhamento e muito menos da sobremesa. Davi que havia sentado ao meu lado, também não estava muito feliz com a situação, eu teria que me lembrar de mais tarde perguntar a ele o que havia de errado. Assim que terminamos, e voltamos para a sala principal, Janet se aproximou com um pequeno sorriso discreto.

— Você ainda toca piano, querida?

— Não com frequência. 

— Poderia tocar para nós. — Ela gesticulou para o piano preto e reluzindo do outro lado da sala — eu adoraria ouvir. 

— Ah... Eu... — Quando estava preste a recusar, papai que ouvia a conversa, pois estava próximo falou:

— Toque, Clair de Lune, Suzana. 

As pessoas a nossa volta que conseguiram ouvir, me fitaram com expectativa. 

— Sim, papai. — Respondi seguindo para o piano. 

Eu comecei a tocar, e todos que estavam presente, até mesmo os que conversavam pararam para ouvir. Quando meu olhar rodou discretamente a sala, até papai me fitava, com atenção. Eu sorri um pouco, satisfeita, ao menos nisso eu tinha me saído bem. Quando terminei Clair de Lune, eles aplaudiram e eu agradeci, para logo depois mais pessoas pedirem  mais musicas, no final de uma hora eu já estava cansada e chateada, que quando terminei a decima musica fui para  mais longe possível do piano, sem dar tempo para protestos, logo depois  eu passei o olhar pela sala em busca do meu irmão, mas ele estava entretido com dois senhores em uma conversa que não parecia muito interessante, mamãe como sempre ao lado de papai como a esposa troféu, enquanto ele conversava com outras pessoas, então pensei em ir ao banheiro, talvez retocar a maquiagem, não havia nada para fazer mesmo. 

— Tocou muito bem. — Veronica comentou ao se aproximar com um amplo sorriso no resto. 

— Oh, obrigada. — Disse retribuindo o sorriso. 

Ela era aquele tipo de pessoa que intimidava os outros, não por querer, estava claro isso, mas porque era realmente bonita, e tinha aquela áurea de serenidade. 

— Será que podemos tirar uma foto? — pedi meio sem jeito — minhas amigas não acreditariam que te conheci se não tiver uma foto. — Expliquei. 

Sabia que em eventos como esse ela devia não gostar de lidar com uma fã, mas queria tanto uma foto com ela. Alisson e Emma iriam morrer de inveja. 

— Claro. — Veronica respondeu com educação. 

Eu tirei o celular da bolsa, Veronica se aproximou e juntas tiramos uma selfie. 

— Obrigada. 

Ela voltou a sorrir. 

— Tudo pela irmãzinha do David. Não esqueça de me marcar, quando postar. — Ela afirmou antes de sair. 

Assenti. Ela era realmente muito gentil. 

Verônica

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Verônica

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora