Suzana
Eu Enxuguei as lágrimas do meu rosto, e tentei me recompor antes de apertar o botão ao lado da minha cama, e pedir que liberassem para que meus irmãos entrassem no quarto.
Não demorou nem mesmo cinco minutos. Os dois atravessaram a porta, Asafe me alcançou primeiro. Ele esqueceu totalmente dos hematomas, e dos machucados, me abraçou com tanta força que eu arfei de dor.
- Desculpa, desculpa... – Ele se afastou rapidamente.
Eu tentei disfarçar a careta, mas a dor era mais forte.
- É tudo sua culpa! Por nós deixar tanto tempo longe. – Asafe tentou brincar.
Eu sorri um pouco. Ou ao menos tentei.
- Obrigada por nos deixar entrar. – Desta vez foi Davi que falou, ele não me abraçou como Asafe, para não correr o risco de me machucar.
Só segurou minha mão com ternura, e me fitou com carinho.
Eu posei minha outra mão encima da dele.
- Eu sinto muito, eu precisava de um tempo. – Comecei tomando cuidado para não chorar e falhando miseravelmente – eu tinha muito medo que vocês... Que vocês... me desprezassem também, que achassem que eu era a maçã podre da família, que não me aceitassem. Esse era o meu maior medo.
- Su... Nós nunca desprezaríamos você... Nada mudou. – Davi murmurou – você é que deveria está chateada conosco, nosso pai... Ele... Ele é um monstro que tem feito você sofrer por todo esse tempo, e nós nem percebemos.
Seus olhos azuis estavam cheios de culpa, quando me voltei para Asafe encontrei a mesma culpa, misturada com tristeza. Eles não estavam aqui para defender Edward como mamãe, eles se sentiam responsáveis pelo que tinha acontecido.
Meneei com a cabeça.
Como eles poderiam saber?
- O único culpado aqui é o Edward! – Disse com convicção – vocês não.
- Ele nunca mais vai te machucar. – Asafe afirmou – Temos um plano.
Os olhos de Asafe passaram de mim para Davi, pedindo a ele em silêncio que continuasse.
- Vamos embora! Nós três, vamos nos mudar para o Brasil! – Davi falou de uma vez.
Eu olhei para ele incrédula. Esperando que dissesse que aquilo era uma piada de muito mal gosto.
- Como é?
- Você não vai ter mais que viver assim, eu prometo que ele nunca mais te fazer mal. – Davi sussurrou.
Eles... Eles iriam embora comigo? Eles... Estavam dispostos a fazerem o que nem mesmo a mamãe faria.
Eu senti uma dor em meu coração, e me senti muito, muito mal por acreditar que eles poderiam me desprezar quando soubessem a verdade.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...