Suzana
- Você consegue fazer isso. – Sussurrei para a moça de olhos triste que fitava. – Você consegue, Suzana. – Afirmei mais tentando me convencer do que qualquer outra coisa.
Foi o toque do celular que chamou minha atenção e me tirou do meu transi. Eu sorri ao ver que era Isaque que me ligava. Tanta coisa havia acontecido desde que chegamos a ilha, que eu acabei esquecendo de mandar mensagem, ou como ele diz dá um sinal de vida.
- Oi, Isaque.
- Oi... Gatinha. Tô tentando falar com você o dia todo.
Suspirei preferindo mil vezes está com ele do que está aqui, seja lá onde ele estivesse.
- Desculpa. O sinal aqui é péssimo. – Respondi de imediato – mas tô feliz que você ligou.
Isaque sorriu.
- E como estão as coisas aí? Meus sogros já chegaram?
Só a menção a eles fez meu coração voltar a acelerar.
- Hum rum. – Murmurei mordendo os lábios com força, até sentir o gosto de sangue na boca – e você, o que fez hoje? – quis mudar de assunto.
- Nada demais, eu e uns amigos fizemos uma trilha.
- Trilha? Só isso?
- Bom, depois nós pulamos de paraquedas, mas...
- Isaque... – Minha boca se abriu em espanto.
- É brincadeira, é brincadeira. – Ele sorriu alto – foi só uma trilha mesmo.
- Você e suas brincadeiras. – Sorri também.
- Su... – Gabriela entrou no quarto sem bater, e antes de me sentir irritada com isso tentei lembrar que o quarto também é dela.
- Eu tenho que ir agora Isaque, amanhã a gente se fala. – Disse olhando minha prima com expectativa.
O que quer que fosse falar estava deixado ela super empolgada.
- Tá bom. Até amanhã.
- Até, tchau. – Eu desliguei e voltei o olhar para Gaby.
- Tio Edward não vai descer para o jantar.
- Como?
- Isso mesmo. Acabei de ouvir mamãe e tia Candece conversando. – Ela se aproximou batendo as mãos com alegria – você vai poder comer e desfrutar da noite sem medo, Su.
Eu respirei aliviada. Ao menos essa noite eu poderia ficar ao lado da minha família em paz.
☘️
No dia seguinte quando acordei já foi com uma enxaqueca latente. E a claridade do quarto fez até meus olhos doerem. Me sentia muito mal, mas ao mesmo tempo aliviada. A enxaqueca era uma desculpa para não descer. Eu sabia que Edward estaria tomando café com todos, ele não tinha ido ao jantar de ontem, mas com certeza não faltaria ao café hoje.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...