Suzana e Isaque
No dia seguinte acordei com ainda mais sono do que no dia anterior, mas ainda assim me obriguei a sair da cama. A psicóloga tinha dito que no começo eu iria precisar me forçar a fazer as coisas, e que eu precisava mesmo sem vontade nem uma.
Na verdade tudo o que queria era ficar na cama e ceder ao sono, que com certeza era um efeito colateral do antidepressivo, mas não cedi a vontade.
Desci para tomar café com minha família, tentei ao máximo presta atenção no que diziam, e participar da conversa. Depois do café o motorista nos levou para a escola, e então eu fui para minha sala.
As duas primeiras aulas foram mais fáceis de serem assistidas já que não estava com tanto sono, mas a terceira foi um terror, minhas pálpebras a cada piscada tinham vontade de continuarem fechadas.
- Está tudo bem? – Rebecca perguntou em um dado momento, com preocupação.
- Estou com um pouco de sono. – Babulciliei – Acho que vou lavar o rosto, pra despertar. – Continue levantando.
Pedi autorização para sair ao professor e depois segui para o banheiro. Lavei o rosto tentando dispersar mais não deu muito certo.
Assim que saí do banheiro, procurei pelo banco mais próximo e me sentei.
Não devia ter vindo a escola hoje. Tinha sido uma ideia estúpida. Pensei apoiando as mãos na cabeça. Eu precisava dormir, a cada minuto estava mais difícil manter os olhos abertos.- Suzana? – Uma voz soou ao meu lado.
Quando levantei o rosto, o mesmo rapaz do outro dia estava lá na minha frente, me fitando com preocupação.- Está tudo bem? – Ele questionou.
Meneei com a cabeça.
- Você... Você... – Minha fala estava começando a ficar arrastada e eu não estava conseguindo processar direito a informação na minha mente, e passar ela em palavras – meu irmão... Eu... Achar.
Isaque abaixou ao meu lado...
- O Asafe? Quer que eu o chame? – Ele começou a falar rapidamente, eu nem tive tempo de dizer que sim.
Isaque foi logo tirando o celular da bolsa, falou algumas coisas sem sentido e depois sentou ao meu lado no banco.
- Ele já está vindo. – Disse tentando me acalmar, ou se acalmar. Não saberia dizer.
Eu encostei a cabeça em seu ombro, e fechei os olhos por alguns segundos. Sabia que não poderia dormir, não ali. Não queria chamar atenção, e nem queria que no dia seguinte todos estivessem falando que tive que ser carregada nos braços. Se isso fosse na escola de Londres já estaria no Instagram de fofoca.
Remédio maldito! O psiquiatra teria que trocá-lo, ninguém me faria tomá-lo novamente.
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O AMOR ME CUROU
RomansaSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...