Capítulo 23 Tudo dói.

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Suzana

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Suzana



No dia seguinte, na manhã de segunda feira, o motorista dirigiu nas ruas molhadas de Londres, diretamente para o Chelsea e Westminster Hospital, mamãe insistira que fossemos essa manhã, embora eu tivesse protestado sobre ter que sair da cama, tinha sido realmente difícil, eu me sentia tão mal por dentro, tão triste, sem forças, exausta, que tudo que queria era ficar ali para sempre, mas evidentemente, não pude. 

Assim que chegamos, eu fui encaminhada para a sala que faria a ressonância magnética, tive que trocar de roupa, e tirar todas as joias que estivera usando, inclusive o colar que Levi tinha me dado, era a primeira vez que o tirava, mesmo depois de termos brigado, ele continuava ali, curiosamente, eu não saberia porque o tinha deixado, só parecia estranho para mim está sem ele. 

- Se estiver com Lentes de contato, é necessário que as tire também, senhorita Levins. - A voz do enfermeiro, soou ao meu lado.

- Não estou. - Respondi sentando na maca. 

Havia vindo com os óculos, já estava evitando as lentes a uns dias, elas faziam as dores piorarem. 

- Certo, pode deitar. - Ele disse, e eu obedeci. Logo que o fiz, ele cobriu a minha cabeça com a bobina. - Não preciso repetir as regras, ou preciso? - o enfermeiro perguntou, com um pequeno sorriso. 

Ele sabia que não, já havia feito isso tantas vezes. 

- Não, eu lembro. - Respondi. 

- Ok, ok. Vejo você em alguns minutos.

Ele desapareceu do meu campo de visão, imagino que tenha saído da sala, porque logo em seguida a cama começou a deslizar para dentro do grande tubo, e o barulho se fez mais alto, eu me concentrei em ficar imóvel para que o resultado não fosse prejudicado, e eu não tivesse que repeti-lo, já era claustrofóbico demais ter que está ali uma única vez, não precisava ter que repetir a experiência. 

Quando terminamos, e eu estive novamente com minhas roupas, uma enfermeira me guiou a sala do doutor Collins, mamãe já estava lá, sentada em uma cadeira em frente a sua mesa, não consegui ouvir do que falavam, mas imaginei que fosse sobre mim, já que se calaram quando entrei na sala. 

- Olá, Suzana. Por favor, sentem-se. - Ele gesticulou para cadeira ao lado de minha mãe. - Acabei de receber suas imagens. - Anunciou enquanto me sentava. - Ótimas noticias, está tudo bem com seu cérebro. 

Eu sabia muito bem disso, as dores não eram algo com o que não estava acostumada, embora desta ultima vez tenha sido mais agressiva. 

- Mas como você tem tido fortes crises, vou encaminhá-la a nutricionista, uma alimentação saudável melhora muito as dores. - Ele dizia enquanto começava anotar algo em um papel - também irei mudar seus remédios, acredito que esses sejam mais eficientes. 

Assenti. 

- Você tem andado estressada, ultimamente? - Doutor Collins questionou me fitando. 

Hum, bom, sabe até que sim. Eu acabei de descobrir que meu pai, não é meu pai, e é evidente que por causa disso, ele não goste de mim, e sabe essa senhora com roupas de grife aqui ao meu lado, pois é, ela mesma mentiu para mim toda a minha vida, e eu ainda tenho que lidar com o fato de que o marido dela não me suporta, mas fora isso...

- Um pouco, na escola. - Sussurrei sentindo um gosto amargo na boca. 

- Certo, o stress acaba sendo um gatilho para a enxaqueca, eu vou ter que pedir que você pegue leve, ok. 

- Hum rum. 

Ele continuou falando mais sobre tipos de cuidado depois disso, mas mais para a minha mãe do que para mim. Depois que terminamos, e voltamos para o carro, eu fiquei um pouco satisfeita, em saber que logo poderia deitar em minha cama, me cobrir com meus cobertores, e ficar ali pelo resto do dia, isso era a única coisa que me trazia um pouco de conforto, um pouco. 

- Eu tenho que ir a Fler para resolver algumas coisas, o que acha de irmos juntas? Podemos fazer compras depois, e almoçarmos, só nós. - Mamãe disse ao meu lado, com um sorriso brilhando no rosto. 

- Eu gostaria de ir para casa, a claridade do dia ainda me causa um pouco de dor. - Menti, encostando a cabeça no vidro do carro. 

- Claro... É claro. - Ela disse tentando esconder o desapontamento - vamos levá-la para casa. 

- Obrigada. - Murmurei recusando me a me sentir mal, por ela está triste comigo. 

- Você acha que estará melhor na quarta? A sessão de fotos para a revista, que deveriam ser tiradas no domingo, seu pai remarcou para quarta. 

Será se ele havia feito isso para que eu não participasse?

- Eu não sei, acho que não. - Respondi com cuidado. 

Quer Edward quisesse que eu participasse ou não, eu não participaria, não queria está em um lugar onde obviamente não era bem vinda. 

- Espero que esteja, é uma tradição de família. 

Tradição de família... Eu lembrava das outras vezes em que tínhamos tirado essas fotos, não havia ninguém nessa família que adorasse mais esse momento do que eu, eu amava que neste dia papai tinha toda atenção voltada para nós, e como mamãe estava por perto, ele ate sorria, e dias depois nossas fotos apareciam na coluna de uma revista de Londres, que só publicava artigo de pessoas muito influentes, era assim que eles se referiam a papai. 

Mas isso não importava, não mais agora, antes o que me trazia alegria, entusiasmos parecia ser tão simplório para mim, sem sentindo nenhum, não estava com a mínima vontade de fazer parte daquilo, e se no dia não estivesse com enxaqueca, eu fingiria uma, tudo para não ver aquele olhar, que agora eu sabia ser desprezo, sobre mim. 

Quando o carro estacionou na entrada principal da mansão, eu saí sem dá tchau, segui pelos corredores da casa até as escadas, assim que estive em eu quarto, macheei para a cama, e me cobri com meus lençóis, e só naquele momento, durante o dia, eu me senti um pouco, um pouco mais calma. 


Suzana

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