Eu ouvi o disparo, um som alto e estridente, mas não senti absolutamente nada. Quando voltei a abrir os olhos, havia sangue em minha roupa, mas não era meu. Isaque tinha entrado na frente, a bala que devia ser para mim acertou ele.
- Isaque! – Gritei desesperada quando ele caiu aos meus pés – Não, não, não... – Me ajoelhei ao seu lado – por favor, não...
- Sua vez... – O ladrão cantarolou voltando a mirar em mim, desta vez na cabeça.
Eu não fechei os olhos, puxei toda a coragem dentro de mim, encarei firmemente seu rosto e esperei. Ele atirou uma, duas, três vezes e a arma falhou em todas elas.
Ele fez uma careta.
- Flávio! – O seu parceiro voltou a gritar.
- Teve sorte. – Ele disse correndo até o carro. Deu partida assim que entrou, e então estávamos sozinhos.
- Isaque! – chamei e coloquei sua cabeça em meu colo. – Fica comigo por favor.
- O celular... – Ele balbuciou – no meu bolso.
Assenti. Tentando controlar minhas mãos trêmulas peguei o celular. Desbloqueei e liguei pra emergência.
- Você ligou para a emergência, com quem eu falo?
- Suzana. Por favor venham rápido. – Comecei a soluçar nervosa – Nós fomos assaltados, meu namorado levou um tiro...
- Suzana, se acalme e me passe o endereço – A moça do outro lado da linha falou com tanta calma que eu tive vontade de gritar com ela.
- Jardim Ângela... Eu... Eu não sei em que rua estamos, mas é perto de uma ponte.
- Tudo bem. – Ouvi os tecles do computador – você sabe me dizer onde foi o tiro?
- No ombro. – Eu me mexi um pouco para deixá-lo mais confortável e Isaque gritou de dor. – Por favor venham logo.
- A ambulância já está a caminho. – Ela afirmou – você está machucada?
Meneei com a cabeça e depois acrescentei.
- Não... Eu... – Me forcei a respirar fundo.
Meu Deus Isaque tinha entrado na minha frente, se alguma coisa, se alguma coisa.
- Suzana, preciso que mantenha a calma, e me diga se tem sangramento. – Ela continuou.
- Sim... Muito.
- Ele está acordado?
- Sim, mas o olhar tá perdido, não sei se ele tá me ouvindo.
- Tô aqui. – Isaque sussurrou cansado.
- Ele entende. – Murmurei.
- Excelente. Preciso que você estanque o sangramento.
Assenti. Coloquei o telefone no chão apertei o viva voz. Quando toquei no machucado Isaque gritou de dor.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...