Capítulo 46 Saudade De Um Lar.

30 4 0
                                    

Celestia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Celestia



- A comida aqui é ótima. - Celestia disse cheia de empolgação, quando nos sentamos a mesa de um restaurante de frente para uma mar muito bonito.

Ela não estava mais triste, ou ao menos não parecia mais, eu não saberia dizer. Mas se estivesse escondendo a dor, tinha que dizer que era uma ótima atriz, mas eu esperava mesmo que não fosse teatro, que ela estivesse mesmo bem.

- Vamos aguardar um pouco para pedir? Heracles mandou uma mensagem dizendo que está vindo almoçar conosco.

- Sim, sem problemas. - Disse analisando o ambiente elegante em que estávamos.

A decoração do restaurante era toda em tons dourados, havia uma música que alguém tocava suavemente ao piano, e todos pareciam muito a vontade.

- E então... Você Ainda não me falou quase nada sobre você. - Celestia começou me tirando dos meus pensamentos.

- O que deseja saber? - Perguntei voltando minha atenção para ela.

- Hum... - Ela bebiricou o chá - o que acha da ideia do meu sobrinho sobre a medicina?

Eu olhei para ela surpresa. Então Celestia sabia? Como? Levi tinha contado? Não, não poderia ser, ou ele teria me dito, mas pensando bem, nem mesmo tivemos tempo de conversar direito.

- Está tudo bem. Levi nos contou, quando chegou. - Celestia me tranquilizou - ele deseja nosso apoio, para quando Anthony souber.

Ah... Bom isso fazia sentido.

- É vocês vão? Vão apoiá-lo?

- Apoiaremos nossos sobrinhos, sempre que necessitarem, e nos pedirem. - Dessa vez quem respondeu foi o senhor Heracles.

Eu estava tão concentrada na conversa que nem tinha notado sua aproximação.

- Bom dia, querida. - Ele beijou o topo da sua cabeça, antes de sentar ao seu lado. - Bom dia, senhorita Suzana.

- Bom dia senhor Heracles. - Respondi com educação. Tentando conter a onda de felicidade por saber que Levi não estava sozinho nessa.

Ele tinha o apoio dos tios, e agora não tinha dúvidas. Eles o amavam como a um filho.

Levi tinha muita sorte por tê-los.

- É você, você o apoia? - Celestia questionou - ele vai precisar de todos nós quando meu primo souber dos seus planos.

Assenti sem pensar duas vezes.

- Eu quero muito que o Levi seja feliz, que faça o que gosta. - Respondi com sinceridade.

Os dois sorriram para mim.

- Gosta mesmo dele?

- Sim, muito senhor. - Afirmei sem titubear - o Levi, ele é... É importante para mim.

O sorriso se tornou mais amplo no rosto dos dois.

- Isso é ótimo! - O senhor Heracles disse.

- Sim, é sim. - Celestia concordou - mas é quanto a você, o que deseja fazer depois da escola? - ela perguntou tentando direcionar a conversa para mim - vai seguir como modelo da grife da sua família, ou estará ao lado do pai na empresa.

Seguir como rosto da Fler, ou qualquer coisa relacionada a grife estava fora de cogitaçao por bons motivos. Embora não fosse de conhecimento público, a grife não pertencia mais a papai desde a morte da vovó Sabine, quando tia Mary, e papai fizeram um acordo, onde ele passou todas as suas ações da Fler para ela, e ela de igual modo passou todas as suas da Levins para papai. E embora eu soubesse que tia Mary iria amar que eu seguisse seus passos, isso não me atraía, quando chegasse o momento de escolher, seria algo em que eu pudesse agradar meu pai.

- Provavelmente alguma coisa relacionada a Levins. - Respondi - talvez relações internacionais, já que tenho facilidade em aprender outras línguas.

- É mesmo? - Celestia me olhou com interesse - quantas você fala?

- Quatro. Português, Francês, Inglês e Alemão. - Disse me gabando.

Era um dos muitos orgulhos que tinha em relação a mim mesma, ao contrário dos meninos eu era ótima com outros idiomas.

Os dois me olharam com surpresa.

- Isso é impressionante Suzana. Edward vai ter muita sorte por tê-la na Levins. - Celestia falou.

- Seus pais devem achar que ganharam na loteria com uma filha como você. - Desta vez foi Heracles que disse com orgulho nos olhos, mas orgulho do que meu pai jamais demonstrou para comigo.

Sorri com desânimo, ao lembrar que as coisas não eram bem assim em casa.

- Ah, eles acham. - Menti, tentando parecer o mais verdadeira possível - eles sempre dizem isso... Eles dizem - engoli um seco que se formou em minha garganta, era estranho estar ali mentindo sobre algo para aquelas pessoas que tinham sido tão gentis comigo - temos muito orgulho de você, Suzana... É como. - Prossegui - é como ganhar na loteria.

Que mentira dolorosa de se dizer, talvez porque ela nunca fosse se tornar real.

💫💫

Nós retornamos para o hotel assim que terminamos o almoço.

Tinha sido um bom dia, mas porque eu estava sentindo um aperto no meu coração, uma sensação de que algo não estava certo, e realmente não estava, passar amanhã com os Gallanis havia aberto meus olhos para injustiça da vida. Ele eram boas pessoas, e teriam sido bons pais, enquanto eu não tinha nem chegado perto de ter isso.

Havia uma palavra que eu acho que chegava perto do que eu estava sentindo agora, Hiraeth, do Galês. A tradução era basicamente "saudade de um lar ao qual você nunca esteve, ou que não pode retornar" Eu acho que passar esse tempo com os Gallanis me fez sentir falta de passar tempo com os meus pais, mas era ainda mais estranho, sentir falta de algo que eu nunca tinha tido.

Souza

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Souza

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora