Suzana
Antes mesmo que Eloisa conseguisse se aproximar o suficiente, o aglomerado de homens começou a se afastar e entrar nos carros, foi nesse momento que conheci um deles. O tal promotor do outro dia, Alexandre de não sei o que...
Davi quando viu que Eloisa caminhava em sua direção foi até ela. Os dois conversaram por alguns segundos, e quando eu não aguentei mais de curiosidade comecei a caminhar até eles.
- Davi... Está tudo bem? – Perguntei tentando não parecer preocupada.
- Sim. – Ele respondeu com firmeza – Aconteceu um imprevisto, e eu vou ter que ir a Levins. – Davi olhou acima de nossos ombros e gritou por Denis – Vocês vão para casa.
Eu esperei que Eloisa contestasse, já que parecia muito chateada ao meu lado, mas no final ela não disse nada.
- Vou esperar por você. – Falei.
- Não precisa, eu irei demorar. - Ele disse fitando o carro estacionar ao nosso lado. – Denis, leve minha esposa e minha irmã para casa.
O motorista assentiu, abriu a porta e esperou que entrássemos.
Eu suspirei e beijei seu rosto antes de entrar. Eloisa e eles trocaram alguns sussurros, e então ela entrou também.
Mesmo Davi tendo me dito para não esperar eu o fiz, sabia que havia algo de errado, ele não teria ido a Levins em um domingo a noite se não tivesse. E embora quisesse vê-lo antes de dormir, acabei por pegar no sono.
No dia seguinte quando desci para tomar café, Eloisa já estava lá, só que sozinha.
- Bom dia Eloisa, e meu irmão? – Perguntei sentando de frente para ela e me servindo do suco de abacaxi.
- Ah... Ele dormiu na Levins. – Ela disse tentando esconder o desapontamento.
Mais estranho ainda.
- Vovó e Asafe chegam hoje, então depois da escola eu vou direto pra casa. – Informei – quando conseguir falar com Davi, diz pra ele me ligar.
Eloisa assentiu.
- Pode deixar.
- E obrigada mais uma vez por me receber. – Agradeci.
Eloisa relaxou e sorriu um pouco.
- Disponha, Suzana.
Tive aulas tediosas pela manhã, e ainda não consegui me concentrar, embora quisesse. Meus pensamentos sempre estavam em meu irmão mais velho. Quando fui liberada, Asafe já esperava por mim, eu dei um grande abraço nele assim que entrei no carro, no meio de tudo isso havia esquecido que estava com saudades.
- Bem vindo de volta. – Disse feliz – e a vovó?
- No Moreal, vamos almoçar lá hoje.
Assenti.
- Davi também vai?
- Não. – Asafe deu partida no carro – não consegui falar com ele.
Franzi os lábios nervosa.
- O que é bem estranho. – Asafe prosseguiu – ele costuma atender sempre que ligo.
- Sim. – Concordei.
O dia poderia ser corrido, Davi poderia está muito ocupado, mas nunca rejeitava nossas ligações. Alguma coisa, alguma coisa estava acontecendo.
☘️
Pela noite, quando desci Asafe estava na sala, falando com Davi pelo celular. Ele parecia tenso, estava com a testa franzida, e com uma expressão confusa em seu rosto, expressão essa que ele tratou de mudar assim que me viu entrando.
- Sim, não se preocupe Davi... – Ele continuou ao telefone, e eu rodei o olhar pela sala, me perguntando onde vovó poderia está. – Está bem... Qualquer coisa me avisa.
Asafe desligou o celular e sentou na poltrona de frente para mim.
- Onde você vai toda produzida? – Ele me fitou pensativo.
- Eu e Isaque vamos jantar. – Respondi – e o Davi? Como conseguiu falar com ele? Ele nem me respondeu.
- Ligou para saber como estamos. – Asafe suspirou – e para avisar que está em Londres, volta amanhã, provavelmente.
- Londres? – Repiti confusa – como assim Londres, o que ele foi fazer lá?
Asafe deu de ombros.
- Nada demais, só precisava conversar com o papai.
Mais que desculpinha mais esfarrapada. Esses dois estavam com segredos comigo.
- Não faz essa cara Su, não é nada demais, já disse.
- Estão porque ele não me ligou?
- Está muito ocupado, obviamente, mas me pediu para te dizer que amanhã vamos jantar juntos, como em todas as terças.
Então amanhã ele me contaria tudo, ou eu o deixaria louca.
- Enquanto isso, divirta-se com Isaque.
Como se fosse um prelúdio, o celular apitou, e uma mensagem de Isaque apareceu.
Desculpa gatinha. Não vou conseguir jantar com você hoje, ainda estou na imobiliária.
Ah, ótimo. A noite só melhorava.
O que será que tá por vir hein...
VOCÊ ESTÁ LENDO
O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...