Capítulo 30 Você tá aqui, Levi?

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Suzana





O sol tinha resolvido aparecer naquele domingo. Sentada no banco da praça dos Averys, ao lado de Levi, eu pude sentir o vento frio passar por meu rosto, e levar algumas mechas do meu cabelo, que tinham se soltado do rabo de cavalo que eu havia afeito hoje pela manhã. A grande arvore acima de nós deixou cair algumas folhas, e provocou um som agradável quando o vento a balançou, um pouco ao longe, um jardineiro cuidava das flores, mas fora isso estava tudo muito calmo. 

— Obrigada por me receber. — Comecei com cuidado. — E por te me ajudado ontem, não teria conseguido se não fosse você. 

— Sinto muito por ter ouvido. — Levi ergueu os olhos em direção aos meus por um momento, e depois prosseguiu — porque ele te tratou daquela forma?

Eu suspirei, me sentindo muito, muito cansada. E de repente tudo que eu havia ensaiado para dizer hoje a ele pareceu muito estupido e irreal. Levi havia visto a forma que Edward me tratou só porque eu estava usando o colar, havia sido uma reação tão desproporcional para quem não conhecia a verdade por trás disso. Edward só havia falado aquelas coisas porque eu não era sua filha, porque eu não era da família. Tenho certeza que se fosse mamãe ou tia Mary usando aquele colar ele não teria ligado, tinha certeza que se eu fosse filha dele, ele não teria me tratado daquela forma. 

— Eu não sou filha dele. É por isso que ele me trata assim. — Murmurei fitando minhas mãos em punhos, em meu colo. Não tinha coragem de falar isso olhando para ele — descobri isso a poucos dias, só sou filha da Candece, mas não dele. 

Levi segurou minhas mãos com cuidado, então a primeira lagrima rolou por meu rosto e caiu na sua mão. 

— Isso não justificava, Suzana. — Ele disse essas palavras de forma simples, como se fosse óbvio.

Quando finalmente tive coragem de voltar os olhos para ele, Levi me fitava com muita compaixão. Não havia julgamento, critica, nem nada do tipo. Só havia o Levi, e ele parecia entender. 

 — Foi a primeira vez? — ele perguntou, enxugando as lagrimas do meu rosto. 

Assenti. 

— Antes eu costumava ser completamente insignificante para ele, eu não conseguia entender. Sabe desde criança, eu sentia que ele não gostava de mim. Pensei que fosse coisa da minha cabeça. — Eu me encolhi, percebendo tarde demais aonde minhas palavras haviam me levado. Nunca tinha admitido isso para ninguém. — Alguns dias atrás, eu o ouvi discutir com a mamãe, e falar que ele não conseguia nem olhar para mim. 

 — Por isso esteve tão doente nos últimos dias. — Levi concluiu com tristeza —  Asafe tinha me dito que o stress estava piorando a enxaqueca. 

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