Quando voltei a abrir meus olhos, já era dia.
O sol entrava pelo quarto através da janela. Eu rodei meu olhar pelo cômodo, havia dois pares de olhos azuis nele.
- Meus príncipes de armadura reluzente dormiram aqui? – brinquei.
Os dois vieram até mim quando viram que estava acordada.
- Não é nada demais, nós meio que já nos acostumamos. – Asafe respondeu com um sorriso.
- E o Levi?
- Foi levar a mamãe para comer. – Davi informou – ela também dormiu aqui.
Fiz uma careta.
Que bom que estava dopada o suficiente para não notar.
- Como está se sentindo? – Davi perguntou.
Eu analisei os sinais em meu corpo. O pescoço estava dolorido, ainda. Falar era doloroso também. O ombro é braço ardia, mas não tanto como dá última vez.
- Não tá doendo como ontem, mas ainda dói.
- Isso é bom. – Ele se inclinou e beijou minha testa.
Alguns minutos depois mamãe e Levi retornaram. Eu falei o mínimo possível com ela, e mentalmente desejei que fosse embora. Ela não foi.
Mais tarde a enfermeira sorridente voltou a me visitar.
- E então, como está se sentindo hoje, Suzana? – Ela perguntou fitando meus olhos.
- Ainda doe muito. – Respondi sinceramente.
Ela assentiu e anotou alguma coisa no prontuário.
- Certo. Vou dar uma olhada nas queimaduras, e vou ter que pedir que se retirem por alguns minutos.
O grupo que até então estava muito atento a cada gesto dela assentiu.
- Vou em casa, você quer alguma coisa? – Davi perguntou, e eu meneei com a cabeça.
Eu só queria mesmo era ficar sozinha.
Davi beijou minha testa antes de sair, Asafe deixou um beijo estalado na minha bochecha. E Levi se aproximou e beijou a comissura dos meus lábios. Mamãe se aproximou também na intenção de algum gesto carinhoso, mas desistiu quando viu em minha expressão que dela eu não queria nada.
- Você tem uma família muito carinhosa. – A enfermeira soou enquanto retirava minha blusa, e embora ela tenha tido cuidado, doeu mais do que o normal. – Eu vou retirar os curativos, as queimaduras precisam de água. Que tal um banho?
Assenti tentando manter a respiração controlada.
- Ok, eu ajudo você. – A enfermeira disse depois de retirar os curativos do meu braço e ombro.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...