Capítulo 22 Tristeza e solidão.

44 5 4
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.












No dia seguinte, quando abri os olhos, agradeci mentalmente que as cortinas do meu quarto impedissem que a claridade do dia entrasse nele, embora a dor tivesse passado, eu ainda sentia umas pontadas, umas leves pontadas, e tinha certeza que a claridade iria piorar tudo.

Eu obriguei meus pés a se moverem e segui para o chuveiro, estava me sentindo muito fraca, como se não comesse a dias, então a tarefa de me banhar foi extremamente exaustiva, quando terminei, evitei me olhar no espelho, não queria ter que ver meu cabelo natural, e sentir ainda mais aversão a ele, e sabia que meu rosto devia está horrível, havia chorado a noite toda. Pensei deitando na cama novamente, eu me sentia horrível, era exatamente essa a sensação, a dor e náusea haviam passado, mas o sentimento ainda estava aqui, e eu me perguntei se um dia ele passaria. Pensei fechando os olhos com forças, não queria mais chorar, estava tão cansada, tão cansada, como nunca havia me sentindo antes.

— Suzana? — A voz da minha mãe voltou   invadir o quarto, logo em seguida eu senti que ela sentou ao meu lado na cama — como está se sentindo hoje?

Era uma pergunta bem idiota, como eu poderia está me sentindo depois de tudo o que ouvi? Mas ela não poderia saber, se soubesse teria noção do quão estupida estava sendo. 

— Mal. — Respondi com medo de que se abrisse os olhos, se olhasse para ela perderia o controle e contaria tudo, e diria que a culpa era dele, toda dela! 

E perguntaria como, como ela tinha tido coragem de trair o papai, ele era tão bom, qual era o problema dela!

— Eu vou providenciar uma consulta com seu neurologista amanhã, seu irmão disse que você teve muitas crises na ultima semana, os remédios já não devem está mais fazendo efeito como antes. 

Os remédios funcionavam perfeitamente, a minha vida era que era uma completa desgraça, ninguém deveria ter que viver assim, ninguém. 

— Agora gostaria que você se alimentasse — ela continuou — não comeu nada ontem. 

— Eu não quero, só  ideia de comer me deixa enjoada. — Falei o obvio, embora não precisasse, ela sabia disso. 

— Eu sei querida, mas precisa fazer um esforço.

Quando eu estava a ponto de gritar que ela me deixasse em paz, a voz calma do meu irmão mais velho soou um pouco distante. 

— Como está a nossa doentinha? 

Eu abri os olhos para vê-lo se aproximar, com um sorriso doce em seu rosto, sempre tão sereno. 

— Davi... — Sussurrei sem folego, abraçando seu corpo quando ele sentou do outro lado da cama, eu encostei a cabeça em seu peito, e comecei a chorar. 

A única vantagem da enxaqueca era que ninguém se surpreendia com as lagrimas, eu costumava ficar assim quando tinha crises fortes, então eles deduziram que esse era o motivo delas, mas não era, eu estava chorando de tristeza, tristeza e raiva, tristeza por saber com certeza  agora que não fazia parte disso, que meu amoroso irmão, não era meu irmão de verdade, bem, pelo menos não por parte de pai, mas isso não importava, porque se ele soubesse a verdade iria me desprezar como o pai dele desprezava, e isso eu não suportaria, por isso tinha que me controlar, eu não podia perder meus irmãos, eles eram tudo que eu ainda tinha, e bem ali ao lado da tristeza estava a raiva, raiva da Candece por ter me escondido isso, raiva dela por ter deixado que Edward me tratasse como um lixo por todos aqueles anos e não fazer absolutamente nada para impedir, mas acima de tudo, raiva por me deixar acreditar e tentar com todas as foças ser aceita por ele, como ele poderia me aceitar, nem eu conseguia fazer. 

— Tudo bem, tudo bem... — Davi sussurrava, acariciando minhas costas, enquanto eu sujava sua camisa com minhas lagrimas. 

Não sei ao certo quando dormi, mas depois de chorar, e chorar, me senti muito casada, e pareceu ser a coisa certa a se fazer. 

🌼

Quando voltei a abrir os olhos tive noção de duas coisas, a primeira é que haviam colocado um acesso em minha mão, quando elevei o olhar tinha uma bolsa de soro em um apoio, a segunda é que havia alguém ao lado dela, sentado em minha poltrona. 

— Oi. — Asafe abriu um sorriso para mim — está se sentindo melhor?

Eu ainda estava meio sonolenta, e meio grogue, mas acho que assenti. 

— Mamãe pediu que um medico viesse. — Asafe explicou quando notou que eu voltei a fitar o acesso em minha mão. — Estão te dando vitamina e calmante também. 

Ah... Então eu havia chegado a isso mesmo. 

— Você nos deixou preocupados, quando entrei no quarto estava chorando descontroladamente. 

Que estranho, por mais que revirasse minha memoria confusa, não conseguia me lembrar disso, eu lembrava de chorar, mas não descontroladamente. 

— Só parou quando aplicaram o calmante. — Ele prossegui me fitando com os olhos tristes — estava doendo tanto assim?

Eu fitei seu rosto preocupado, sabia que ele estava falando da enxaqueca, mas quando respondi não era sobre isso. 

— Sim, muito. 

Asafe suspirou, e segurou minha mão com cuidado. 

— Vai passar agora...

Não vai não.

— Eu vou avisar que você acordou...

Eu segurei sua mão como pude. 

— Não me deixa sozinha. — Pedi. 

Meu irmão assentiu, o seu rosto que geralmente era alegre parecia muito, muito preocupado. 

— Sinto muito pelo que eu disse no dia em que discutimos. — Ele continuou tristemente. 

Eu devia está mesmo morrendo para que ele se desculpasse assim. 

— Nada daquilo era verdade. — Ele beijou minha mão com delicadeza — você é minha irmã, e eu te amo, está bem?

Naquele momento eu tive vontade de perguntar se ele ainda me amaria se soubesse a verdade, mas é claro que não tive coragem, então apenas assenti e respondi:

— Está bem. 

Oi, oi, oi pessoal, não deixem de me falar o que estão achando

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Oi, oi, oi pessoal, não deixem de me falar o que estão achando... 

O AMOR ME CUROUOnde histórias criam vida. Descubra agora