Capítulo 134. A morte não é nada!

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Gaby e Suzana

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Gaby e Suzana























O médico indicou hora da morte pela manhã. Ataque cardíaco. Ela havia falecido enquanto dormia, sem dor... Não consigo expressar em palavras o quão difícil foi ouvir aquilo, e mesmo que ele falasse não parecia real, porque ontem a noite eu tinha estado com ela, e ela estava bem, tínhamos organizado as flores, jantado, e depois quando eu disse que subiria para descansar, ela assentiu e agradeceu, ela era sempre tão doce, beijou meu rosto e disse: boa noite minha querida. Essa foi a última vez que a vi com vida.
O velório aconteceu na tarde do dia seguinte. Eu fiquei ali sentada ouvindo as palavras de consolo do pastor, e só conseguia pensar no quanto a morte era injusta, ela roubava as pessoas que amávamos.

Vovó... Eu fui muito feliz por ter você ao meu lado. Obrigada por me aceitar, obrigada por ser minha avó. Vamos nos encontrar de novo, nós vamos nos encontrar de novo. Desculpe não ter te abraçado mais forte quando tive a chance. Eu realmente pensei que teria outra vez. Se eu soubesse que teríamos tão pouco tempo eu realmente teria expressado mais minha gratidão e o meu amor...

Eu não sabia se um dia seria capaz de parar de chorar. Não conseguia entender porque Deus havia levado alguém tão dedicada a Ele. Não achava que um dia iria esquecer esse sofrimento e a sensação de perda.

Ela foi enterrada ao lado do vovô Davi. Os dois finalmente estavam juntos.

Adeus, vovó. Até nos encontrarmos novamente.

No final um a um se foi, e mãe ficou lá ao lado da sepultura em um choro silencioso. Com Edward ao seu lado, então eu não me atrevi a me aproximar, em nenhum momento, mas dali parecia que ela estava sofrendo muito. Eu nunca consegui entender esse relacionamento das duas, ela era filha única, e ainda assim parecia tão distante da vovó, na verdade às vezes nem pareciam mãe e filha.

- Pronta pra ir? – Gaby tocou meu ombro com carinho.

Eu busquei meus irmãos com os olhos, ambos estavam juntos, um pouco distante de mamãe, olhando para ela com dor e pena.
Era o momento deles.

Eu suspirei e assenti. Juntas nós seguimos para o carro, o motorista abriu a porta para nós, Asael já estava lá a nossa espera. Gaby sentou ao seu lado e eu sentei de frente para os dois. Agora que tudo tinha acabado era tão estranho parecia que estava faltando algo.

- Candece e Edward vão continuar com vocês?

- Sim. Não se preocupe. – Gaby respondeu com um sorriso acolhedor.

Foi a tia Mary que deu a ideia deles ficarem na mansão Fler. Eu achava que tinha sido por mim, não queria nem imaginar como seria difícil dividir o teto com eles novamente.
Davi e Eloisa estavam conosco, então eles só poderiam ficar na casa da tia Mary.

Quando cheguei fui direto para meu quarto. Tomei remédio para enxaqueca e felizmente dormi por um bom tempo, só acordei no dia seguinte, mas como ainda estava com a cabeça dolorida resolvi ficar no quarto, e me obrigar a comer alguma coisa, embora não fosse fácil. Sentia meu estômago embrulhado, e ainda de comer algo me deixava com vontade de vomitar.

Aquilo era tão estranho, nunca tinha perdido ninguém tão próximo, então era tudo muito novo pra mim, a ideia de que nunca mais a veria fazia meu coração doer, e eu sentia um aperto no peito.

Vovó...

Eu enxuguei as lágrimas do meu rosto e me aconcheguei mais na poltrona em que estava, da grande janela de vidro eu conseguia ver o seu jardim de inverno. Na sexta ela estava colhendo flores ali, naquela noite nós organizarmos elas nos vasos. Foi a última coisa que fizemos juntas. Você nunca sabe quando é a última vez, nunca sabe.

- Suzana? – A voz de Gabriela me puxou dos meus pensamentos – eu estava batendo. – Ela continuou atravessando o quarto e sentando de frente para mim – Davi disse que está com uma crise de enxaqueca.

Assenti.

- Você veio sozinha? – Perguntei sabendo que ela entenderia o sentido duplo do questionamento.

- Tia Mary e tia Candece estão lá embaixo, viemos às três. Elas devem subir mais tarde para te ver.

Eu respirei aliviada. Ao menos Edward estava dando uma trégua.

- Que vista linda. – Gaby disse olhando pela janela.

Eu sorri um pouco em meio às lágrimas.

- Era o lugar favorito dela. – Sussurrei – a vovó amava flores.

💗

No dia seguinte acordei mais cedo que o normal. Os remédios pareciam nem está mais fazendo efeito, tanto para dormir, como para dor. Ainda sentia minha cabeça latejando.

Quando desci para o café, na esperança de que a comida fizesse melhorar. Estanquei no corredor ao ouvir a voz de Edward, e automaticamente meu coração acelerou. Eu me encostei na parede e tentei obrigar minhas pernas a se moverem. Precisava sair dali.

- E a mamãe? – Ouvi a voz de Davi.

- Muito abalada. Nunca a vi assim, ela está sofrendo muito. – Edward respondeu – precisa de vocês ao lado dela. Como eu tenho que voltar pra Londres ela vai ficar, por um tempo.

Fez se um silêncio, então Davi voltou a falar.

- Certo. Vamos cuidar dela.

- Depois que ela retornar quero que vocês voltam para Londres...

Meu coração deu um salto. Voltar para Londres.

- Como assim voltar para Londres? Vovó Harry quer que eu vá para Milão. Já está tudo pronto.

- Isso é o de menos agora Davi. A mãe de de vocês está sofrendo, sofrendo muito. Ela precisa dos filhos com ela, dá neta, isso vai fazer ela melhorar. – Edward replicou, em um tom quase feroz. – Agora que a avó de vocês se foi não ah mais nada para vocês aqui neste país.

- Todos nós estamos sofrendo pai, mas você parece esquecer o que nos fez mudar para o Brasil.

- Já faz mais de quatro anos Davi! Já está na hora de superarmos isso.

- Superar? A Suzana nem consegue ficar no mesmo cômodo que você, quem dirá na mesma casa... Voltarmos para Londres está fora de cogitação!

Eu respirei fundo várias vezes, estava começando a sentir falta de ar... Precisava sair dali, precisava sair dali...

- Vai partir o coração da sua mãe, se decidir fazer as coisas assim.

- Eu sinto muito por isso. Amo minha mãe, de verdade. Mas amo mais a minha irmã...

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