Rebecca
Rebecca estava atrasada para a própria festa! O que era bem estranho, principalmente para ela, que dificilmente se atrasava para qualquer coisa.
Eu rodei o olhar mais uma vez por todo o Moreal que estava cheio de pessoas, todos seus amigos esperando por ela. Quando organizamos a festa e Sarah teve a ideia de alugar o espaço de festa do Moreal, Rebecca achou exagerado demais.
Não tenho tantos amigos assim. Essa foi exatamente a sua fala, mas pensando bem, ali devia ter no mínimo umas 70 pessoas. Quando meu olhar finalmente pousou na entrada principal, eu avistei Rebecca.
Eu caminhei até ela, que estava acompanhada de outra pessoa. Um rapaz que eu não lembrava de já ter visto. Assim que cheguei percebi que meu irmão havia se juntado a eles primeiro.- Onde você estava? – Asafe perguntou – estávamos preocupada.
Ta bom, ele estava sendo exagerado. Era estranho que Rebecca estivesse atrasada para sua própria festa, mas os convidados estavam relevando, afinal era seu dia.
- Desculpe. O pneu do meu carro resolveu furar no caminho. Estão peguei um táxi. – Ela se explicou.
- Devia ter me ligado. – Asafe resmungou de mau humor.
Aquilo estava parecendo uma briga de casal.
- De qualquer forma. – Meu irmão abriu a carteira e tirou duas notas de 100 – obrigada por tê-la trazido. – Ele estendeu para o rapaz ao lado de Rebecca que encarou o dinheiro com estranhamente.
- Ele não é o taxista! É meu convidado. – Rebecca ergue a sobrancelha com desaprovação e eu me segurei para não abrir a boca surpresa.
Que mancada, Asafe.
- Ah, eu pensei... Foi mal aí cara. – Meu irmão guardou o dinheiro envergonhado.
- Sem problemas. – O amigo de Rebecca disse, embora a expressão dele não parecesse que estava tudo bem.
- Seus pais pediram que fossem falar com eles quando chegasse. – Disse disposta a intervir nesse desastre.
- Tá, tô indo. – Rebecca respondeu – vamos Ismael, vou te apresentar pra eles.
Rebecca passou por nós e seguiu para o outro lado, onde seus pais estavam.
- Quem é esse cara? – Asafe perguntou fitando os dois na multidão.
Dei de ombros.
- Nunca vi antes.
- Nem eu, mas ela não convidaria um estranho para o aniversário dela.
Eu olhei para ele e sorri. Sua expressão estava tensa, e ele parecia muito, muito bravo.
- Tá com ciúmes, ou envergonhado? – Brinquei.
- Que? Não seja ridícula. Como eu ia saber que ele é um convidado. – Meu irmão fez uma careta, e embora não quisesse soar esnobe, acabou soando.
O amigo de Rebecca estava com roupas simples, isso acabava destoando ele do ambiente, mas eu sabia que não era isso que estava intrigando meu irmão, então só restava a segunda opção.
Sorri.
- Tá com ciúmes então!
Asafe ainda olhava os dois, conversando com os pais de Rebecca. Estava tão atento, que duvidava que tinha me escutado.
- Oi... – Asael se aproximou – desculpe tô muito atrasado. – Ele beijou meu rosto.
- A aniversariante acabou de chegar também, estão não tem problema. – Respondi – e a Gaby?
- Achou melhor ficar em casa. Não tava se sentindo muito bem.
Assenti. Ultimamente ela estava tendo essas indisposições. Eu visitaria ela amanhã.
- O que aconteceu com ele? – Asael se deu conta de que Asafe estava ao nosso lado.
- Está com ciúmes da Rebecca.
Asael sorriu.
- Finalmente.
A festa prosseguiu normalmente. Rebecca teve que dividir a atenção entre todos os convidados, Asafe meu irmão não saía do pé dela.
Eu tentei entender o que poderia ser aquilo, e não consegui. Tinha pouco mais de três meses que ele e Fiorella tinham terminado, meu irmão ainda gostava dela, então achava que era cedo demais para ele se interessar por outra pessoa, talvez ele só estivesse confuso. Pelo sim e pelo não, esperava que nem um dos dois se machucassem. Pensei analisando os dois conversando um pouco distante da mesa em que eu Sarah, e Arthur estávamos sentados.- Você sabe quem é esse cara que Rebecca trouxe, e os amigos dele? – Sarah me tirou dos meus devaneios.
Ela fitava, na mesa próxima a nós o tal amigo com quem Rebecca tinha chegado. Acompanhando de mais uma garota e outro rapaz, os três sorriam de algo.
- Não. Asafe também ficou super curioso. – Comentei.
- Se são amigos, é estranho que não os conheçamos.
Assenti. Isso era verdade.
- Isaque? – Arthur que até então estava calado, soou em tom de surpresa.
Eu e Sarah seguimos seu olhar parando direto na entrada, onde Isaque acabava de entrar com uma garota.
Mas o que...
- Não acredito que esse idiota... – A voz de Sarah soou distante.
De repente eu tive a sensação horrível de que estava no lugar errado.
Suzana
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...