Gaby
O domingo chegou procedido pela melhor surpresa que poderia ter, tia Mary, tio Lúcios, e meus primos estavam em Londres.
- Porque não avisou que viria? - perguntei com um misto de empolgação que não sentia a muito tempo.
Gaby deu de ombros, sentada de frente para mim, em minha cama.
- Tia Candece, e mamãe queriam fazer uma surpresa para você.
Eu sorri e voltei a abraça-la mais uma vez. Era uma ótima surpresa.
- Estou tão feliz que estejam aqui. - Sussurrei fitando-a.
- Sua alegria compensa o fato de eu ter horror a todo esse frio - Gaby brincou.
É claro que como alguém que havia nascido e sido criada no calor do Brasil, ela odiava o frio de Londres.
- Você tem que superar isso, seu lugar é aqui comigo. - Brinquei também.
Ela sorriu, ainda mais animada.
- Você tem razão, e imagine minha surpresa quando soube que você esteve doente durante toda a semana, e nem sequer me falou. - Ela soou com cuidado, com certeza já havia sido advertida pelos meninos, de como eu estava ultimamente. - O que está acontecendo, Su? Estão todos tão preocupados com você.
Gaby ouviu quando eu prendi o fôlego, apesar do som ter sido baixo até para os meus próprios ouvidos. Ela olhou para os meus olhos de novo com um misto de curiosidade e preocupação
A Gaby, era a Gaby, sempre muito preocupada, sempre muito atenciosa, e embora ela quisesse desfaçar, eu conseguia ver a aflição rondando sua face. E se havia alguém com quem eu conseguiria compartilhar tudo aquilo, seria com ela, não porque ela morava longe, ou qualquer coisa do tipo, mas porque eu tinha certeza dentro de mim que ela entenderia.
Gaby tinha sido adotada por meus tios quando era criança, e embora o nome Levins trouxesse muitos privilégios, ele vinha acompanhado de outras coisas não tão boas, está sempre em evidencia por ser uma Levins nada parecida com o restante da família, causava muita dor a Gaby, eu sabia, todos da nossa família sabiam, sabe-se Deus, quanto preconceito disfarçado ela já não tinha passado por sua cor de pele, ou cabelo, acho que por isso sempre tive medo de não me parecer com eles, tinha medo que as pessoas me desprezassem, como Edward desprezava.
- Sabe que pode me falar qualquer coisa, não sabe.
Suspirei sentindo a primeira lagrima rolar em meu rosto. Eu sabia, e queria tanto dividir aquilo com alguém. Então gaguejando muito, e com dificuldade, comecei:
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O AMOR ME CUROU
RomantizmSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...