Suzana
Fitei as teclas do piano, enquanto meus dedos passavam por elas, e eu tentava reproduzir as mesmas notas da musica: Do que os sonhos são feitos, quando chegou meu momento, eu arrisquei cantar a letra.
"Você já viu uma noite tão linda... Eu quase poderia beijar as estrelas por brilharem tanto"
Parei de tocar e cantar quando percebi que não estava ficando bom, e eu meio que não queria fazer aquilo, já estava ensaiando, quase a manhã inteira, e a medida que o tempo passava eu só me arrependia mais por ter aceitado a proposta que mamãe havia me feito a algumas semanas atrás, de tocar e cantar sua musica favorita em sua festa de aniversario, que seria hoje, ela disse:
Será um presente tão especial, querida.
E eu simplesmente não pude dizer não, mas agora queria muito tê-lo feito. Não me sentia confortável em tocar e cantar para ela, no meio de todos, depois que tudo aquilo tinha acontecido, eu tentava esquecer, tentava de verdade, porque queria seguir com minha vida, mas simplesmente não conseguia.
— Porque parou de tocar? Eu estava apreciando muito. — Davi disse tirando os olhos do seus papeis, do outro lado da sala.
Eu me assustei um pouco, estava tão compenetrada em meus pensamentos que até me esqueci que ele estivera ali todo o tempo.
— Não sei como consegue se concentrar desta forma. — Disse voltando a tocar, mas me privando de cantar.
Ele ouviu as notas por alguns segundos, mas não voltou ao seus papeis.
— Me concentro mil vezes melhor quando você está ao piano.
Abri um sorriso amarelo.
Ele era o único que gostava. Piano não era nem um pouco o estilo de Asafe, ele dizia achar muito antiquado, coisa de pessoas velhas. Mamãe estava sempre, sendo a mamãe, então eram raros os momentos em que parava para ouvir, e Edward, bom tinha sido por ele que tinha aprendido, uma vez escutei vovô Harry comentando como vovó Sabine tocava e cantava bem, e como Edward gostava de a ouvir, para logo depois ele acrescentar:
Era como ouvir um anjo.
Então eu pensei: Talvez ele preste atenção em mim se eu aprender. E eu consegui, de verdade, não era nenhuma prodígio, como a senhorita Wint, mas era boa. Papai nunca parou, nem sequer uma vez para me ouvir, agora eu entendia o porquê.
— É um presente muito gentil da sua parte. — Davi prosseguiu — quando for o meu quero que toque também.
Sorri um pouco.
— Tocarei com muito prazer. — Afirmei com sinceridade.
Nesse momento duas batidas na porta chamou nossa atenção, e logo depois o mordomo adentrou a sala.
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O AMOR ME CUROU
RomanceSuzana Moreal Levins, morava na Inglaterra desde os sete anos de idade, a Londres fria e chuvosa era o único lar de que se lembrava, e era também o ultimo lugar em que queria está. Um trágico acidente havia contribuído para isso, ela estava totalme...