Capítulo 39 Asafe.

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 Nós retornamos para casa em silencio. Levi estava muito chateado comigo para falar qualquer coisa, e eu estava presa em meus próprios pensamentos para insistir em alguma coisa.

Como uma lembrança tão antiga podia está guardada em minha mente, e causar tanta dor depois de todo esse tempo?

Eu era só uma criança, só uma criança... Eu deveria odiar o Edward, deveria odiar pelo que ele fez aquela criança sentir... Mas eu não conseguia, a única pessoa que eu conseguia odiar ali era eu, por ser tão inadequada, e não conseguir ser o suficiente. 

Nesse momento Levi estacionou o carro na entrada principal da minha casa, então com muito cuidado, eu virei para ele e disse suavemente:

— Me desculpa... Eu não queria iniciar uma discussão com você.

Levi notou a mudança na minha na minha voz, isso deixou ele pensativo.

— Eu só não estava me sentindo muito bem. — Admiti.

Ainda não me sentia, na realidade.

— O que aconteceu com você? — Ele falou cada palavra cuidadosamente com sua voz, gentil. — Porque perguntou se amar você é um fardo?

— Foi a Isabella. Ela disse que eu causo infelicidade a você.

Sua expressão passou de curiosidade para insatisfação, mas não estava nem um pouco surpreso.

— E desde quando você se importa com o que a Isabella fala?

Meneei com a cabeça.

— Não foi o que ela disse, foi a memoria que me veio a mente quando eu a ouvi. — Comecei a explicar — me fez lembrar... — Eu me calei voltando a chorar de novo.

— Suzana? — Levi sussurrou.

Eu olhei nos seus olhos, que estavam cheio de preocupação comigo, e nem ao menos conseguia falar direito, então eu o abracei com força, e embora fosse inesperado, ele não pareceu se surpreender.

— Me fez lembrar de quando eu era criança. — Sussurrei em seu ombro, lutando contra as lagrimas — e ouvi Edward falar o mesmo, falar que eu era um fardo cansativo para ele.

Levi beijou a minha cabeça, com delicadeza.

— Você não é um fardo, Suzana. — Ele afirmou com veemência. — O que eu tenho que fazer para te fazer acreditar nisso?

Meneei com a cabeça.

Nada mais me faria acreditar.

— Eu tenho que ir. — Disse.

— Preferia que você ficasse. — Ele sussurrou passando a mão de forma carinho por meu cabelo.

Eu não. Sabia que ainda iria chorar, e não queria fazer isso na frente dele. Pensei me soltando de seu abraço, e limpando o rosto com a mão.

— Nós estamos bem? — perguntei com receio.

Levi assentiu com um pequeno meio sorriso.

— Então nos vemos amanhã. — Disse chegando mais perto e dando um beijo em sua bochecha.

***

Na semana seguinte, chegou a final dos jogos. E nossa escola jogaria com a King 's College London hoje. O campo estava uma verdadeira loucura de amontoado de gente. E enquanto eu passava meus olhos, pelos jogadores que se aqueciam, procurando por meu irmão. Davi ao meu lado, pediu licença para atender seu celular que tocava insistentemente.

— Ei Asafe, aqui! — Gritei quando seu olhar encontrou o meu.

— Estão atrasados! — disse de péssimo humor — quase não consegui guardar lugar para vocês. — Ele falou gesticulando para a primeira fileira da arquibancada. 

Revirei os olhos.

— O trânsito estava péssimo. — Expliquei — sua namorada não vem? — perguntei notando que ela não estava na bancada.

— Fiorella está visitando uns tios em outra cidade.

Ah, bom. Isso explicava o péssimo humor. Espera um pouco...

— Aquele é o George? — perguntei alarmada, vendo o infeliz correr pelo campo com o uniforme da outra escola.

— Sim! Ele está jogando pela King 's College London.

Eu fitei Asafe surpresa.

— Vamos ganhar de lavada. — Asafe continuou mais para se mesmo — fica de olho.

— Toma cuidado, viu. — Pedi preocupada.

— Era a mamãe. — Davi anunciou se aproximando — eles não vão conseguir chegar a tempo. Parece que aconteceram uns imprevisto. 

Asafe franziu a testa, tentando esconder o desapontamento. Ele tinha pedido a eles que viessem.

— Não estou surpreso. — Disse — vocês estão aqui, é isso que importa.

Davi suspirou ao meu lado, e tocou o ombro de Asafe.

— Faça um bom jogo.

— Vamos está torcendo por você. — Afirmei beijando seu rosto.

***

A partida começou, com o coro vocacionado da plateia. Estava uma verdadeira loucura. E o animo no campo, ainda pior. Eu não entendia porque eles tinham que ser tão agressivos um com outro, até Asafe estava passando dos limites ao meu ver. Mas acho que tudo se devia por conta de George, ele estava muito irritado por ter que está em campo, com ele, novamente.

No final do primeiro tempo, nós estávamos perdendo feio. Durante o intervalo, Asafe, ficou com o time, para dá coordenadas, e eu resolvi responder a mensagem de Levi, que tinha chegado durante o jogo. Ele não estava em campo hoje, e nem tinha vindo ao jogo, porque não estava se sentindo muito bem.

Estamos perdendo!

Sério?

Sim, e você não vai acreditar. George está jogando pela outra escola.

Asafe deve está muito irritado.

Suspirei. Vendo que o intervalo tinha acabado.

Sim, muito. Depois a gente se fala, o jogo vai começar.

Mandei a mensagem, e guardei o celular na bolsa, voltando toda minha atenção para o campo.

Se no primeiro tempo eles estavam agressivos, no segundo estavam ainda pior. Depois que nossa escola conseguir empatar, nosso time começou, a se acalmar, ao contrário do outro.

Um pouco antes do segundo tempo acabar, Asafe correu pelo campo com a bola no bastão. Ele era tão rápido e agiu, que com certeza iria marcar, seria o gol decisivo. Quando estava próximo o suficiente, um jogador conseguiu entrar em sua frente, Asafe pulou para marcar dali mesmo, então George o atingiu com tanta força no ar, que quando ele caiu no chão e gritou, eu tive certeza que alguma coisa havia quebrado.

Asafe... 

 

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