Capítulo 10

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Linale ficou calada o restante da viagem e apesar de ser algo que tinha pedido antes, não gostei do fato dele ter me ignorado e prestado atenção apenas no seu livro.

— Do que se trata o livro? — Perguntei e quando a minha voz chegou ao seu ouvido, ela soltou o livro me encarando surpresa.

— É um enemies to lovers. — Respondeu e não fazia a mínima ideia do que isso queria dizer.

— Se eu lhe disser que sei do que está falando, estarei sendo muito mentiroso. — Falei arrancando um sorriso meigo dela.

— É um romance entre máfias rivais. — Diz ela e depois complementa. — Eles se odeiam, mas existe uma lei que a cada cem anos, exige que um herdeiro de cada máfia se case com o herdeiro da outra.

— Você está lendo um livro de máfia? — Perguntei indignado.

— Ham ham. — Diz ela sorrindo, dessa vez um sorriso mais aberto, é evidente para todos o seu amor por livros.

— Você sabe que é uma agente, né ? — Indaguei brincando. — Do lado bom e certo da lei? — Ela soltou uma risada.

— Não se preocupe Léo. — Afirma colocando o livro em cima das suas pernas pálidas e chamativas. — Leitores sabem separar a ficção da realidade.

— Eles podem até saber separar, mas quando você imagina demais, logo vai querer mais também. — Contra argumentei, virando o carro para a outra rua.

— Concordo com você. — Disse, embora não justificasse em qual ponto ela concordava.

— Em exatamente em que? — Insisti em sua direção, sem nem saber o porquê de está fazendo tantas perguntas para ela.

Porém é isso que devemos fazer se quisermos ter uma parceria verdadeira e de confiança, aliás era muito bom conversar com ela.

Sempre fui silencioso e isso se deve ao fato de passar muito tempo na infância sem ter ninguém para conversar e por mais que a academia tivesse pessoas interessadas em um diálogo, nunca quis participar de nenhum deles.

Odiava com todas as forças as interações em grupo e quase fugia delas.

Mas com ela tudo isso era diferente.

Uma parte minha gostava da sua conversa, enquanto a outra ainda queria viver no escuro e no silêncio.

— O que quero dizer, Léo, é que nós leitores sonhamos com mais do que talvez esse mundo possa nos fornecer. — Respondeu de maneira vaga e não questionei mais o seu posicionamento. — E, não é porque leio um dark romance que vou querer viver um.

— O que é um dark romance? — Perguntei curioso. E, a sua reação foi um pouco fora do normal. Suas bochechas começaram a ficar vermelhas e ela deu um sorriso sem graça em minha direção.

— Livros mais ... hum ... — Ela dá uma pausa. — Livros com um conteúdo mais pesado.

— Como assassinatos? — Perguntei sem entender.

— Aham... — Diz com a voz baixa.

— Parece interessante. — Afirmei.

— É muito interessante e o lado bom é que nunca sabemos o que vai acontecer lá dentro, porém não acho que faça a sua cara.

O restante do final da tarde foi bem tranquilo e finalmente sentei para responder as mensagens da Luiza, apesar da distância a qual fomos criados ela tentava ser uma ótima irmã.

Patrick era mais fechado, piadista e amoroso. 

Ele era o único que podia ficar perto de mim, já que era um garoto rebelde e não seguia as ordens.

Fugindo por você. (Friends To Lovers) Onde histórias criam vida. Descubra agora