10. Podemos ser...

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Nicole cai em um choro profundo e doloroso, eu a aperto em meu abraço e a acariciando tento acalmá-la

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Nicole cai em um choro profundo e doloroso, eu a aperto em meu abraço e a acariciando tento acalmá-la.

— Não fica assim, me perdoa, nos reencontramos e podemos recomeçar de onde paramos... — Acaricio seus cabelos e costas, quanta saudade eu senti do cheiro dela, da pele dela, que vontade de beijá-la, mas me controlo, pois minha intenção no momento é realmente acalmá-la.

Permanecemos assim por um tempo, aos poucos ela vai parando de chorar, eu não falo nada, apenas aproveito a sensação de tê-la novamente em meus braços, até que ela me empurra levemente, desfazendo nosso abraço.

— Me desculpe por esse descontrole, Noah, mas o fato de termos nos reencontrado não muda nada...

— Mas eu te contei o que aconteceu, por favor, Nicole, acredita em mim?

— Mesmo que eu acredite, isso não muda os fatos, o tempo passou, nós seguimos nossas vidas, nós mudamos. Além disso, preciso me concentrar em minha empresa, não posso correr o risco de deixar outra desilusão me desestabilizar. — Ela diz sem me olhar nos olhos, enquanto esfrega os braços, e eu suspiro frustrado.

— Quem disse para você que será uma desilusão? Eu mudei sim, mas meus sentimentos com relação a você não, e os seus?

— Meus sentimentos não interessam, sentimentos só atrapalham. E quanto a você! Mesmo antes de saber quem era, eu ouvi falar da fama do dono da academia, você é um tremendo de um mulherengo sem vergonha, exatamente o tipo de cara com quem eu jamais me envolveria.

— Isso porque eu não tinha mais você, te garanto que agora nenhuma outra mulher me interessa, aliás...

— Palavras Noah... São apenas palavras, o tempo passou, nós nem nos conhecemos mais...

Somos interrompidos pela campainha que toca, Nicole rapidamente passa a mão pelo rosto e sai do cômodo para atender, eu fico parado por alguns segundos, pensando em como convencê-la, agora já tenho certeza de que ela não tem ninguém e não me esqueceu.  Olho pela janela e a vejo atendendo os entregadores, mas meu telefone toca e atendo rápido, pois é da escola da minha irmã, e enquanto falo ao telefone já vou descendo.

— Nicole, eu terei que ir... — Ela novamente me interrompe, assim como fez a pouco enquanto conversávamos.

— Tchau Noah.

Droga! Não posso ficar, eu realmente preciso ir, embora não quisesse deixar essa conversa inacabada. Apenas digo que depois a procuro e saio apressado, pego meu carro e sigo para a escola. Ao chegar lá, encontro minha irmã sentada na recepção da secretaria, corro até ela a abraçando.

— O que aconteceu Ma?

Ela chora e a pedagoga aparece me chamando, dou um beijo em minha irmã e digo que já volto, assim que entramos a pedagoga já vai falando.

— Noah, infelizmente terei que suspender a Maitê, como você já sabe, ela frequentemente tem se envolvido em discussões e problemas, hoje ela chegou as vias de fato, e bateu em outra aluna. Como já te aconselhei, você deve além do acompanhamento com a psicóloga, ter regras mais rígidas com ela, não é porque ela não tem os pais que ela pode fazer tudo o que quer.

— Eu vou conversar com ela, de quantos dias será a suspensão? — Apesar de estar morrendo de raiva dessa mulher, eu resolvo não discutir, sei que minha irmã deve ter tido um motivo para brigar, não tem relação com a criação que estou dando a ela, pois até ano passado essas coisas não aconteciam.

Após ouvir que minha irmã ficará o restante da semana suspensa, eu me despeço da mulher novamente dizendo que irei resolver, pego minha irmã e vou com ela para a academia, até tento conversar no caminho, mas ela permanece de cabeça baixa chorando.

Ao chegar na academia, minha irmã corre para minha sala, e eu sou parado na recepção por algumas alunas, converso um pouco com elas, mas nem presto atenção no que estão dizendo, estou pensando em minha irmã, não sei o que fazer, ela se nega a me dizer o que está acontecendo. Mas ao ouvir o burburinho das alunas sobre a agência de modelos que está abrindo aqui do lado, uma ideia me passa pela cabeça, então me despeço das garotas e vou até minha sala.

— Ma, vem comigo, quero te apresentar uma pessoa... — Ela me olha e levanta vindo em minha direção, pego em sua mão e caminho sem dizer mais nada, assim que chegamos no sobrado, noto que o portão está aberto e há um outro caminhão, de onde estão descarregando algumas coisas. Entro direto com Maitê e assim que avisto Nicole vou falando. — Nicole, eu trouxe minha irmã para conhecer você.

— Que coisa boa... — Nicole responde sorrindo enquanto olha para Maitê e eu respiro aliviado. — Tudo bem gatinha? Eu sou a Nicole. —Ela se abaixa dando um beijo no rosto da minha irmã.

— Sou Maitê. — Minha irmã responde meio envergonhada.

— Posso saber porque uma menina tão linda está com essa carinha de choro? — Nicole pergunta espontâneamente e eu respondo.

— Também gostaria de saber, mas tudo que sei é que ela está com problemas de relacionamento na escola, anda brigando e não quer me contar o porquê, hoje conseguiu uma suspensão, desculpa vir aqui...

— Imagina... Maitê, eu tive uma ideia, o que acha de ser minha ajudante? Você deixa, não é Noah?

Olho sorrindo para Nicole e concordo, minha irmã apesar de não olhá-la, sussurra um sim, Nicole então pede a ela que vá abrindo algumas caixas e diz que posso deixá-la ali, que vai ver se consegue fazer amizade e descobrir o que está acontecendo.

— Muito obrigado mesmo, nem sei como te agradecer... É... E quanto a nós Nick? Podemos conversar depois?

— Não existe nós, Noah. Você será meu vizinho, além de ser o dono desse prédio, então obviamente teremos algum contato, mas vamos manter assim, no campo profissional e talvez da amizade, será melhor para todo mundo.

— Eu não quero ser só seu amigo, eu ainda gosto de você. — Respondo frustrado. — Mas vou encarar isso como um começo, eu vou te reconquistar, você vai ver. Mais tarde venho buscá-la, obrigado amiga! —Dou um beijo no rosto dela e saio rápido.

Na academia, vou direto para minha sala, e lembro que até isso não mudou, eu sempre falava da minha irmã para ela, e Nicole dizia que queria muito conhecê-la. Talvez o contato com uma mulher que não vai falar com Maitê apenas para pedir meu número de telefone, a ajude. Depois de algum tempo mais pensando em Nicole do que trabalhando, eu resolvo ir chamá-las para lanchar, mas ao chegar na frente da academia...

Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora