No potinho...

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—  Amor, você vai me ajudar a gozar no potinho? — Assim que termino de perguntar, Nicole se senta e me olha.

— Claro que sim, quem mais seria? A menos que você queira se masturbar sozinho... Acho que eles deixam a esposa ajudar, não sei...

— Será que podemos fazer aqui em casa?

— Acho que não, acredito que terá que ser na clínica amor. E outra coisa, sei que combinamos de congelar os embriões, mas também gostaria que você guardasse seu esperma em um banco. — Ela diz e quem senta agora, sou eu.

— Você quer que eu seja doador de esperma? Não me sinto confortável em saber que poderei ter um filho por aí sem saber da existência dele, sem participar da vida dele...

— Não é nada disso, é que há um limite de óvulos que vão conseguir retirar de mim, não sabemos quantos serão, e se para cada filho precisar de mais de uma rodada de fertilização? Além disso, e se algum dia no futuro você quiser ter um filho com alguém que não seja eu?

— Você ficou louca? Não existe essa possibilidade, só terei filhos com você, só serei casado com você, você é a mulher da minha vida, já disse isso, se a razão para guardar esperma é ter filhos com outra pessoa, pode esquecer, ficaremos apenas com os embriões que conseguirmos. — A interrompo assim como ela fez comigo, pois não existe se quer possibilidade de eu pensar em alguém que não seja ela para ser mãe dos meus filhos.

— Desculpe, só não quero que você perca nenhuma possibilidade, também não imagino minha vida sem você, e nem outra pessoa comigo que não seja você, mas o esperma é uma boa, vai que eu não consigo engravidar facilmente, com o esperma aumenta nossa quantidade de vezes que poderemos fazer tentativas.

— Desse modo sim, concordo com você. Mas meu esperma é  para gerar nossos filhos, apenas os nossos, não se esqueça disso. — Digo a puxando para um beijo e logo após nos deitamos novamente.

— Ótimo, amanhã já vemos com o médico como fazer e quando podemos começar.

Concordo com ela, nos deitamos e fico a acariciando, Nicole acaba cochilando em meus braços e eu fico deitado, assistindo até minha sogra chegar com minha irmã, que corre ao nosso encontro se jogando em nosso meio, minha mulher acorda assustada, mas logo abraça Maitê e lhe explica que ela precisará se acostumar a ir primeiro tomar banho quando chegar da rua, pois estarei com a imunidade muito baixa e precisaremos tomar cuidado para que eu não pegue nenhuma infecção ou virose. Maitê diz que vai lembrar e levanta para ir tomar banho, e mesmo não gostando de todo esse movimento por minha causa, acabo não dizendo nada. Nicole se prepara para levantar, mas eu a seguro.

— Deixa que eu levanto fazer o jantar.

— De jeito nenhum, você está de repouso, já esqueceu?

— Não estou cansado e não vou me esforçar.

— Vamos juntos então, pode ser? — Ela questiona e me dá um beijo, mesmo querendo fazer sozinho, eu acabo concordando com ela, respiro fundo tentando lembrar que ela só quer o meu bem, por isso todo esse cuidado.

Fazemos a comida e após o jantar permaneço sentado na cozinha, conversando com elas enquanto limpam tudo. E seguimos nossa nova rotina, de colocar minha irmã para dormir e então irmos para nossa cama, que ainda é  nosso sofá, pois Nicole já quis dormir na sala de televisão, novamente ela custa a pegar no sono e eu só adormeço depois dela.

Pela manhã, apesar de eu insistir, ela vai sozinha ao médico retirar o DIU, argumentando que já irei com ela a clínica na parte da tarde, então preciso repousar e me preservar. Quando ela volta trazendo nosso almoço, ela resolve algumas questões das empresas e seguimos para o médico, após a ultrassonografia e verificar o resultado dos exames, ele nos diz que amanhã  Nicole pode começar a tomar os medicamentos, ela irá tomá-los por doze dias e no décimo terceiro dia realizará a coleta dos óvulos. Quando penso que estamos encerrando a consulta e iremos embora, Nicole questiona.

— Doutor, temos mais uma dúvida, eu penso que além dos embriões, seria bom Noah congelar o esperma dele, é possível fazermos isso também?

Sinto meu rosto esquentar e arder de vergonha, mais sei que tudo isso será necessário se quero ter filhos biológicos no futuro.

—  É perfeitamente possível, mas não é exatamente esperma que congelamos e sim o semém que contém os espermatozóides nele. — O médico responde sorrindo com tranquilidade e minha esposa volta a questionar.

— Então, sei que no dia que formos coletar os óvulos, ele precisará colher o semém, para que seja feita a fertilização, mas para congelar o semém, qual o procedimento?

— Ele só precisa colher o material, e cuidamos do restante, como não é para doação, e sim para armazenamento, é um processo simples, podemos fazer uma coleta agora mesmo se quiserem.

— E quantas coletas o senhor sugere que façamos? — Ela pergunta também tranquilamente, como se estivesse falando de sapatos.

— Fica a critério de vocês, vocês já pensaram quantos filhos gostariam de ter no futuro?

— Pelo menos dois. — Eu respondo rapidamente, Nicole me olha e sorri, eu acaricio a mão dela e o médico nos diz.

— Posso sugerir que façam uma hoje, daqui uma semana façam mais uma e então uma última quando forem realizar a fertilização, certamente será mais que suficiente para uns dez filhos pelo menos.

— Não creio que chegaremos a tanto, mas é bom saber que teremos essa opção. — Ela responde e aperta minha mão. — Podemos fazer amor?

— Como seria exatamente essa coleta? — Eu questiono envergonhado.

— Não precisa ficar constrangido Noah, sou especialista em reprodução, tudo isso é extremamente normal para mim, na verdade é simples, vamos lhe fornecer um recepiente e uma sala específica para coleta, você vai higienizar seu pênis com água e sabão, como faria normalmente em um banho, e então vai o estimular com a mão, até que consiga gozar, depositando o semém no recepiente, nos entrega e cuidamos do restante.

— Eu posso estimulá-lo doutor? Ou tem que ser ele próprio?

— Nicole! — Eu a repreendo e ela me olha, mas antes que ela argumente, o médico responde.

— Claro que pode, só higienizar bem as mãos.

— Perfeito, podemos fazer então, não é amor?

— Sim, podemos. — Respondo e ela ergue minha mão depositando um beijo.

Após mais algumas orientações, preenchermos e assinarmos alguns termos, o médico chama uma enfermeira que nos acompanha até a tal sala de coleta e entrega um pote branco que Nicole pega. Assim que a enfermeira se retira, minha esposa tranca a porta, coloca o pote em uma bancada que tem na sala, mas na verdade mais parece um quarto, pega em minha mão e então...

Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora