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Nicole está incrivelmente calma, totalmente diferente de quando Noah e as gêmeas nasceram, também pudera, a gestação do Nicolas foi toda acompanhada por mim

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Nicole está incrivelmente calma, totalmente diferente de quando Noah e as gêmeas nasceram, também pudera, a gestação do Nicolas foi toda acompanhada por mim.

Estive presente em cada momento desde que resolvemos ter mais um filho, fui em todas as consultas desde a preparação para a inseminação até o último pré- natal e de certo modo, isso a deixou mais segura, o que estou achando ótimo.

Tomamos banho e nos arrumamos rapidamente, ligo para o médico, para minha sogra e seguimos para o hospital. Enquanto dirijo respiro fundo, tentando manter a calma, por mais que tudo tenha ocorrido tranquilo durante a gestação, a ansiedade tenta tomar conta de mim e a expectativa para que tudo ocorra bem,me faz sentir medo.

Estaciono o carro em frente ao hospital, e tudo parece se desenrolar em um borrão. As portas se abrem, Nicole é colocada rapidamente em uma cadeira de rodas e levada para dentro. Tento acompanhar, segurando sua mão, mas sou logo instruído a seguir para a recepção enquanto ela é preparada.

Um tempo passa e algo parece fora do normal, mas ainda não consigo definir o que é. Mas não me chamaram  e eu disse que iria assistir ao parto, então volto à recepção atrás de respostas.

Antes que a atendente verifique o que está acontecendo, uma porta se abre e o médico de Nicole aparece e se aproxima de mim, seu semblante mais sério do que eu esperava.

— Noah, precisamos falar sobre a situação... — Ele começa, me puxando de lado enquanto vejo  Nicole ser levada em uma maca pelo corredor.

Minha ansiedade aumenta.

— O que está acontecendo?

— Durante o exame inicial, notamos algo errado, então fizemos uma ultrassonografia e a posição do cordão umbilical pode representar um risco. O cordão está enrolado no pescoço do bebê, e isso pode complicar as coisas, especialmente se ele tentar descer pelo canal de parto.

Meu coração dá um salto.

— Isso significa?

— Vamos precisar fazer uma cesariana de emergência, pois há um risco elevado de desaceleração dos batimentos cardíacos do bebê. Precisamos agir rápido. Sinto muito, mas você não pode estar na sala durante o procedimento. Nossa prioridade é garantir que tudo corra bem tanto para o bebê quanto para a Nicole.

Minha mente fica em branco por um momento, absorvendo as palavras do médico. Nicole sempre foi forte, mas isso... isso é diferente. Tive esperanças de estar ao lado dela, segurando sua mão quando Nicolas chegasse ao mundo. Mas agora, a realidade de não estar lá me atinge como um golpe. Tudo o que eu quero é garantir que ambos fiquem bem, mas a impotência de ter que esperar do lado de fora é avassaladora.

— Eu entendo — murmuro, ainda processando a ideia de não poder estar com Nicole nesse momento.

Ele dá um aceno firme.

— Vamos fazer o nosso melhor. Estaremos com você em breve.

Enquanto me conduzem para uma sala de espera, cada passo parece pesar uma tonelada. Tento manter a calma, agarrando-me à serenidade que Nicole demonstrou, mas a incerteza é esmagadora. Fecho os olhos, tentando me concentrar em algo positivo, mas os pensamentos retornam ao momento em que descobrimos que teríamos um menino. O misto de alegria e dor ao lembrar de Noah, nosso bebê que não conseguimos ver crescer, retorna com força total, junto com o medo de perder Nicolas, de enfrentar outra perda, e isso é quase insuportável.

Sento-me, minhas mãos estão trêmulas, e tudo o que posso fazer é esperar. Esperar para ouvir o choro do meu filho, que será o único som capaz de dissipar o medo que tomou conta de mim.

O tempo parece se arrastar. A todo instante as memórias de quando Noah nasceu voltam com força total, me fazendo tremer com a incerteza de tudo o que está acontecendo agora. Fecho os olhos e rezo para que tudo termine bem.

Finalmente, o médico retorna com um sorriso cansado, mas aliviado, que me traz um sopro de esperança.

— Noah, o Nicolas está bem. Ele nasceu saudável. Houve uma alteração na pressão de Nicole, mas a cirurgia foi um sucesso. Nicole está bem, só que ainda precisa ser monitorada por mais algumas horas.

Meu coração, que estava em suspenso, finalmente começa a bater de novo com um ritmo regular. A emoção me atinge com força total, e sinto as lágrimas que venho segurando escorrerem pelo meu rosto.

— Posso vê-los agora? —  Pergunto e minha voz sai embargada.

O médico assente, e me guia até a sala de recuperação. Quando entro, sou recebido pelo sorriso cansado, mas sereno, de Nicole. Seus olhos brilham com uma mistura de exaustão e alegria, e nos braços dela, aninhado em uma manta azul, está Nicolas. Meu filho. A visão de ambos ali, seguros, faz com que a tensão em meus ombros desapareça instantaneamente.

Aproximo-me devagar, quase sem acreditar que o momento finalmente chegou. Nicole, com um gesto suave, me diz para pegar Nicolas, e assim que o seguro, tudo ao meu redor parece desaparecer. Ele é tão pequeno, tão frágil, mas ao mesmo tempo, sinto nele uma força indescritível. Seus olhos, ainda meio fechados, se abrem por um breve momento, e eu vejo um brilho curioso, como se ele estivesse me reconhecendo.

— Oi, meu pequeno —  sussurro, minha voz quebrando de emoção. — Eu sou seu papai.

Nicole sorri, e o brilho em seus olhos me faz lembrar de por que passei por tudo isso.

— Ele é perfeito, Noah. —  ela murmura, a voz fraca, mas cheia de amor.

Passamos um tempo ali, em silêncio, apenas apreciando a presença um do outro e de nosso novo filho. Depois de algumas horas, já estamos em um quarto e não recebemos visitas, já que minha sogra preferiu não vir com minha irmã.

A noite passa tranquila, Nicolas parece um anjo, pouco chora, só para mamar e trocar a fralda. E assim como com as gêmeas, faço questão de cuidar do meu pequeno. E depois de dois dias de hospital, somos liberados para voltar para casa, estamos prontos para enfrentar a nova realidade.

Ao entrarmos em casa, o som de risadas e passinhos apressados ecoa pelo corredor. As gêmeas, cheias de energia, correm para nos receber, suas vozes cheias de curiosidade e excitação. Minha irmã, com um sorriso no rosto, se aproxima para dar uma olhada no novo membro da família.

— Ele é nosso irmãozinho? —  Bianca pergunta, e me olha com os olhinhos arregalados de curiosidade.

— Sim, é o Nicolas. — Respondo com um sorriso, sentindo meu coração transbordar de amor. — Nosso pequeno príncipe finalmente chegou.

Nicole se acomoda no sofá, e as meninas se aproximam para ver o bebê. Elas tocam suas mãozinhas com cuidado, encantadas, enquanto minha irmã observa de perto, parecendo já protetora do novo membro da família.

Enquanto as gêmeas interagem com o irmão, olho para Nicole e sinto uma onda de gratidão. Este é o nosso momento. Depois de tantas lutas e incertezas, estamos finalmente completos. Nossa família, com todos os seus desafios e vitórias, está aqui, em casa, exatamente onde deveria estar.

Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora