Você era...

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Meu telefone apita com um som de mensagem diferente, olho rapidamente e vejo que é uma mensagem de SOS do número de Nicole, dou ré no carro e dirijo o mais rápido que consigo, sem me importar com sinais vermelhos e todo o trânsito ao meu redor

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Meu telefone apita com um som de mensagem diferente, olho rapidamente e vejo que é uma mensagem de SOS do número de Nicole, dou ré no carro e dirijo o mais rápido que consigo, sem me importar com sinais vermelhos e todo o trânsito ao meu redor.

Chego em casa em poucos minutos, entro e subo as escadas correndo, encontro Daniel em cima da minha mulher a segurando na cama, Nicole se debate tentando se soltar, minhas filhas choram no berço e o ódio que sinto, me faz praticamente voar nele.

O arranco de cima de Nicole, e o jogo no chão, subo em cima dela e começo a desferir socos em seu rosto, de início ele se debate, tenta se soltar para me bater, mas sentei de um modo que prendi os braços dele com minhas pernas.

— Você era meu amigo seu desgraçado, comofou capaz de fazer uma coisa dessas! — Esbravejo enquanto bato.

Daniel para de se debater, mas eu não paro de esmurrá-lo, até que Nicole me envolve com seus braços.

— Para Noah! Por favor, para... — Ela resmunga em meio ao choro. — Levanta, eu preciso da sua ajuda...

Quando ela diz isso, eu paro de bater em Daniel, ela deve estar machucada, me levanto e me viro a abraçando. Ela chora em meus braços e eu a aperto por um momento, que pego em seu queixo e a olho.

— Ele te machucou? Vem, vamos ao médico....

— Ele.. ele... — Ela volta a chorar.

— Calma, deixa eu olhar você. — Começo a respirar fundo, tentando manter o controle, para atender Nicole, as meninas choram no berço, o que dificulta eu me concentrar e me acalmar.

analiso minha esposa, sua camisola está rasgada, no seio dela tem uma marca que parece uma mordida e quando vejo que ela está sem calcinha, imediatamente olho para nossa cama. Então me viro e chuto o desgraçado, permitindo que minhas lágrimas escorram.

— Para amor... — Ela respira fundo, tentando parar de chorar. —  Ele não conseguiu, você chegou quando ele ia me penetrar, acho que ele estava bêbado...

— Me perdoa! — Eu a abraço e ela que precisa de apoio e cuidado, é quem está me acariando. Respiro por um momento, então a olho. — Quer tomar um banho?

— Quero, mas precisamos atender as meninas e... — Ela olha para o chão. — Chamar uma ambulância.

Me abaixo na direção do desgraçado e verifico seus sinais vitais.

— Ele só está desacordado, mas está vivo. Deixa que eu atendo elas, consegue ir tomar banho sozinha? — Ela não responde, parece que observar Daniel desacordado e ensanguentado fez o choque do que aconteceu aqui, paralizá-la. — Nick?

Não tenho retorno, então levanto e a pego pela mão, Nicole apenas chora em silêncio, eu a coloco sentada na poltrona que temos aqui, vou até o banheiro, pego um roupão e só quando vejo que o sujei, é que percebo que minhas mãos estão sujas de sangue. Lavo as mãos e o rosto, pego outro roupão no armário e coloco sobre as costas de Nicole o fechando como consigo, então pego meu telefone, e ligo para minha sogra, que demora um pouco mais atende.

— Oi filha...

— Branca, sou eu, Noah, preciso que venha para cá agora.

— O que aconteceu?

— Preciso de ajuda, tivemos um problema aqui e as meninas estão chorando, não consigo atender elas e Nicole.

— Elas estão bem?

— Sim, só vem, aqui te explico.

— Estou indo. — Ela desliga.

Eu então saio por um momento do quarto, mas fico no corredor, de onde consigo observar se Daniel acordar e tentar levantar. Ligo para a emergência, pedindo uma ambulância e ao explicar o que aconteceu, já sou informado que eles notificarão a polícia e enviarão uma viatura ao local. Suspiro e então pego Milena no colo, troco sua fralda, mas ela não para de chorar, sei que deve estar com fome, faço o mesmo com Bianca, que também segue chorando.

Deixo as duas no berço, vou até o quarto delas e pego um algodão, umideco na água quente e volto ao quarto, me aproximo de Nicole e me ajoelho em sua frente.

— Minha vida,olha pra mim? Nossas filhas precisam mamar... — Abaixo o roupão de seu corpo. — Vou limpar seu peito para colocar elas, ok?

Nicole ainda não responde, quando eu encosto o algodão e a ponta do meu dedo no peito dela, Nicole se retrai, e merda! A campainha toca. Não tenho muita alternativa, apenas puxo o roupão de volta e desço correndo.

Ao abrir,  é um policial, vejo a viatura estacionada à frente, a ambulância parando em meu portão, e minha sogra também está chegando.

— Acho que precisarão de uma maca, podem me acompanhar, ele está lá em cima, desacordado.

— O que aconteceu Noah? — Branca pergunta ainda descendo do carro, pois se assusta com a movimentação.

— Daniel tentou abusar de Nicole e eu bati nele. — Despejo enquanto caminhamos para dentro da casa.

Entramos no quarto, e a cena para mim ainda é a mesma, mas eles se assustam ao ver Daniel no chão, Nicole sentada chorando e as gêmeas chorando no berço.

— O senhor pode explicar o que aconteceu aqui? — Um policial pergunta, enquanto os paramédicos se abaixam e começam a verificar o estado de Daniel.

— Esse homem era meu amigo, estava com problemas no casamento e veio para cá ontem, eu confiava nele, mas hoje, ao sair para trabalhar, ele se aproveitou e tentou abusar da minha esposa, ela conseguiu me pedir socorro, eu o arranquei de cima dela, e está aí o resultado.

Os policiais  observam o local, enquanto Branca pega uma das bebês e eu a outra, tento me aproximar de Nicole novamente, mas sou impedido.

— O senhor não pode mexer nela, precisamos levá-la para um exame de corpo de delito.

— Eu já mexi, a abracei, coloquei sentada, a cobri com esse roupão e limpei o peito dela, para colocar minhas filhas para mamar.

— Eu entendo o senhor. — O policial me olha consternado. — Entretanto, não posso permitir...

— Noah, vou comprar uma fórmula e mamadeiras, Nicole nem está em condições de amamentar...  — Branca interfere, mas um dos paramédicos questiona.

— As crianças só se alimentam com o leite da mãe?

— Sim, iríamos ao pediatra hoje... — Eu olho para minha filha enquanto a embalo.

— Já vamos removê-lo. E vocês podem nos acompanhar até o hospital, lá tem banco de leite e depois resolvem. — O paramédico sugere e eu observo que Daniel já está com um colete no pescoço, uma máscara de oxigênio e já com uma espécie de tábua para ser erguido na maca embaixo dele.

— Acho que será melhor mesmo. — Minha sogra concorda.

— Vou pegar a bolsa delas. — Falo já caminhando para a porta, mas então...



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