Espaço

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— Noah, eu prefiro resolver isso de uma vez

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— Noah, eu prefiro resolver isso de uma vez. — Nicole desvia o olhar e eu sussurro.

— Por favor...

— Tudo bem. — Ela suspira. — Maitê, minha linda, fica aqui com a minha mãe um pouquinho, nós já voltamos.

Subimos em silêncio, assim que passamos pela porta do nosso quarto, eu tento pegar na mão dela, mas Nicole me empurra.

— Nick....Me escuta... amor.

— Eu não quero ouvir, você é tão cretino que nem argumentou, aliás, nem perguntou do que eu estava falando quando eu mencionei sua traição...

— Nicole, me ouve! — No desespero, acabo gritando e Nicole se assusta. — Desculpe, não queria gritar. Será que você pode me ouvir? Eu sei que não quer, mas eu preciso que me escute.

— Eu só quero que você vá embora.

— Depois que você me ouvir, se você ainda quiser isso, eu vou.

— Então fale de uma vez.

— Eu errei sim Nicole, quando te condenei e pensei que o bebê não fosse meu, criei uma história na minha cabeça, por você ter guardado o teste na gaveta. Errei de novo, quando saí daqui correndo e impedi que você me encontrasse. Fui conversar com Daniel, eu não queria falar com você, depois fui dormir na casa dele, eu bebi Nicole, bebi muito...

— Vai colocar a culpa no Daniel e na bebida? Ele inclusive te acobertou, eu liguei pra ele atrás de você e ele disse que você não estava lá.

— Não vou colocar a culpa em ninguém, só quero te contar o que aconteceu, Daniel provavelmente mentiu para você pra me ajudar, ele sabia que eu não queria falar com você, não foi pra acobertar algo errado que eu estava fazendo.

— Tá vendo, você nem nega que me traiu...

— Nick amor, me escuta, eu não argumentei no hospital, primeiro pra te preservar e segundo, porque assim que você dormiu, eu peguei seu celular. Eu vi as fotos, Nicole, eu não sei o que aconteceu, eu simplesmente não lembro de nada disso, liguei pro Daniel, ele disse que nós ficamos sim com a garota, que eu estava bêbado, mas ele não achou que eu não estivesse raciocinando e que não lembraria de nada. Só que tudo que consigo lembrar, é que ele foi com a garota para o quarto dele e eu fiquei bebendo, fui para o quarto de hóspedes e bati uma punheta te xingando e pensando em você, depois bebi mais e não lembro de mais nada, pra mim eu tinha dormido e acordei com a cabeça latejando ontem...

— Você não lembra e sentiu dor de cabeça... Quanto você bebeu, Noah? — Ela pergunta e noto uma preocupação na voz dela.

— Pouco menos da metade de uma garrafa de uísque...

— Vem comigo. — Ela levanta e me estende a mão.

— Onde vamos?

— Ao médico, vem... — Sigo sorrindo. — Mãe, preciso sair com o Noah, pode ficar com a Maitê? — Minha sogra concorda. — Maitê, na volta conversamos.

Ela dá um beijo em minha irmã e eu também, pega a bolsa dela, e a chave do carro.

— Deixa que eu dirijo, você está nervosa, porque estamos indo ao médico?

— Porque você é um idiota, tudo bem que bebeu, má não lembrar de nada assim, não é normal, precisamos saber se está tudo bem com você.

— Tudo bem, mas fique calma, por favor.

Nicole vai o caminho todo apertando as mãos, assim que chegamos à clínica onde faço acompanhamento, ela consegue uma consulta e o médico solicita um exame de sangue e uma tomografia. Faço os exames e como o resultado do exame de sangue vai levar cerca de 3 horas para ficar pronto, eu resolvo ir almoçar.

Ela reluta um pouco, mas acaba concordando quando eu a lembro do bebê, tento conversar, mas ela diz que não quer. Damos uma volta pelo shopping e minha vontade é correr para dentro de uma loja e comprar um presente para meu bebê, mas isso poderia deixar Nicole irritada, então me contenho e me xingo, pois tudo isso só está acontecendo por culpa minha.

Voltamos para a clínica e não demora o médico nos chama, dizendo que não há nada de errado nos exames, que o apagão deve ser consequência da bebida mesmo, e quem sabe aos poucos minhas lembranças daquela noite comecem a voltar. No caminho para casa, Nicole chora e assim que entramos, Branca e Maitê vem ao nosso encontro e minha esposa fala.

— Vou só falar com Noah rapidinho e já voltamos conversar com vocês. — Novamente a sigo, mas dessa vez ela vai para o escritório.

— Nick, acredita em mim, eu jamais trairia você em sã consciência, eu te amo!

— Eu acredito, só não consigo passar por cima disso, não consigo aceitar... Além disso, você não confiou em mim, você vai me deixar ficar com o sobrado?

— Ele é seu, só vou ver como faço para legalizar, já que ele também é da Maitê... — Engulo em seco, não vou desistir dela, mas preciso dar um tempo a ela.

— Substitui por essa casa o patrimônio da Maitê, vou ver com minha mãe se posso ficar um tempo com ela... — Ela levanta.

— Essa casa vale pelo menos o dobro do sobrado e ela é sua e do nosso filho, independente do sobrado da empresa, vou passar o valor da Maitê no sobrado para a poupança dela ou compro outro imóvel e coloco no nome dela, isso não importa, você fica na casa, só preciso que fique com minha irmã alguns dias, até eu ver um lugar para morarmos.

— Não leva a Maitê de mim... — Nicole diz chorando, e merda! Eu nem quero sair daqui, quem dirá levar minha irmã

— Você deixa eu vim vê-la todos os dias? Também quero acompanhar sua gestação...

— Tudo bem.

— Nicole, antes de sairmos, só tem mais uma coisa que quero te falar: Eu amo você e isso aqui para mim, não é uma separação definitiva, vou sair, porque nesse momento, prefiro te dar espaço e tentar manter você o mais tranquila possível. Mas eu não vou desistir de conseguir o seu perdão e voltarmos a ser uma família.

Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora