Um amigo...

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Noah

Nicole se distrai no celular e eu fico falando sozinho, então me levanto e me agacho em frente a ela.

— Será que a minha esposa pode prestar atenção em mim?

Ela larga o telefone na mesa e me olha sorrindo.

— Carente meu bem? — Ela me envolve em seus braços.

— De você? Sempre... — Dou um beijo em seu rosto. — Mas quero saber o que te deixou tão concentrada ao ponto de me largar falando sozinho.

— Nada demais, estava mandando uma mensagem pro Felipe, convidei ele pra sair conosco no fim de semana.

— Tá animada mesmo com esse garoto.

— Estou!

Ela me dá mais um beijo, terminamos o café e seguimos nossa rotina. A semana passa rápido e chega o sábado. O dia é corrido na academia, e estou bastante cansado, mas Nick está tão animada com essa saída, que nem se quer menciono a possibilidade de não irmos.

Marcamos de nos encontrar às onze da noite, então tivemos tempo de colocar nossos filhos para dormir e só então sairmos.

Ao chegarmos na casa noturna, Nicole pede uma mesa na área VIP e começamos a beber e conversar,aos poucos vou relaxando e meu cansaço até vai embora. Gostamos de vir aqui, porque o lugar é tranquilo, a música é boa e apesar do foco ser um lugar para dançar, tem um mini restaurante e alguns petiscos muito bons. As mesas na área VIP tem uma acústica que nos permite conversar.

Acabei esquecendo de fazer o pagamento da agência de babá, sei que não teria problema fazer amanhã ou segunda-feira, mas como lembrei disso agora, decido já realizar.

Felipe chega com Eloá, a conhecemos rapidamente no PUB aquele dia e pelo que entendi ela é parente dele. Minha esposa levanta para dar oi e como estou concluindo o pagamento, continuo sentado olhando para o telefone.

Sou pego de surpresa quando Eloá beija metade da minha boca.

— Oi Noah... — Ela sorri e senta ao meu lado, onde minha esposa estava.

Eu apenas balanço a cabeça e passo a mão limpando o lábio e antes que possa falar algo, Felipe começa a repreendê-la, mas Nicole o interrompe falando comigo.

— Está tudo bem amor? Você está com uma carinha de assustado?

— Está sim, só me assustei, porque a mocinha aqui se abaixou demais e acabou beijando o canto da minha boca, mas está tudo bem. — Respondo com a verdade, pois decidimos não esconder mais nada um do outro.

— Ah, é? — Ela sorri e senta de frente para Eloá, então levanto e me sento ao lado dela.

— Desculpe, foi sem querer, eu vou ao banheiro, já volto. —  Eloá explica e sai praticamente correndo da mesa, enquanto Nicole começa a dar risada.

—  Você não se incomoda de darem em cima dele?

— Me incomodaria mais, se ele não tivesse me falado o que ela fez, claro que não gosto de alguém beijando a boca que é minha, você nem imagina o quanto sou ciumenta, mas ver ela quase explodir de vergonha e fugir correndo, foi muito engraçado, não foi?

— Pois é, Felipe, eu e Nicole estamos juntos há 10 anos, agora estamos acostumados com esse tipo de coisa, então sempre que acontece, contamos logo um ao outro, para não dar chance a mal-entendidos ou acontecer de brigarmos por causa de outras pessoas como já aconteceu no passado. — Acaricio minha esposa.

— Cara, se fosse comigo não sei se ficaria tranquilo assim.

— Nicole se controla mais do que eu, ela coloca a pessoa para correr desse jeito, na maioria das vezes sem precisar falar uma palavra, só essa cara de deboche que ela faz, já deixa a pessoa envergonhada, eu  tenho vontade de chegar metendo a mão nos engraçadinhos, mas respiro fundo e tento me controlar, geralmente deixo que ela resolva.

Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora