𝟭𝟱𝟰

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𝐠𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥'𝐬 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰

2 dias depois

Eu estava me arrumando pra ir embora do treino e Éverton chegou em mim igual um maluco.

-Gabriel, tu não tem noção da merda que aconteceu.- ele chega ofegante.

-Que foi?- pergunto.

-A mãe da Maju morreu.- ele diz.

Puta merda.

-Caralho, Éverton.- digo.

-Ela já sabe?- pergunto.

-Não. A madrinha dela ligou pra Marília, a Marília me ligou e falou pra eu repassar pra você.- ele diz.

-Marília falou que tá indo pra casa dela e que é pra gente encontrar ela lá.- ele diz e eu pego as minhas coisas na hora.

-Então vamo logo.- digo.

Fomos até a casa da Maju e quando chegamos lá ela estava chorando enquanto falava com a Marília.

Eu me sentei do lado dela e ela me abraçou no mesmo instante.

-Eu não me despedi.- ela diz me abraçando mais forte e eu faço carinho na mesma.

Olhei pra Marília ainda sem saber o que fazer.


Passamos um bom tempo acalmando a Maju até que ela conseguiu parar de chorar.

-O enterro vai ser amanhã 08:00. Você vai querer ir?- Marília pergunta calma.

-Vou, claro.- ela diz.

[...]

-Amiga, a gente precisar ir buscar os meninos na escola. Você vai ficar bem?- Marília diz.

-Eu vou ficar com ela. Vai tranquila.- digo.

-Pode ir, amiga. E manda um beijo pra eles.- Maju diz.

-Qualquer coisa liga.- Everton se despede de mim.

-Pode deixar.- digo.

Eles abraçaram a Maju e logo foram embora.

O foda é não ter o que fazer agora.

Nada vai fazer ela se sentir melhor.

Ficamos abraçados no sofá assistindo TV. Isso infelizmente é a única coisa que eu posso fazer agora, mostrar pra ela que eu tô aqui.


-Vou tomar um banho.- ela diz se levantando.

-Vou pedir alguma coisa pra gente comer enquanto isso, quer oque?- pergunto.

-Pizza.- ela da um sorriso leve e vai pro banheiro.

[...]

Comemos, eu tomei banho e fomos deitar.

Ela chorou até dormir e eu apenas a puxei pra perto de mim.

Dói muito em mim ver ela assim e não poder fazer nada pra amenizar a dor dela.

[...]

Acordamos 06:30 e começamos a nos arrumar pro enterro.

Marília e Éverton vão encontrar a gente lá.

Consegui liberação pra não ir no treino hoje pela parte da manhã, mas depois do almoço, vou ter que ir.

Me tranquiliza que ela vai ficar com a Marília.

Coloquei uma roupa preta e ela também, penteei o cabelo dela, e a mesma colocou um óculos escuro.

Logo, pegamos o caminho até o cemitério.

07:50 nós chegamos e em seguida, Marília e Éverton também.

Marília abraçou a Maju que começou a chorar ali mesmo.

-Como ela passou a noite?- Everton chega do meu lado.

-Chorou até dormir.- digo em tom de preocupação.

-Que merda isso, cara. Tanta coisa ruim acontecendo na fase que era pra ser uma das melhores da vida dela.- Everton diz.

-Nem fala, cara.- digo.

Logo o velório começou, Marília e eu ficamos do lado da Maju o tempo todo. Ela passou todo o tempo com a cabeça apoiada no meu ombro.

O pai da Maju passou o tempo todo chorando do lado do caixão e logo, começou a fazer um discurso.

-Claudia sempre foi uma excelente esposa, excelente amiga e principalmente, uma excelente mãe.- ele começa.

-Ela morreu com o desgosto de nunca ter sido valorizada pela filha. Se sentindo abandonada e desvalorizada.- ele diz e Maju aperta meu braço mais forte.

Marília logo a abraçou também.

Esse cara não tem ideia do tanto de porrada que eu meteria nele, mas não vou fazer isso em respeito a Maju e a mãe dela.

-Mas o karma sempre chega. E quem abandonou, um dia vai ser abandonado pelos seus.- ele diz e Maju sai correndo.

Eu, Marília e Éverton corremos atrás dela e encontramos ela chorando sentada em uma pedra, atrás da capela.

-Amor, não liga pro que aquele imbecil fala. Você sabe que ele não passa de um merda.- digo.

-E se a minha mãe realmente morreu sentindo isso? Ela morreu sem saber que ia ser avó. Ela morreu e a filha dela não estava lá.- Maju diz entre soluços.

-E eu nunca vi meu pai sequer chorar, agora ele tá lá aos prantos. Além de todo o resto, minha mãe morreu com a vontade de que eu tivesse uma boa relação com ele, mas eu não consigo.- ela diz chorando.

-Amiga, você pode ter certeza de que a sua mãe sabia sim tudo que você sentia por ela. E também sabia que você tinha muitos dos seus motivos pra estar afastada.- Marília diz.

-E sabia também como ele te fez mal.- ela conclui.

-Maju, tua mãe tinha o maior orgulho de você. E ela sabia que você amava muito ela.- Éverton diz.

Me sentei do lado dela e abracei a mesma.

Assim que ela se acalmou, fomos embora.


Marília disse que a madrinha da Maju, que mora longe, está vindo pra cá passar dois dias com ela.

Marília acha que isso já vai confortar bastante ela.

-Amor, qualquer coisa você me liga ou manda mensagem, tá? Fica bem. Já já tô em casa.- digo me despedindo da Maju.

-Tá bem, amor.- ela me abraça.

Everton também se despediu e fomos pro treino.

Cara, que coisa angustiante.

não te amo.- yuri alberto e gabriel barbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora