Na Floresta

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"Depois de tudo isso, eu tenho toda a certeza agora eu não estou lidando apenas com um Stalker qualquer, é muito mais que isso." --- Suzana Morgan.

Suzana Morgan

Eu estou dirigindo calmamente pelas estradas vazias e molhadas, está caindo uma chuva fina e eu tenho um cadáver no Porta-Malas do meu carro.

Não é algo que eu faço todo dia na verdade, é meio imprudente e perigoso mas eu tive que fazer isso. Eu não tive outra opção. - eu não podia tentar desmembrar outro corpo, eu com certeza não aguentaria.

Meu namorado idiota não parava de me ligar, em nenhum momento eu atendi. Eu não podia me distrair em hipótese nenhuma, eu havia achado um lugar perfeito para esconder o corpo sem levantar suspeitas.

Eu sei que isso não será pra sempre, uma hora ou outra Amélie será dada como desaparecida. A cidade nunca esteve tão sangrenta como antes, e eu sinceramente não me arrependo de nada do que eu fiz.

É claro que eu deveria ter mais um pouco de autocontrole, mas ninguém é perfeito não é mesmo?

Eu estou chegando ao local esperado, é bem longe da cidade e seguro também. O cadáver dela está empacotado junto com a faca do crime e meu avental que eu usei naquele momento bizarro. E nesse exato momento estou me aproximando de uma floresta densa.

Eu conheço tudo sobre essa cidade, as florestas locais são longe o suficiente dos centros comerciais e das casas. Um alvo perfeito para esconder um corpo, e também para atrair a atenção de psicopatas...

Em especial um, afinal eu só quero atrair a atenção de um único. Acho que estou conseguindo, porque comecei a me sentir observada no segundo em que eu saí da minha doceria.

Estou lentamente parando o carro no meio do nada, quando eu avisto a floresta densa. A estrada está tão deserta que isso me deixa aliviada, eu desço do carro tirando o corpo do Porta-Malas e arrastando pelo chão em direção a floresta densa.

É meio sinistro andar pela floresta enorme. tem muita terra, galhos,  pedras, folhas e plantas no chão. Ha árvores enormes e cercando toda a área, e estou meio sem rumo arrastando o cadáver empacotado. Isso demorou por mais alguns segundos até eu parar no centro, um pouco longe de onde meu carro estava estacionado.

Fui pelo mesmo caminho que eu tinha vindo antes, voltando até meu carro e pegando uma pá que eu havia trazido no Porta-Malas. Voltei até o corpo rapidamente e suspirei de frustração começando o trabalho pesado.

Suzana: Acho que já tá na hora de você aparecer não acha? --- falei meio alto começando a cavar, mas não obtive respostas. Muito pelo contrário, tudo o que eu obtive foi mais silêncio e o som de corvos pelos céus.

Comecei a cavar muito, com os olhos concentrados a todo instante para os lados. Eu sentia a puta sensação de estar sendo observada, mas eu não via nada.

Voltei meus olhos para algumas folhas que havia do lado do corpo, e especificamente apoiado nele meu celulat estava. Ele estava direcionado para a frente, gravando tudo. Eu tirar minhas conclusões assim.

Por algum motivo comecei a pressentir que talvez meu Stalker saiba que eatou gravando ele, mas meu celular não está aparecendo tanto assim.

Estou cavando mais, e meus olhos se arregalam um pouco quando escuto sons de galhos se quebrando. Fico quieta por um instante, esperando algo bizarro acontecer.

Pensando que talvez fosse um alarme falso eu volto a cavar novamente, o buraco ficando cada vez maior. Respiro fundo meio cansada depois de uns longos minutos, e eu logo começo a cavar mais. Até que finalmente eu havia acabado.

Enterrei a pá no chão e peguei meu celular devagar vendo que nada havia acontecido, então eu com certeza gravei à toa.

Guardei ele de volta no bolso, ainda sem verificar a gravação e puxei o corpo para dentro do buraco. Peguei a pá de volta e comecei a jogar terra por cima, eu estava frustrada e ao mesmo tempo aliviada.

Eu queria vê-lo mas eu sinto um certo receio e medo, por que eu não sei exatamente com quem estou lidando. Assim como ele também não sabe.

Depois de longos minutos enterrando, eu finalmente acabei. Eu puxei meu celular do bolso, eu estava pronta para apagar mas parei por um segundo meio receosa. Porém de repente, decidi entrar no vídeo e verificar.

No começo estava tudo normal, estava gravando a direção da frente. Mas de repente a câmera ficou esquisita, e começou a fazer muitos barulhos. A tela começou a ficar meio bugada e a gravação mal dava pra ver alguma coisa. Arregalei os olhos lentamente quando do nada a gravação ficou limpa de novo, mas dessa vez eu conseguia ver claramente olhos roxos brilhantes há alguns metros de distância. E um corpo alto escondido atrás de uma árvore, com algo bizarro e grande nas mãos. Eu fiquei paralisada. Não dava para ver bem, mas dava pra ver o suficiente pra dizer que tinha algo ali.

???: eu não gosto que me gravem sem minha permissão, e você não tem ela. --- uma voz sinistra de repente falou e eu fiquei paralisada no lugar. --- eu sei que eu sou bonito, mas acho que não há necessidade de me gravar não acha? Se essa gravação parar em mãos erradas, eu mato você. Por isso vou ter que fazer isso.

Meus olhos foram se arregalando lentamente. A voz sinistra que disse tudo aquilo, me deixou arrepiada. E enquanto eu olhava para os lados tentando identificar onde estava Meu Stalker, de repente algo sinistro começou a descer dos céus. Olhei para cima lentamente e vi que era um balão roxo muito bonito.

Eu não me mexi, fiquei quieta no lugar. Isso me lembrava um pouco de It A Coisa na verdade, por isso comecei a me questionar se foi realmente uma boa ideia eu ter feito isso.

Percebi o balão se aproximando das minhas mãos e eu arregalei os olhos largando o celular no chão, automaticamente o balão desceu mais e como se fosse uma bolha simplesmente sugou meu celular para dentro dele. Ele desapareceu lá dentro, mas houve um barulho de algo quebrando em muitos pedaços - e no segundo seguinte o balão liberta meu celular estraçalhado no chão.

Estou paralisada, e sem reação. Olho lentamente para a frente ai notar uma sombra grande.

???: Fica com o balão! Ele combina com você. --- falou dando uma risadinha sinistra, e por um segundo eu tive vontade de tocá-lo. --- é um presente pra você. Você vai ter o mesmo destino que o seu celular se tocar nele, ou bem pior.

Estou paralisada no lugar, encarando a figura sinistra na minha frente. Cabelos azuis longos, roupas roxas iguais a de um bobo da corte. Ele tem uma marreta enorme em sua mão, seu rosto brilha e seus olhos também. Ele parece um anjo ... Como o Lúcifer.

Há muito sangue em suas bochechas, e ele tem um sorriso maníaco no rosto.

Eu rapidamente puxo a pá do chão, e com força espeto no balão estourando ele. O sorrindo da criatura sumiu, e seus olhos brilharam quando ele me viu apontar o objeto em direção a ele.

Suzana: você acha que eu sou idiota seu filho da puta? Eu vou enterrar isso na sua garganta. --- falei alto e com fúria apertei a pá nas mãos, pronta para acertar fazer isso mesmo. Mas ele de repente moveu os dedos para cima, e como numa mágica a pá saiu de minhas mãos e voou bem alto. Era como telecinese. Eu fiquei de olhos arregalados.

???: Você não parece ter medo de mim. Eu gostei disso. --- falou com a voz fria, e simplesmente sumindo da minha vista. Ao fazer isso automaticamente a pá veio em direção a mim com força.

Eu recuei pra trás desesperadamente, e acabei batendo minha cabeça em uma árvore. A pá quase acerta na minha garganta, mas apenas fica enterrado no tronco da árvore centímetros perto da minha pele. Respiro ofegante tensa e me afasto devagar.

eu estava errada em pensar que era só um Stalker.

Depois de tudo isso, eu tenho toda a certeza agora que não estou lidando com um Stalker qualquer, é muito mais que isso.

Suzana: eu vou descobrir quem é você. Eu juro que vou. --- falei friamente puxando a pá do tronco da árvore.

E eu sei que eu vou mesmo, eu nunca desisto. Eu sempre consigo o que eu quero.

Minha Doce Bailarina | Candy PopOnde histórias criam vida. Descubra agora