O Cadáver

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Suzana Morgan

Estou sentada no meio da cama, enrolada completamente a um cobertor grande e macio encarando as gotas de chuva deslizando pelos vidros da janela. A cada segundo um relâmpago ilumina o quarto fazendo um barulho estridente, e deixando o ambiente com uma aparência bizarra. Neste momento estou no quarto de Candy Pop.

Se ele não tivesse chegado a tempo, eu provavelmente eu teria perdido completamente o controle das coisas. Mas ele conseguiu aparecer no momento certo, e estranhamente conseguiu me acalmar.

Eu não deveria me preocupar com mais nada já que eu não teria mais ninguém para me manipular ou para mentir para mim, eu tinha me livrado de um grande fardo. E se eu não tivesse matado Mason naquele instante, eu sabia que ele ia acabar fazendo isso comigo.

A questão é que eu ainda sinto aquela sensação de que falta mais alguma coisa para eu saber, como algumas peças que faltam de um quebra cabeça bem complicado. Chego a conclusão que aindava mais alguma coisa pra eu saber sobre Candy Pop.

Mas neste momento eu estava exatamente afim de começar uma intriga contra ele enquanto afirmo com toda a certeza que ele ainda está me escondendo alguma coisa, eu estava sem cabeça para discutir agora. Eu estou extremamente cansada, e aquela tortura não conseguiu aliviar metade dos meus problemas internos que eu tenho.

Fecho os olhos me aconchegando ainda mais no cobertor, eu estava pronta para fechar os olhos quando de repente escuto um barulho. Olho pra frente e vejo um relâmpago iluminar o quarto, exatamente no momento em que Candy Pop entra no cômodo apenas de calça e sem camisa. Meus olhos se desviam para as gotinhas de água descendo em seu peitoral musculoso, ele está secando os cabelos azuis molhados em uma toalha e rapidamente percebe o meu olhar.

E joga a toalha em qualquer canto e vem em minha direção devagar, assim como ele eu estou limpa e faz algumas horas que eu tomei um banho quente. Pensei que o banho fosse me ajudar a superar o fato de que eu ainda estava tendo um pequeno colapso mental, mas não me ajudou. Ao invés disso passei longos minutos sem conseguir sair da cama dele, e isso o preocupou um pouco eu notei.

Candy Pop: Você estava esperando por mim amor? --- ele perguntou baixinho se aproximando de mim, desviei os olhos do corpo musculoso dele que era tão convidativo. Eu não respondi, apenas balancei a cabeça, não consigo dizer nada. --- Não quero te ver mais assim, Suzana.

Ele segurou meu rosto com as mãos e por um segundo ele conseguia ver claramente uma grande angústia enorme que eu carregava, e todos os meus fodidos problemas mentais que eu tentava lidar todo santo dia. Era como se ele me entendesse, como se ele passasse pela mesma coisa. Existe uma conexão inexplicável entre nós, e por mais que diferente somos so fato de que ele é um Creepypasta, e eu sou um ser humano, ainda sim ... Existe alguma coisa entre nós que nos conecta fortemente a cada dia.

Suzana: não consegui me livrar de todo o ódio e rancor que eu sinto mesmo depois de ter feito aquilo. Eu pensei que ele era o único que eu podia depositar toda a minha confiança, passei a vida toda buscando pelo apoio e admiração dele, Tudo o que eu nunca tive. --- falei com a voz vaga, os dedos dele esfregam minhas bochechas quando ele percebe minha lágrimas surgindo aos poucos. ---
Agora eu entendo, eu nunca tive de fato alguém que eu pudesse confiar. nunca confiei nas pessoas, por que eu sei que temeria ser traída ou enganada por elas. Mason é uma prova disso.

Minhas palavras atingiram ele com precisão, Candy Pop parecia ter entendido. Era como se por todo esse tempo eu estivesse tão focada em alguém que claramente iria me manipular e que manipulou, apenas para eu não me sentir solitária em meio aos caos da minha conturbada mente.

Minha Doce Bailarina | Candy PopOnde histórias criam vida. Descubra agora