Sexta-feira maltida

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Frederico

A música pulsava nas minhas veias, a luz estroboscópica hipnotizava meus olhos e o cheiro de suor e perfume se misturava no ar, criando um coquetel inebriante. Era sexta-feira à noite, e eu estava na boate mais badalada de Brasília, cercado por amigos, mulheres bonitas e a promessa de diversão. Mas, em meio àquela festa frenética, um único pensamento me consumia: Juliana.

Fazia alguns dias desde o nosso último encontro no meu apartamento. Um encontro que terminou de forma abrupta, com ela saindo furiosa depois de um comentário idiota que fiz sobre seu peso. A culpa me corroía por dentro, e as palavras do irmão dela e do meu amigo Henrique ecoavam na minha mente: "Fica longe da Juliana, ela não é para você." Ele fez questão de me dizer como ela chegou com a expressão triste em sua casa, depois do meu comentário infeliz. Ele frisou que Juliana era bem diferente das garotas que estava acostumado, então deixasse sua irmã em paz, pois ele tinha certeza que logo ela encontraria alguém que merecesse o coração puro e inocente dela, que ele tinha a certeza que essa pessoa não era eu.

Mas como esquecê-la? Seus lábios carnudos, seus olhos pretos que brilhavam com céu noturno e aquele sorriso que iluminava qualquer ambiente. Tentei afogar meus pensamentos em goles de bebida e na companhia de outras garotas, mas nada parecia funcionar. A imagem de Juliana dançando comigo no casamento do Henrique, o beijo inocente na bochecha, tudo voltava com uma força avassaladora.

Desisti da boate e pedi um carro de aplicativo para casa. No trajeto, a culpa se misturou com a saudade, criando um turbilhão de emoções. Lembrei-me de como ela riu enquanto dançamos, de como seus cabelos pretos caíam em cachos perfeitos emoldurando seu rosto e de como sua mão se encaixava perfeitamente na minha.

Ao chegar em casa, abri a torneira do chuveiro e deixei a água quente lavar meus pensamentos. Sabia que precisava me desculpar com Juliana. Precisava dizer a ela o quanto me arrependia das minhas palavras e o quanto estava apaixonado por ela.

Sai do banho com a mente decidida. Peguei meu celular e escrevi uma longa mensagem, expressando meus sentimentos e pedindo perdão. Reli a mensagem várias vezes, me certificando de que cada palavra transmitisse a sinceridade do meu coração. Finalmente, enviei a mensagem e me preparei para enfrentar as consequências.

Sabia que talvez ela não me perdoasse, mas pelo menos eu teria tentado. A culpa não me deixaria em paz enquanto eu não fizesse algo para consertar as coisas. E, no fundo, eu tinha uma esperança: a esperança de que Juliana me desse uma segunda chance, a chance de provar que eu realmente estava apaixonado 

Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora