A prova

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Alguns meses depois...

Domingo, 7:00 da manhã. O despertador tocou, anunciando o início de um dia crucial. Hoje era o dia da prova do concurso da Polícia Federal, o sonho que eu há tanto tempo estava me preparando. A ansiedade tomava conta de mim, mas também me motivava a dar o meu melhor.

Levantei-me da cama com disposição e fui me preparar. Como esperado, toda família se reuniu. Minha mãe preparou um delicioso almoço, Rodolfo me fez uma visita especial durante a noite. Dormir nos seus braços, me acalmou.

Vesti minha calça jeans favorita, uma camiseta estampada com um sapo, o símbolo da minha força, e meus tênis All Star brancos, confortáveis para enfrentar um dia longo.

Com a bolsa nas costas, desci as escadas. Lá embaixo, minha família já me aguardava, pronta para me dar o seu apoio incondicional. Meus pais, meus irmãos e até mesmo meus avós estavam reunidos na sala, todos com um sorriso no rosto e palavras de incentivo nos lábios.

- Boa sorte, filha! Você vai arrasar!, disse minha mãe, me dando um abraço apertado.

- Mostre a que veio, Jujuba!, exclamou meu irmão mais novo Gustavo, fazendo uma pose heroica.

- Tenho certeza de que você vai conseguir, sussurrou minha avó, com um olhar cheio de amor.

As palavras deles me emocionaram. Saber que eu tinha o apoio de toda a minha família me dava força para enfrentar qualquer desafio.

- Obrigada a todos, disse eu, com a voz embargada. Eu não vou decepcionar vocês. Rodolfo ficou em casa, ele me deixa nervosa quando é dia de prova.

Meu pai, que já estava com o carro pronto para me levar, me deu um beijo na testa.

- Vamos lá, guerreira! Hoje é o seu dia!

Entramos no carro e seguimos em direção ao local da prova. Durante o trajeto, eu tentava me concentrar, revisando mentalmente os conteúdos que havia estudado. Mas a ansiedade era tanta que meus pensamentos se misturavam, e eu sentia um frio na barriga.

Ao chegarmos ao local da prova. Milhares de candidatos circulavam pelo pátio, todos com a mesma expressão de apreensão no rosto. Estou no portão da escola. Seguro as alças da bolsa e dobro o braço direito e posição de luta. Suspiro fundo.

- E agora, estou pronta para essa guerra. Tchau, papai. Ele puxa minha bolsa. O que foi? Pergunto olhando para trás

- Confere se está tudo aí, Juliana. Pego a bolsa. Confiro em voz alta.

- Lápis,ok. Borracha,ok. Três canetas pretas, ok. CNH, ok. Garrafa de água,ok. Barra de cereal, ok. Cartão de inscrição, não está aqui. Santo Deus, esquece em casa. Entro em desespero.

- Será porque está esquecida dessa forma, Juliana? Será que foram alguns gemidos baixinhos que escutei no seu quarto. Arregalos os olhos. Ou será a saída de manhã do seu namorado safado da minha casa. Tenho certeza, que ele sabe que eu e Rodolfo fizemos na noite passada. Ele tira o papel do bolso.

- Papai, o senhor disse que no sofá não, então fomos para meu quarto. Pego o papel e saio correndo. Paro no meio do pátio, lotado de candidatos e grito: Papai eu te amo, eu vou seguir o seu legado. Eu faço coração com os braços em cima da cabeça. Ele grita de volta.

- Eu te amo, minha Jujuba. Comece pela matemática, minha filha. Estou te esperando aqui fora. Força neste cérebro desmiolado, minha menina. Ele faz coração com as mãos.

Encontrei minha sala e me sentei na carteira designada. Respirei fundo e fechei os olhos, tentando acalmar meus nervos. Lembrei-me das palavras da minha família e do meu próprio sonho de me tornar policial federal.

- Eu consigo, repeti para mim mesma. Eu tenho que conseguir.

A prova começou, e eu me concentrei em cada questão. Comecei pela matemática, respondendo com o máximo de atenção e cuidado. As aulas de direito com Rodolfo e meus irmãos valeram a pena. O tempo voou, e quando me dei conta, o tempo já estava acabando. Preencho o gabarito com atenção, é permitido um rascunho da marcação. Saí da sala de prova com um misto de alívio e expectativa. Fiz o meu melhor, mas só o tempo diria se seria suficiente. Bato no vidro do carro.

- E aí, minha filha, como foi? Olho para meu pai começo a chorar.

- Estava muito difícil, acho que não vou conseguir. Eu sou muito burra, pai! Ele abraça.

- Você não é! Tenho certeza que vai conseguir. Vamos tomar um sorvete enorme, o que acha? Depois corrigimos o gabarito. Limpo meu nariz, manga da blusa dele.

- Podem ser quatro bolas? Ele dá partida no carro e responde.

- Quantas você quiser, hoje você pode. Ele sai da vaga no estacionamento.

Nos dias seguintes, a espera foi torturante. Houve uma demora na divulgação do gabarito. Cada minuto parecia uma eternidade. Mas, finalmente, o resultado saiu. Estou com meu pai na sala, gabarito na mão. Toda família reunida em volta. Fecho os olhos para não ver correção. Quando meu pai quebra o silêncio.

- Não estou acreditando nisso. Suspiro fundo, tive certeza que não consegui a pontuação necessária. Abri os olhos, meu pai está chorando.

- O que foi? Olho para tela do computador.

- Você fez 95 pontos, Jujuba. Todos começam a gritar. Ele me abraça. Eu havia passado na primeira fase do concurso! Precisava de 75, por incrível que pareça, minha melhor pontuação foram matemática e as discursivas.

A alegria foi imensa. Eu havia conseguido superar o primeiro obstáculo, e agora estava mais próxima do meu sonho do que nunca.

Com o coração transbordando de felicidade, compartilhei a notícia com o restante da minha família e amigos. Todos comemoraram comigo, emocionados com a minha conquista.

Sei que ainda há um longo caminho pela frente, mas estou confiante de que vou alcançar meu objetivo. Afinal, eu já provei que sou capaz de superar qualquer desafio.




Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora