O baile

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O baile de máscaras era um espetáculo de luzes, cores e música. Entre os rostos escondidos atrás da máscaras elaboradas, eu buscava qualquer pista que me levasse aos sapos assassinos. Cada passo era um desafio, cada olhar um enigma.

O museu automobilístico, palco da festa, ostentava uma coleção de carros antigos que me transportavam para outra época. Meus olhos se fixaram em um Chevrolet Veraneio 1975 impecável, era sonho do meu pai e meu avô, foi impossível não registrar aquele momento com uma foto para exibir o veículo impecavelmente original.

Seguindo pelo hall de exposição, meus olhos se depararam com um Opala SS 1979 preto, ostentando a placa com o final S00. O coração bateu forte. Era o carro que eu procurava! Me aproximei do dono, que exibia seu veículo com orgulho. De forma sutil, perguntei se o carro já tinha pertencido a Antônio Serra. Ele, sem saber da resposta, me informou que o havia comprado há apenas 15 dias.

- De quem você comprou?, questionei, com a esperança de encontrar a peça faltante do quebra-cabeça.

- Vilmar Santoro, ele respondeu.

A resposta me deixou surpresa, mas logo meus olhos se desviaram para um homem vestido de smoking preto e máscara de sapo. Ele caminhava em minha direção, e um calafrio percorreu meu corpo. Ao passar por mim, senti o cheiro inconfundível de alecrim com combustível. Era ele.

Sem pensar duas vezes, comecei a perseguir o homem, que se misturava no meio da multidão. Eu estava no seu encalço, determinada a desmascarar o assassino que atacou meses atrás. Em um canto mais vazio do salão, finalmente o confrontei.

- Pare!, gritei, com a voz carregada de fúria. Sei que você é o sapo assassino! Ele riu ironicamente.

- Finalmente a sapinha Juliana me encontrou, disse. Subestimei sua força e inteligência. Era para estar morta neste momento.

Em um movimento rápido, tirei a minha máscara. Seus olhos sobre a escuridão da máscara, revelaram a frieza e maldade que ele tentava esconder.

- Não vou te deixar escapar!, afirmei, com a determinação estampada no rosto.

Neste momento as luzes do museu se abaixam para apresentação no salão principal, apenas a luz fraca de algumas lâmpadas isoladas iluminava o local. Eu e o assassino se encaravam, o silêncio era cortado apenas pela respiração ofegante de ambos.

O assassino, com a máscara de sapo ainda no rosto, esboçou um sorriso sinistro que perceptível pelo seu olhar.

- Você acha que pode me deter?, ele disse com voz rouca. Sou mais rápido, mais forte e mais inteligente que você. Não me intimidou.

- Posso não ser tão forte quanto você, mas tenho algo que você não tem: A fome por justiça.

- Hahaha, você acha que isso é suficiente, Juliana? Ele me provoca, mas eu sei que vou conseguir ao com essa conversa.

- Pode não ser, mas eu sobrevive ao ataque. Você é fraco, não conseguiu me derrubar, mesmo depois que meu deu uma facada. Neste momento feri o ego dele. Ele está nervoso, que grita.

- Posso acabar com você, Juliana. Eu começo a rir.

- Você usa essa máscara de anfíbio, mas nunca será com eles, pois eles sabem se defender do predador, mas você é um parasita que se alimenta das dores dos outros, simples assim. Você é um covarde! Ele esboça vir para cima de mim, mas uma pessoa se aproxima.

- Você não me conhece, tenho várias espécies de anfíbios na minha fábrica, adoraria te torturar naquele lugar, e acabar de uma vez com você, desse do incêndio que quero te fazer chorar, como fez pelo seu bichinho. Ele mordeu a isca, meu duas informações.

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