Rodolfo Dias
Sete dias depois do ataque...
A folga do treinamento militar era uma lufada de ar fresco. Finalmente, podia sair daquela rotina rígida e passar um tempo com os amigos. E quem melhor para me encontrar do que Theodoro, meu velho companheiro de infância e amigo da família Fontes? Combinamos de nos encontrar em um bar badalado de Boston, onde a música rolava solta e a cerveja gelada fluía como água.
Depois de algumas horas colocando a conversa em dia e rindo de velhas histórias, Theodoro me surpreendeu com um presente inesperado. Era uma caixa embrulhada com carinho, enviada por ninguém menos que Juliana. Eu não podia acreditar! Desde que ela se envolveu com Frederico, um cara ciumento e possessivo, Juliana se afastou de mim. Ela temia que nossa amizade provocasse ciúmes no namorado.
Depois de um tempo no bar, me despedir de Theodoro, e caminhei pelas ruas carregando a caixa que tanto alegrava minha noite. Ao adentrar no meu quarto, logo me sentei na cama para ver o que tinha dentro do presente de Juliana.
Com o coração batendo forte, abri a caixa com cuidado. Lá dentro, encontrei uma carta na qual Juliana pedia desculpas por ter se afastado e por ter sido uma péssima amiga. Ela dizia que sentia minha falta e que queria muito me ver novamente. Junto com a carta, havia um pote de biscoitos casadinhos, feitos por ela mesma com todo o carinho, um pote de amendoim caramelizado, bombons de nozes e um porta-retrato com nossa foto no casamento de Laura.
Fiquei emocionado com o presente de Juliana. Aquilo era um sinal de que ela ainda me considerava amigo e que sentia minha falta. O porta-retrato com nossa foto era um lembrete de um dos momentos mais felizes da minha vida, e os doces caseiros me fizeram lembrar dos tempos em que éramos crianças e brincávamos juntos.
Naquele momento, tudo que eu queria era falar com ela, agradecer pelo presente e dizer o quanto era importante para mim. Mas, para minha frustração, o telefone dela estava desligado. Tentei várias vezes, mas caixa postal.
Apesar da frustração de não poder falar com Juliana, eu me senti feliz e grato por ela ter se lembrado de mim. O presente dela era um gesto de carinho e amizade que me tocou profundamente. Guardei a caixa com cuidado e coloquei o porta-retrato na cabeceira da minha cama. Era um lembrete de que, mesmo distantes, a amizade entre nós ainda era forte e verdadeira.
No dia seguinte, voltei para o treinamento militar com o coração mais leve e a esperança renovada. Sabia que Juliana ainda estava em meus pensamentos e que, um dia, poderíamos retomar nossa amizade da mesma forma que era antes. Resolve ligar para minha irmã, no segundo toque ela atende.
- E aí, minha chatinha, como você está? Sorrio aguardando a resposta dela.
- Você demorou demais para me ligar, seu bobo. Ela está com a voz estranha.
- O que está acontecendo? Estou ansioso para saber o que ela tem para me dizer.
- Juliana está hospitalizada, atacaram ela quando estava saindo do hospital. Meu coração disparou.
- Por que ninguém me contou? Estou indignado por ninguém me contar sobre a situação de Juliana.
- Tio Fernando e o papai proibiram de contar para você, mas estou falando, por favor não apronte.
- Vou desligar. Depois conversamos. Desligo o celular, vou direto à sala do comandante.
Peço dispensa para voltar ao Brasil. Ele não me libera, então decido abandonar o curso. Vou até o alojamento, faço as malas e compro uma passagem de retorno a Brasília. Quando estou saindo, Morgan tenta me impedir, mas estou certo da minha decisão. Estou certo do meu amor por Juliana. Entro no táxi, vou direto para o aeroporto. Serão 13 horas de vôo torturante para meu coração.
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Jujuba e suas aventuras
Любовные романыEla é alegre, doce, gentil. Ela é uma bióloga que ama os animais e a natureza, em especial os anfíbios pavor do seu pai Delegado federal Fernando Fontes. Será que Jujuba vai se dar bem na Matéria do amor? Será que ainda vai continuar assustando seu...