Decretado

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Juliana Lopes Fontes

10 dias depois do ataque....

- Mamãe, deixa Laura ficar como minha acompanhante nesta noite. Eu imploro à minha mãe.

- Deixa mamãe, vou cuidar dela direitinho. Laura faz as mãos de prece.

- Eu conheço bem vocês, vão ficar maratonando doramas, mas não pode comer besteira Juliana. Comam frutas, tudo bem? Amanhã de manhã venho fazer a troca de acompanhante. Ela me beija e saí juntamente com Laura, que foi buscar notebook no carro e ir ao supermercado próximo comprar frutas.

O silêncio do quarto era quase palpável, apenas o som fraco da respiração me acompanhava enquanto eu me entregava ao cochilo. A alta da UTI havia me proporcionado um alívio imenso, mas a fraqueza ainda era evidente. A espera pela chegada de Laura, minha irmã mais velha, me deu uma sensação de paz. Ela havia se voluntariado para ser minha acompanhante no hospital, e a promessa de maratona nos doramas juntos me animava.

De repente, um toque suave em minha mão me despertou. Abri os olhos devagar, encontrando Frederico me encarando com uma expressão suplicante. Uma onda de choque me percorreu ao me lembrar de tudo que aconteceu no chalé, da briga do término abrupto. A raiva e a mágoa borbulhavam dentro de mim, tornando sua presença indesejada.

Frederico, sem perceber meu desconforto, começou a se desculpar, justificando seu comportamento tóxico com a criação conturbada que teve. Ele confessou seu amor por mim e implorou por uma segunda chance. Suas palavras, porém, não encontraram eco em meu coração. As lembranças das ofensas e humilhações ainda eram muito vívidas.

Enquanto Frederico implorava por perdão, a porta do quarto se abriu e Laura entrou, acompanhada por Henrique, meu irmão mais velho. A surpresa no rosto de ambos era evidente. A tensão no ar era palpável, e a revelação da briga entre Frederico e Henrique no restaurante no dia do meu ataque só a intensificou.

- Olha, veio visitar a "vagabunda da minha irmã", não foi assim que se referiu a ela no nosso último encontro. Henrique encara Frederico.

- Que encontro? Eu pergunto sem entender.

- Eu falei besteira porque estava nervoso, Henrique. Peço perdão, mas eu amo sua irmã. Frederico responde com lágrimas nos olhos.

- Essas lágrimas de crocodilo, seu cafajeste. Ele ofendeu você no dia do seu ataque.

Laura relata todas as palavras ditas por Frederico no dia da briga. Saber que ele pronunciou tais coisas acerca da minha pessoa, matou tudo dentro do meu coração.

Com a voz firme, pedi aos meus irmãos que nos deixassem a sós. Apesar da relutância, eles saíram, deixando-me cara a cara com Frederico. Sem rodeios, deixei claro que não havia espaço para ele em minha vida.

- Infelizmente, não sei ao certo como tudo aconteceu, mas não duvido deles, na realidade, mesmo que fosse mentira, não mudaria nada na minha decisão. Nosso namoro acabou! Digo enfática.

- Juliana, por favor não pode ter acabado seu amor por mim, assim dessa forma. Ele tenta se aproximar.

- Realmente, eu ainda tenho sentimentos por você, mas amar é suportar e não tolerar. Eu suportei nossas diferenças, mas não vou aceitar que elas me diminuam, então aguentei até onde ainda me valorizava, mas pelo que vejo isso deixou de existir.

- Juliana, eu vou buscar ajuda para mudar, me dê uma chance? Ele súplica no seu pedido.

- Mude por você! Não mude por mim! Aceito seu pedido de perdão, amei os jacinto, mas por favor não desejo mais vê-lo. Foi muito bom enquanto durou, tenho lindas lembranças contigo, mas a partir de agora espero que encontre o seu caminho, infelizmente não vou caminhar ao seu lado. Se não for pedir muito, poderia se retirar, meus irmãos desejam me ver. Firmemente digo olhando nos seus olhos.

O amor que sentia por ele havia se transformado em desilusão e ressentimento. Meu coração permaneceu inabalável. A ferida que ele causou era profunda demais para ser curada com palavras vazias. Com lágrimas nos olhos, ele finalmente aceitou a minha decisão e se retirou do quarto.

Exausta, fechei os olhos, senti um misto de alívio e tristeza. O capítulo de Frederico em minha vida havia sido encerrado, e era hora de seguir em frente, em busca de um futuro mais promissor e livre de dor. Meus irmãos entram, apenas agradece por me defenderem. Henrique, sempre carinhoso comigo,ficou um tempo retornou para sua casa. Deixando eu e Laurita sozinhas.

- Vamos assistir ao dorama? Laura pergunta deitando ao meu lado.

- Vamos assistir " Jardim de meteoros". Ela sorri.

- Concordo. Ficamos deitadas juntinhas. Jujuba, tive tanto medo de perder você e todos esses momentos que poderíamos viver juntas, mas graças a Deus você voltou para gente, minha irmã amada. Ela beija minha bochecha.

- Eu também estou muito feliz de estar viva e ter minha família juntamente comigo novamente. Eu beijo sua bochecha de volta. Vamos maratonar! Me passa as maçãs.

Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora