Silêncio no quartel

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Rodolfo Dias

O quartel dos bombeiros pulsava com a agitação habitual. Sirenes soavam ao longe, indicando mais um dia de trabalho intenso para os bravos combatentes do fogo. No entanto, para mim, o ambiente era carregado de uma ansiedade sufocante.

Meu coração estava batendo descompassado, me dirijo à sala do coronel Quintino, o comandante rígido e imponente que comandava a tropa com pulso de ferro. Ao bater à porta, a voz grave do coronel ecoou pelo cômodo: Entre, Tenente Dias.

Entrei, sentindo o peso da expectativa em cada passo. O coronel me fitou com seus olhos penetrantes, um olhar que não deixava dúvidas sobre a seriedade da situação.

- Dias, ele começou, sua voz firme e inabalável, sua conduta recente, durante o curso em Boston, foi inaceitável. Sua insubordinação colocou em risco a reputação de todo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. As palavras do coronel me atingiram como um soco no estômago. O coronel continuou, anunciando a minha punição:

- Diante do ocorrido, você será transferido para o setor administrativo dos bombeiros. Sua experiência e habilidades serão úteis em outras áreas, mas sua carreira como bombeiro de combate está sobre análise, mas temos uma missão especial: Irá acompanhar a visita da Tenente Megan.

O mundo desmoronou ao meu redor, a porta da sala se abriu e uma figura feminina entrou, irradiando força e determinação. Era a tenente Megan, a oficial que havia liderado o curso em Boston, e que agora o encarava com um sorriso enigmático.

- Tenente Dias, ela disse, sua voz suave mas firme, o coronel tem razão em relação à sua insubordinação, uma vergonha para corporação, mas também reconhece seu potencial e sua bravura.

- Ela ficará um tempo observando nossas ações, então você é responsável por ela.

- Sim senhor! Bato continência.

- Descansar. Pode apresentar o quartel a Megan. Aproveitei de um jeito nesse cabelo e vai ficar essa semana no alojamento.

- Sim senhor. Saio da sala, acompanhado por Megan. Ela para na minha frente.

- Está lindo com esse cabelo, pena que vai ter que cortar. Ela toca meus cabelos. Tiro suas mãos.

- Se me dá licença. Vou em direção ao vestiário. Cassiano acaba de chegar, peço ele para cortar meus cabelos. Meus pensamentos estão centrados em Juliana.

- Você está tudo bem? Cassiano pergunta enquanto meu cabelo cai no chão.

- Sim, estou frustrado, mas logo passa. Meus pensamentos não saíram da tarde que tive com Jujuba.

Algumas horas atendendo chamadas, procuro no sistema o endereço, envio o para whatsapp dela. Depois de algumas horas de trabalho, caminho em direção ao alojamento. A água quente não é capaz de tirar a frustração da resposta de Juliana. Agora sei o que ela sentiu quando a rejeitei. Não consigo dormir, então resolvo ir até a garagem. Sei que não é mais minha função, organizo e limpo todos os veículos. Sentado observando o silêncio da madrugada, até que sinto um toque nos meus braços,

- Posso me sentar? Diz Megan

- Faça o que achar melhor. Ela se senta ao meu lado. Suas mãos vão direto na minha perna.

- Sabe, Rodolfo, podemos nos dar muito bem, bastante a gente ter uma amizade colorida ou de pegação, o que acha? Ela sorri para mim.

- Aqui é Tenente Dias, eu não sou homem de pegação, se me dá licença. Quando me levanto e começo a caminhar, ela vem para cima de mim, me pressiona na frente do caminhão.

- Eu quero tanto você, que vim até o Brasil para tentar conquistar seu coração, o que ela tem que eu não tenho, me diga? Revirou os olhos e tirou suas mãos de mim. Aproximo do seu ouvido é digo:

- Tudo que você não é. Ela é perfeita. Por favor, valorize-se. Boa noite, Tenente Jones.

Rolo na cama, até que meus pensamentos viajam na pele macia de Juliana. Fecho os olhos e relembro da nossa tarde de amor. Saio do transe quando escuto os oficiais chegando de uma chamada. Será uma semana difícil, lidar com rejeição de Jujuba e com minha nova função.


 Será uma semana difícil, lidar com rejeição de Jujuba e com minha nova função

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