A escuridão

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Três dias se passaram desde a última vez que vi Fernando. Desde a noite em que a fúria me consumiu e me levei ao Sol Nascente em busca de vingança. Desde então, me tranquei no escritório, isolando-me do mundo exterior. As paredes do meu refúgio me protegem das lembranças dolorosas, mas não silenciam a dor que corrói meu coração.

Minha mente vagueia sem rumo, revisitando o último dia em que estive ao lado de Juliana em seu leito de hospital. Sua pele pálida, os fios frágeis de cabelo, o sorriso fraco que tentou esboçar antes de sucumbir à sedação. A cada lembrança, uma onda de lágrimas inunda meu rosto, levando consigo a dor que me consome.

Um som repentino me tira do transe. Meu celular vibra em cima da mesa. Uma notificação de e-mail. Um e-mail desconhecido. Com o coração batendo descompassadamente, abro a mensagem. Um único arquivo anexado, sem título ou explicação.

Com dedos trêmulos, clico no arquivo. Um documento se abre na tela, revelando um texto curto e direto:

"Eu fiz tudo que pude. Agora, a justiça está em suas mãos."

Leio cada linha com atenção, buscando pistas, significados ocultos. A mensagem é críptica, mas a intenção é clara: Pietro cumpriu sua promessa. Ele me deu as ferramentas que preciso para encontrar os responsáveis pelo ataque a Juliana.

Um novo som me faz saltar da cadeira. Meu telefone toca. O número desconhecido. Sem hesitar, atendo a chamada. Uma voz grave e rouca ecoa do outro lado:

- Olivia....? Escuto atentamente a cada palavra pronunciada pela aquele voz.

Desligo o telefone e me levanto em um impulso. A angústia que me aprisionava por dias se transforma em energia renovada. Sai correndo do escritório, atravessando a salão de espera lotada de clientes, ignorando os olhares curiosos e as perguntas que não respondo.

Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora