Pesadelo materno

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Olivia Lopes Fontes

24 horas depois da entrada de Juliana ao hospital.

A noite caía sobre o hospital quando me vê presa em um sonho terrível. Juliana, minha filha de apenas cinco anos, brincava alegremente no quintal, rindo e correndo com seus cachos ao vento. Eu a observava de sua janela, com um sorriso no rosto, a felicidade contagiante da minha menina.

De repente, Juliana tropeçou e caiu no rio que cortava o fundo do quintal. Um grito agudo ecoou pelo ar enquanto a menina era arrastada pela correnteza. Sem pensar duas vezes, corre para fora de casa e mergulhei nas águas geladas.

Com todas as minhas forças, lutava contra a correnteza, desesperada para salvar minha filha. Mas Juliana era levada cada vez mais para longe, até que finalmente desapareceu sob a superfície da água.

Acordo com um grito estrondoso, o meu coração batendo descompensado no meu peito. Fernando, me abraçou forte, tentando acalmar.

-Foi apenas um sonho, meu amor, ele sussurrou em seu ouvido. Mas não conseguia acreditar. O sonho era tão real, tão vívido, que parecia ter acontecido de verdade. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto imaginava Juliana desaparecendo no rio. Então, indago Fernando.

- E se ela realmente morrer?, perguntei , com a voz embargada pela angústia. O que vou fazer sem ela? Fernando me envolveu em seus braços novamente, tentando me confortar.

- Ela não vai morrer, Olivia, ele disse com convicção. Nossa filha é forte, ela vai superar isso. Fernando vai até a entrada do hospital para conversar com a polícia.

No corredor da UTI, aguardava ansiosamente por notícias de Juliana. As horas passavam como uma eternidade, cada minuto se arrastando como uma tortura. De repente, uma movimentação de enfermeiros e médicos chamou minha atenção. Eles saíram com ela em uma maca. Meu coração apertou no peito enquanto corria para encontrar a filha.

- O que está acontecendo?, perguntei, a voz tremia de medo. O médico me encarou com um olhar sério.

- Sua filha acordou com dores fortes no abdômen, ele explicou. Fizemos alguns exames e constatamos que ela tem os dois intestinos perfurados. Ela precisa de uma cirurgia urgente para conter a infecção no abdômen.

Meu mundo desmoronou. Juliana precisava de outra cirurgia, e a possibilidade de perdê-la novamente me consumia de terror.

Enquanto Juliana era levada para a sala de cirurgia, buscava por Fernando, que estava do lado de fora com o restante da família e com a polícia. Ao vê-los, desabei em lágrimas e gritando:

- Juliana está sendo levada para outra cirurgia! Todos me olham, corro até meu marido.

Toda minha família se reuniu à minha volta, compartilhando meu desespero e a minha dor. Me ajoelhei no chão e erguendo minhas mãos para o céu, implorando a Deus pela vida da minha filha.

- Por favor, meu Deus, implorei. Salve minha menina. Eu não posso perdê-la, por favor Senhor!

As horas se arrastaram enquanto nossa família aguardava notícias da cirurgia. A angústia os consumia, mas a esperança de que Juliana sairia dessa provação os mantinha unidos. Laura está aos prontos no braços do marido, minha outra menina é muito ligada a irmã. Henrique está andando de um lado para outro, os quadrigêmeos parecem estar em outro mundo de tão calmos que estão. Depois de me acalmar digo a todos.

- E melhor vocês irem para casa descansar, tomar uma banho e comerem alguma coisa, assim que tiver notícias, eu ligo para vocês.

- Não, mãe vamos ficar todos juntos. Somos uma família. Laura disse. Todos concordam.

- Meu amor, eles não vão embora! Deixa eles ficarem.

- Ok. Mas eles precisam comer e tomar um ar, leva eles na lanchonete ao lado. Eu fico aguardando notícias.

- Vamos meninos, sua mãe está certa. Eles se despedem de mim, e partem para fora da recepção.

Depois de alguns minutos, a enfermeira chama pelos familiares de Juliana Lopes Fontes, meu coração dispara com a notícia....

Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora