Meu fim

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Juliana Lopes Fontes

O dia começou agitado. Meu pai, como de costume, já havia traçado o roteiro: exercícios de matemática pela manhã, seguidos de uma caminhada revigorante. Enquanto eu me alongava, tentava me concentrar nas equações, mas meus pensamentos insistentemente se voltavam para Rodolfo, precisava me desculpar com ele.

Após a caminhada e almoço, parti em direção ao escritório da Advocacia Fontes. Precisava entregar um pacote para Rodolfo antes de seguir para o trabalho. Ao chegar, fui recebida pelo meu irmão mais velho, Henrique, com um abraço caloroso e um beijo no rosto. Subi até a sala de Theodoro e o encontrei concentrado em seus documentos. Expliquei que o pacote era para Rodolfo e pedi que o entregasse. Theodoro, sempre prestativo, aceitou prontamente. Ele está indo passar férias em Boston com sua família.

Sai do escritório e me dirigi ao hipermercado, onde já era aguardada para iniciar meu turno. Ainda sentia a mágoa do término com Frederico, mas estava decidida a seguir em frente.

No trabalho, fui recebida com carinho por todos. Jacinta, minha amiga e colega, logo percebeu minha tristeza e tentou me animar. Apesar de seus esforços, ainda me sentia abatida por momentos.

Ao final do turno, enquanto caminhávamos para o ponto de ônibus, lembrei-me que havia esquecido o caderno de exercícios de matemática que meu pai me passou, vai corrigir naquela noite. Pedi a Jacinta que me aguardasse no ponto e corri de volta ao hipermercado, que ainda estava aberto. Peguei o caderno do meu armário e, ao me virar, meus olhos se depararam com o kit de defesa. 

Guardei tudo na mochila, fiquei com frasco de spray de pimenta.Em um impulso, são correndo para entrar minha cunhada,agradeci  aos seguranças pela gentileza de abrirem para mim.

Parti em direção ao ponto de ônibus, me certificando de que ninguém me seguia. Ao passar por uma rua estreita e deserta, tive a sensação desconfortável de estar sendo observada. Virei-me rapidamente, mas não vi ninguém. Tenho meus sentidos bem aguçados, sinto que estou em perigo.

Meu coração acelerou. A sensação de ser vigiada era cada vez mais forte. Decidi seguir em frente, mas com cautela, observando cada movimento ao meu redor.  A rua escura e vazia me deixava cada vez mais apreensiva. De repente, ouvi passos de solado de borracha atrás de mim. Quando sou agarrada e pano com clorofórmio e coloco na minha boca e nariz, mantenho a calma, pois seu que demora um pouco para ficar desacordada, em movimento rápido dou pisão no pé e cotovelada na barriga do sequestrador, que me solta. Me virei bruscamente e me deparei com uma figura encapuzada, aperto o spray nos olhos dele.

Comecei a correr, quando sinto um baque na lateral do meu corpo, caio no chão. Um corpo alto e musculoso vem sobre mim. Chutei o seu rosto e depois a barriga, mas ele me levanta pelos cabelos. Minha mochila mantém uma distância entre nosso corpos, então com o peso do meu corpo, o empurro contra o poste, ele geme de dor ao bater as costas. O outro assassino ainda está no chão com as mãos na máscara. Eu consigo me soltar, corro novamente. Ele me agarra, sinto algo entrando na lateral do corpo, grito de dor. Caio no chão, me contorcer de dor, o assassino diz.

- Porque resistir, sapinha Juliana. Você será nossa! Preciso reagir.

Estou com rosto no chão. Quando ele me vira, aperto o spray que não soltei durante a luta. Quando ele se afasta, dou um chute com o resto da minha força. Me arrasto até o poste e me levanto, corro com dificuldade. Escuto um deles falar.

- Pega ela sua idiota. Escuto passos, estou desesperada. A dor é intensa, consigo sair na avenida principal, que é bastante movimentada, grito por ajuda.

- Socorroooooooooo… quando começo andar de costa, vendo os assassinos correndo em minha direção. Uma luz se aproxima. Sinto a batida do carro, meu corpo bate no vidro e é arremessado no asfalto. Estou ouvindo gritos das pessoas. O farol está no meu rosto. Jacinta se aproxima desesperada.

- Juliana, minha amiga. Fica acordada. Alguém chama SAMU. Fica comigo amiga. Só tenho força para dizer:

- Eu quero meus pais! Tudo fica escuro.

Jujuba e suas aventuras Onde histórias criam vida. Descubra agora