Fernando Fontes
O barulho ensurdecedor das hélices do helicóptero batia em meus ouvidos enquanto observava a cidade de Brasília se distanciar cada vez mais. Ao meu lado, Otávio Serra, piloto de confiança, mantinha o olhar fixo no horizonte, a concentração estampada em seu rosto.
A angústia me consumia desde que do desaparecimento de Juliana. Minha filha, sempre tão impulsiva e justiceira, havia decidido tomar as coisas em suas próprias mãos e ir atrás da família assassina de pessoas inocentes.
De repente, o meu celular vibrou avisando mensagem, quebrando o silêncio tenso que pairava no ar. Ele leio com cautela, o cenho franzido em concentração. Ao terminar, um suspiro de alívio quebra o clima de preocupação, digo a todos.
- Juliana enviou mensagem, digo olhando para Olivia. Está na delegacia de São Domingos. Ela está bem. Olivia abre um sorriso.
- Meu Deus, muito obrigada por proteger minha filha!
Um enorme peso saindo do meu peito. Minha menina estava bem! Mas a preocupação ainda pairava em meu coração. O que ela havia feito? Como estava se sentindo?
O helicóptero pousou em um campo de futebol empoeirado. Olivia e eu saltamos da aeronave e corremos em direção à delegacia, nossos corações batendo freneticamente.
Em poucos minutos, já estávamos dentro da delegacia, o cheiro metálico e desinfetante invadindo nossas narinas. Um clamor ecoava pelas salas, gritos desesperados que me gelaram a espinha.
- Não podem me fazer isso! esbravejava uma voz familiar. Ela me envenenou! Meu pênis vai cair, me ajuda!
Era o professor Aloísio, o líder da família assassina. Ao lado dele, Vilmar Santoro, o outro responsável pela estupro de várias mulheres, também implorava por piedade.
- Meu pênis não pode cair, me ajuda! gritava ele. É a única coisa que me resta, minha masculinidade!
Ao entrarmos na sala, meus olhos se depararam com a cena mais inusitada que não poderia imaginar. Juliana, vestida com um colete da Polícia Federal, observava a cena com um sorriso irônico nos lábios.
- Parece que o veneno teve um efeito alcançado, ela disse, sua voz firme e um sorriso no rosto. Vocês não vão mais fazer mal a ninguém.
Fiquei impressionado com a postura da minha filha. A minha menina que pensava ser doce e frágil, se mostra forte e determinada. A imagem dela vestida com a farda da PF me emocionou profundamente.
- Juliana! exclamei, caminhando em sua direção. Que loucura foi essa? Ela correu para meus braços e me abraçou com força.
- Eu não podia deixar esses monstros escaparem, estão experimentando literalmente do próprio veneno, ela disse, sua voz embargada pela emoção. Eles não vão mais tirar a vida de ninguém. Tinha que fazer algo para impedir a fuga deles. Peguei-a pelas orelhas.
- Mas você não pode agir por conta própria, disse. Isso foi muito perigoso, quer matar seus pais. Olivia segurou meus braços.
Juliana me encarou com seus lindos olhos cheios de determinação.
- Pai, eu não podia ficar de braços cruzados, ela disse. Tinha que fazer justiça.
- Justiça? Você é agente da lei agora, Julianaaaaaaaaa! Grito ainda segurando suas orelhas.
- Calma, Fernando! Ela está bem. Victor tenta apaziguar.
- Não, defende Victor, ela está errada. Pegar minha arma. Ela me olha, solto sua orelha. Ela corre para trás da mãe. Olivia coloca as mãos na frente.
Falar em arma, ela foi apreendida para averiguação. Estou tentando que a liberem, me desculpe, papai!
- Julianaaaaaaaaaa! Eu vou te dar uma surra, que nunca te dei, garota. Olivia a protege, enquanto ela corre para longe. Toda atenção da delegacia está em mim.
- Fernando, meu amor. Tudo vai ficar bem, ela está ótima. Olivia tenta me acalmar.
Embora eu estivesse furioso com sua imprudência, admirava sua coragem e senso de justiça. Juliana era minha filha, e eu a amava incondicionalmente.
- Eu te amo, papai urso! Ela faz coração com as mãos. Pedro se aproxima.
- Ela ficou linda, no colete da PF, parece uma delegada de verdade. Um policial chama Juliana. Ela entra na sala de depoimento.
- Primeira coisa que observei foi quando a vê, ela ficou imponente na farda, parecia uma guerreira.
Ficamos aguardando, Rodolfo e Otávio não entraram na delegacia, ele ficou bastante preocupado com Juliana. Depois de uma hora, ela sai com sorriso no rosto. Ela se aproxima e pergunta.
- Meu namorado, onde ele está? Ela olha em todas direções buscando por ele.
- Minha filha, ele está com Otávio, tenha paciência com ele, a preocupação quase matou o garoto. Olivia acaricia seus braços. Juliana responde.
- Lógico que vou cuidar da minha tartaruga. Toma pai sua arma. Vou atrás do meu amorzinho!
- Cuida bem do meu garoto, Jujuba! Victor disse.
Pode deixar, sogrinho! Vamos voltar de carro, então até amanhã. Beijinhos! Ela beija a mim e a Olívia.
Saímos da delegacia, a sensação de alívio se misturando com alegria de ver minha filha viva. O que o futuro reservava para nós? Mas uma coisa era certa: minha filha havia se tornado uma mulher forte e independente, pronta para enfrentar qualquer desafio. Ela entra na caminhonete em busca do seu namorado. Olho para frente, vejo uma padaria.
- Depois dessa emoção, nos resta tomar um café. Eu pago. Convido a todos para liberarem a preocupação na comida.
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Jujuba e suas aventuras
RomansaEla é alegre, doce, gentil. Ela é uma bióloga que ama os animais e a natureza, em especial os anfíbios pavor do seu pai Delegado federal Fernando Fontes. Será que Jujuba vai se dar bem na Matéria do amor? Será que ainda vai continuar assustando seu...