Dulce gemeu quando a parede gelada entrou em contato com seu corpo em chamas. Os lábios sobre os seus eram exigentes e a forma como ele a devorava fazia com que ela se sentisse desejada e em puro deleite.
Christopher tinha uma das mãos afundada no cabelo dela, puxando, emaranhando as madeixas tão bem tratadas. Ele soltava ruídos a cada vez que ela o apertava contra seu pequeno corpo.
O ar se foi, os pulmões imploravam por descanso, relutantes se afastaram. Ele foi libertando seus lábios aos poucos, deixando leves selinhos pra trás.
Ofegantes, mantiveram os rostos unidos, respirando o ar um do outro. Dulce seguiu de olhos fechados temendo despertar de seu sonho. Mas logo uma imensa agonia lhe tomou o peito e reverberou por sua garganta fazendo-a libertar o primeiro soluço, seguido de lágrimas.
— É tão certo que há um erro entre nós dois. Mesmo assim, eu insisto em te querer. — Sussurrou chorosa.
— Dulce... — Ele tentou limpar as lágrimas que ela deixava cair.
— Não. — O afastou — Isso é errado. Você é casado, sua filha está nesse mesmo hospital com sabe-se lá o quê. E você odeia o fato de que me ama. Sem mencionar que sua mulher está me cercando, ameaçando acabar com minha carreira.
— A sua carreira sempre foi o mais importante pra você. — Cuspiu em amargura. — Foi por causa dela que agora outra mulher é chamada de minha esposa. Hoje, outra mulher ocupa o lugar que devia ser seu.
— Christopher-
— Não. Você tem razão, nós dois começamos a ser um erro um para o outro desde que esquecemos o preservativo naquela noite.
Ela apertou os lábios com força, buscando engolir o choro. Lembrar da primeira vez que se entregou a ele era magia seguida do mais puro ódio. Lembrar da época maravilhosa em que namoravam e o dia sempre começava com aqueles olhos expressivos a encarando, a venerando.
— Você ensinou a nossa música pra ela.
— E do que importa? Não significa nada pra você.
Dulce recebeu aquilo como um tapa. Puxou longas respirações, antes de seguir.
— Eu a observei tocar, acorde por acorde, a letra se desenrolava na voz dela. E tudo que eu pensava, era que eu daria tudo pra ter você cantando pra mim de novo.
— Como chegamos a essa situação? — Eles suspirou em exaustão. Numa vida perfeita, ele a teria pedido em casamento aos dezoito e os filhos só seriam propostos depois dos vinte e cinco.
A saudade dela o corroía. Falta dos sorrisos de menina, das birras bobas, dos conselhos, dos abraços, dos planos jamais realizados.
— Eu não sei. Mas isso não é nada do que eu imaginei quando te encontrei pela primeira vez.
— Eu preciso ir saber sobre minha filha. — Ele caminhou até a porta.
— Diga que me ama. Por mais doído que seja, por favor, diga. — Implorou voltando as lágrimas.
— Eu dolorosamente amo você. — Saiu.
***
— Ai Minha Santa Guadalupe da bicicletinha. Não da pra acreditar — A adolescente loira rompeu pela sala de espera, acompanhado do namorado e de uma Alexandra atudida.
Luna levantou a mirada cansada pra amiga. Sorriu brevemente.
— Querida, onde está seu pai? — Alexandra perguntou. Quando Luna jogou-se em seus braços.
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Frutos Por Trás Da Fama
FanfictionO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...