Frutos Por Trás Da Fama

72- Deixe-me ajudar

— Psiu. — Henrique chamou à menina sentada na fila ao lado, duas cadeiras a frente da sua. E ela o ignorou de novo. — Larissa eu sei que você está me ouvindo.

— Cale a boca. —  Jade sentada ao seu lado o repreendeu.

— Não enche o saco, Jade. — Revirou os olhos. — Não vê como ela está pálida?

— Ela não quer falar com você. E com certeza não quer um segundo round do que aconteceu há algumas semanas atrás.

— Isso não é da sua conta.

— Será que dá pra vocês calarem a boca? — Luna pediu.

— Fica quieta! — Os irmãos a repreenderam juntos.

— Uckermanns, há alguma coisa que vocês queiram compartilhar com o resto da classe? — A professora de biologia questionou.

— Nós e a classe já compartilhamos o desejo de nunca mais assistir suas aulas. — Henrique arriscou.

— O quê!?

— Nada professora. Sentimos muito por interromper. — Jade sorriu culpada e a professora voltou para o quadro, explicando sobre qualquer que fosse a merda que nenhum deles entendia.

— Larissa. — Henrique a chamou mais uma vez. Ouviu Jade bufar irritada ao seu lado. Mas ele não estava nem aí pro mimimi dela.

— Vai pro inferno.

— Onde você acha que eu estou todos esses meses sem você? — E ali estava novamente, ignorância por parte dela.

— Você vai parar? — Jade o encarou com olhar repreensivo.

— Ela não está bem. Desde o início da aula que ela fecha os olhos com força esegura a borda da mesa e é a terceira vez que limpa o suor do rosto. E oar condicionado tá ligado. — No exato momento Larissa voltou a passar a mão no rosto. — Viu só?

— Henry, acabou. — Luna o lembrou.

— Então vão vocês falar com ela. Descubram o que ela tem.

— Nem conosco ela tá falando direto. — Jade negou voltando a rabiscar no caderno, sua florzinha estava ficando linda, era à única coisa que conseguia fazer naquela aula. Sim, Larissa estava distante, mas nem ela nem Luna culpavam a amiga. A culpa era de Henrique, toda e somente dele. Ok, que amiga estava errada em misturar a relação de amizade que tinham com o que aconteceu no seu relacionamento amoroso com irmão delas. Mas ambas compreendiam, ela amava Henrique de uma maneira que se tornou insuportável olhar pra ele depois da traição. O que voltava a tornar o seu irmão o único culpado, culpado por não amá-la da mesma forma.

— Larissa, olha aqui. — Ele sussurrou mais uma vez.

— Mas que cassete, garoto, me deixa em paz! — Ela se exaltou, chamando a atenção de toda a sala.

— Uckermann e Drew, eu não vou aturar mais disso. Resolvam seus problemas fora da classe! — Resmungou a autoridade da sala. Era como se todos da escola soubessem do que se passou com eles e de fato era bem provável que sim, metade do colégio estava na festa onde tudo aconteceu.

Henrique revirou os olhos e Larissa encolheu-se na cadeira buscando fugir da atenção que atraiu. Demorou mais alguns segundos, para que Larissa se levantasse abruptamente e saísse da sala com a mão na boca.

Henrique se levantou de imediato.

— Não ouse dar mais um passo.

— Mas ela não tá bem. — Justificou nervoso.