81- Ela vai ficar bem?

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— Menino.

— Menina.

— Menino.

— Menina.

— Menino!

— Menina.

— Eu daria tudo para que fosse um hermafrodita só pra não ter que ouvir essa discussão idiota por mais um dia. — Luna reclamou revirando os olhos da poltrona onde estava acomodada observando a rotineira discussão entre seu irmão e sua cunhada sobre o sexo do bebê.

— Ridícula.— Henrique atirou uma almofada nela.

— Ainda é um menino. — Larissa deu de ombros repousando as mãos sobre o ventre volumoso da gestação de quatro meses.

— Vamos fazer um acordo- Henrique tentou.

— Não negocio com idiotas. — A loira suspirou dando-se por satisfeita.

— Tapada. — Henrique revirou os olhos. — Não está disposta a ouvir?

— Eu vou deixar você falar só para te fazer acreditar que tem algum poder nesse relacionamento.

— Ah me matem logo. — Jade resmungou no mesmo tom de implicância da sua gêmea.

O casal as ignorou e seguiram a discussão:

— Fala. — Pediu Larissa.

— Se for menino você se casa comigo.

— E se for menina? — Questionou com um sorriso nos lábios.

— Eu me caso com você. — Henrique retribuiu ao sorriso, depositando um beijo carinhoso nos lábios da namorada.

Não havia nenhum outro lugar do mundo onde ele gostaria de estar senão ali, nos braços dela.

Foi tirado de seu devaneio com o barulho de um suposto vômito partindo do tom debochado das gêmeas.

— Luna, vamos fazer um acordo. — Jade dramatizou.

— Tudo que você quiser amor meu. — Luna entrou na brincadeira da irmã.

— Se for nojento eu grito eca.

— E se for meloso? — Questionou Luna.

— Gritamos juntas.

Ambas desataram a rir partindo daquele sentimento bobo que somente elas compartilhavam.

— E se o Ibama aparecer eu entrego as duas cobras raras. — Larissa atirou uma almofada na amiga mais próxima.

— E a bolota de espécie não identificada vai junto. — Jade devolveu caçoando do Estado da amiga.

Todos estavam aproveitando o máximo daquele período. Embora as implicâncias as gêmeas estavam eufóricas com a chegada do sobrinho ou sobrinha, além de estarem felizes com a felicidade do irmão e da amiga. Larissa e Henrique formavam o casal perfeito e com a chegada do bebê com certeza se tornariam a família bonita do comercial de margarina.

O que rendía as gêmeas mais e mais piadas. No fim, era como se aquele bebê tivesse a capacidade de fazer com que eles acostumassem com a partida do pai, era um sopro de vida naquelas três vidas marcadas pelar tristeza e morte.

— Onde será que está a mamãe? — Jade questionou. — Pedi que ela trouxesse pão de mel e até agora nada.

— Sorte a sua né querida, se comer mais daqueles pães não poderemos mais trocar de lugar o seu excesso de carboidratos não permitiria. — Luna ressaltou.

Frutos Por Trás Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora