53- Os melhores amigos

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— Maldita! — Dulce gritou quando entrou no seu estúdio em casa. — Aproveitadora, desgraçada! — Jogou um microfone contra a parede. — Nojenta! — Ela foi para um de seus prêmios, quando Belinda a parou.

— Opa querida, aí já é demais. — A segurou pelos braços fazendo com que ela sentasse em uma das grades almofadadas. — Me conta.

Dulce suspirou prendendo os cabelos. Estava exausta,  havia chegado do hospital a algumas horas atrás e tudo que fez foi tomar um banho. Não conseguiu dormir, embora estivesse acordada a muito mais tempo que o normal.

Anahí, Anahí salvaria a sua filha. Isso era bom, sim? Então porque diabos ela sentia aquele ódio lhe corroer? O brilho nos olhos de Christopher quando a mulher apareceu foi trucidante. E mesmo que estivesse se sentindo a pessoa mais idiota do mundo por estar sentindo ciúmes naquele momento, ela não conseguia controlar o instinto de acabar com aquela mulher.

— Anahí vai doar um rim pra Jade.

Belinda inclinou a cabeça, observando a amiga com precisão.

— Isso é ruim? — Perguntou, sem saber ao certo o que dizer.

— Não.

— Então porque tá quebrando tudo?

— Porque é ruim!

— Dulce vai se foder. — Indagou em irritação. Odiava quando ela fazia essas coisas. Desperdiçava palavras e não chegava ao ponto.

— É bom e ruim. Quero dizer, e se ela estiver fazendo tudo isso para voltar com o Christopher? — Fechou as mãos em punho, suas unhas penetravam a carne a ponto de machucar. Mas ela não estava se importando com isso.

— Você acha que o Christopher faria isso por um rim? — Sentou-se ao lado dela.

— Não pelo rim, pela Jade. — Suspirou. — Eu não sei. Talvez ele se sinta grato de alguma forma e ache que precisa agradecer.

— Pessoas normais dizem obrigado.

— Belinda! — Seu tom era de represália. — Nós estávamos tão perto. — Seu coração apertou ao imagina-lo voltando aos braços da esposa.

— Perto de quê? De matarem um ao outro? O cara estava te tratando como uma qualquer. E não venha me negar isso porque eu achei uma das gravatas dele no seu apartamento. —  Indagou. Não possuía uma das melhores visões sobre Christopher. Entendia e tentava ao máximo compreender o drama de pai solteiro que ele carregava. Mas odiava a forma com a qual ele lidava com Dulce e queria comentar isso, aconselha-la. Porém, com toda essa coisa da menina no hospital, não era ético de sua parte fazer comentários desse tipo.

— Nós dois, somos-

— Destrutivos. — Completou.

— Belinda esse não é o ponto. — Seus olhos reviram em órbita. Não queria ouvir o contraponto da amiga, não queria de certa forma aceitar algumas de suas verdades.

— E qual é o ponto, então? — Questionou. — Tudo que eu vejo é você com medo de que ele volte para a esposa, por ela salvar a vida da filha de vocês. Se essa desconfiança existe Dulce, você acha mesmo que esse cara vale a pena?

— Ele é o amor da minha vida.

— E do que vai adiantar se tudo que ele fizer for bagunçar toda a sua vida?  — Exprimiu sem sequer desviar o olhar. E ela sabia que havia colocado mais um ponto de interrogação na mente da amiga. — Ele te fere não é verdade?

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