41- Fim da linha

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— Papai. — Luna o chamou cautelosa. O quarto do pai estava parcialmente escuro, o dono, estava largado numa poltrona na penumbra.

Já fazia mais de três semanas, que ele estava naquele breu. Desde então as moringas de whisky sumiram gradativamente. Assim como Christopher.

— O que é? — O tom grosseiro, a voz rouca, denunciaram que o estado de embriaguez estava forte.

— Se o senhor pretende continuar aqui. Precisa assinar os papéis que tornam a vovó responsável pela Jade no hospital. — Murmurou.

— Eu vou levar a Jade para a hemodiálise. — Levantou cambaleante, mas tudo que conseguiu foi tropeçar até a cama.

— Foi ontem, a diálise, foi ontem. — Ela engoliu o choro. Não suportava mais aquela situação.

A semanas atrás, seu pai chegará em casa tarde da noite, completamente louco. Seu carro atravessara o jardim em fúria antes de bater na casa da piscina. Ele não sofreu nada, mas quando saiu do veículo dizia coisas sem nexo e a bebida estava impregnada nas suas roupas, no seu hálito, nos seus olhos.

No outro dia, quando Anahí viera contestar o divórcio. Alegando que não assinaria papéis alguns. Ele enlouqueceu, gritou barbaridades e por muito pouco não agrediu a moça. Que prometeu voltar e não deixar o casamento acabar.

Naquele mesmo dia mais cedo, Jade sairá do hospital e ele não havia ido busca-la. Desde então toda responsabilidade da casa e com os trigêmeos tem ido para Alexandra. Que já não sabia mais o que fazer com toda aquela manada de problemas. Ian se prontificou a cuidar das empresas. Até que a fossa de Christopher cessasse, mas ao que parece, este não tem feito esforço algum para sair da embriaguez.

— Por que está fazendo isso consigo mesmo? Conosco? Não acha que já chega de beber? Isso não vai mudar em nada. Ela não vai mudar por nós. Achei que isso já tivesse ficado claro para você. — Luna, disse firme. Era óbvio que tudo aquilo tinha haver com Dulce. Havia somente uma pessoa que poderia levá-lo a ruína para qual ele estava caminhando. E não era novidade que essa pessoa era ela.

— Aquela mulher, acaba comigo, dia após dia. A cada noite que sonho com ela. — Sua voz estava embolada, e ele parecia rir. Rir sua própria desgraça. — Mas veja só, talvez o culpado de tudo seja eu.

— Pai-

Dex-Deixe-me term-terminar.E agora ele parecia estar soluçando. — Eu devia ter escolhido ela. Em toda minha vida, eu deveria ter escolhido ela. Mas não, eu tive quer bancar o herói, eu tive que escolher você e seus irmãos. Sempre vocês!

— Não! Não faz isso, por favor. — Luna fechou os olhos, tentando esquecer as palavras imundas que aquele ser embriagado preso ao corpo de seu país acabará de lhe dizer. Foi andando de costas, só querendo sair dali, até que trombou com algo sólido.

— Luna, você precisa entender que é a bebida falando. Papai jamais diria isso. Por favor, me escute — Henrique lhe agarrou os ombros.

— Papai Há-Há-Há. Papai é um idiota, sempre um idiota. — O sujeito bêbado dentro do quarto gritou chafurdando em ironia.

— Me-Me tira da-daqui. Por favor. — Pediu agarrando-se ao irmão.

Com uma mão Henrique lhe abraçou e com a outra fechou a porta do quarto. Deixando o ser desprezível sozinho novamente.

— Vem, vamos comer alguma coisa. Você não esteva no jantar hoje. — Disse a ela, em tom carinhoso.

— Eu não quero mais que ele fique assim. Henry, tá doendo. — Fungou.

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