43- O Passado vem a tona

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— Como não sou compatível? Eu sou a mãe dela! — Dulce ficou de pé, caminhando nervosa pela sala da médica. Seu celular tocou e novamente ela desligou a chamada. Já fazia meia hora que o aparelho não parava de chamar.

— Você é? — O Dr.Herrera a encarou estupefato. Desde que a viu a um tempo atrás havia pesquisado tudo sobre a mulher pela qual ficou interessado. Recordava de várias entrevistas ela afirmar que não tinha filhos, e que não tinha pretensão de ter.

— É uma longa história. — Sorriu fraco e bufou, quando o celular tocou mais uma vez.

— Doutora, como isso é possível? Nós somos os pais dela. Um de nós devia poder doar.

— Veja bem. Vocês dois tem o tipo sanguíneo, A positivo, pais com A positivo podem gerar filhos O negativo. É o que acontece com a Jade e obviamente com os irmãos dela. Ela poderia doar para vocês, mas você não podem doar para ela.

Christopher suspirou e recostou-se na cadeira. Completamente desolado.

— E agora? — Dulce virou-se pra ele, sentando-se novamente. Mais uma vez sendo interrompida pelo celular.

— Será que da pra você se livrar dessa porcaria de celular!? —Ele exaltou-se.

— Senhor Uckermann, vamos manter a calma. Os irmãos dela, nós podemos fazer exames com eles. Se forem saudáveis podem doar um rim pra Jade.

— A Jade me disse que não quer que um dos irmãos passe por isso. — Contou, Dulce.

— Ela disse? — Christopher a encarou. E ela assentiu. — Ela não pode decidir isso.

— Você acha que ela vai viver bem, sabendo que está viva com um órgão de um dos irmãos? Ela não quer, Christopher. Temos que respeitar isso. — Dulce Impôs.

— O que você quer? Não tens direitos de decidir por eles.

— Então nós vamos brigar. Porque nos meus filhos você não toca, não pra isso.

— Senhores, acalmem-se por favor. Se não é da vontade da Jade, então teremos que respeitar. — Aconselhou.

— E o que faremos agora? — Christopher perguntou em desalento.

— Podemos submeter a Jade a uma cirurgia para a retirada do tumor. Contudo, nada poderemos fazer pelos rins, e é bem provável que o tumor volte a aparecer.

— A senhora está querendo dizer que devemos cruzar os braços e esperar que ela morra? — Levantou-se atordoado.

— Christopher não tô dizendo isso. É só que chegamos a um ponto em que essa escolha não está em nossas mãos.  — A doutora interveio. Estava extremamente envolvida naquele caso, quebrando éticas do seu trabalho.

— E está nas mãos de quem!? Como vou olhar pra minha filha e dizer que não posso fazer nada para salvá-la? Como vou olhar prós irmãos dela e dizer que a Jade vai morrer? Mas mãos de quem eu jogo essa responsabilidade!? — Gritou andando pela sala. — Eu não aguento mais! — Saiu, batendo a porta com força.

A doutora o seguiu, apressada temendo que ele fizesse algo que o prejudicasse dentro do hospital.

Dulce permaneceu sentada, somente assimilando tudo que foi dito. Achou, que estivesse sozinha, até ouvir um pigarro. Ah sim, o Dr.Herrera estava lá.

— Não há nada na mídia sobre você ser mãe. — Afirmou caminhando até a  borda da mesa.

— Como eu disse, é uma longa história. — Repetiu.

Frutos Por Trás Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora