— Como não sou compatível? Eu sou a mãe dela! — Dulce ficou de pé, caminhando nervosa pela sala da médica. Seu celular tocou e novamente ela desligou a chamada. Já fazia meia hora que o aparelho não parava de chamar.
— Você é? — O Dr.Herrera a encarou estupefato. Desde que a viu a um tempo atrás havia pesquisado tudo sobre a mulher pela qual ficou interessado. Recordava de várias entrevistas ela afirmar que não tinha filhos, e que não tinha pretensão de ter.
— É uma longa história. — Sorriu fraco e bufou, quando o celular tocou mais uma vez.
— Doutora, como isso é possível? Nós somos os pais dela. Um de nós devia poder doar.
— Veja bem. Vocês dois tem o tipo sanguíneo, A positivo, pais com A positivo podem gerar filhos O negativo. É o que acontece com a Jade e obviamente com os irmãos dela. Ela poderia doar para vocês, mas você não podem doar para ela.
Christopher suspirou e recostou-se na cadeira. Completamente desolado.
— E agora? — Dulce virou-se pra ele, sentando-se novamente. Mais uma vez sendo interrompida pelo celular.
— Será que da pra você se livrar dessa porcaria de celular!? —Ele exaltou-se.
— Senhor Uckermann, vamos manter a calma. Os irmãos dela, nós podemos fazer exames com eles. Se forem saudáveis podem doar um rim pra Jade.
— A Jade me disse que não quer que um dos irmãos passe por isso. — Contou, Dulce.
— Ela disse? — Christopher a encarou. E ela assentiu. — Ela não pode decidir isso.
— Você acha que ela vai viver bem, sabendo que está viva com um órgão de um dos irmãos? Ela não quer, Christopher. Temos que respeitar isso. — Dulce Impôs.
— O que você quer? Não tens direitos de decidir por eles.
— Então nós vamos brigar. Porque nos meus filhos você não toca, não pra isso.
— Senhores, acalmem-se por favor. Se não é da vontade da Jade, então teremos que respeitar. — Aconselhou.
— E o que faremos agora? — Christopher perguntou em desalento.
— Podemos submeter a Jade a uma cirurgia para a retirada do tumor. Contudo, nada poderemos fazer pelos rins, e é bem provável que o tumor volte a aparecer.
— A senhora está querendo dizer que devemos cruzar os braços e esperar que ela morra? — Levantou-se atordoado.
— Christopher não tô dizendo isso. É só que chegamos a um ponto em que essa escolha não está em nossas mãos. — A doutora interveio. Estava extremamente envolvida naquele caso, quebrando éticas do seu trabalho.
— E está nas mãos de quem!? Como vou olhar pra minha filha e dizer que não posso fazer nada para salvá-la? Como vou olhar prós irmãos dela e dizer que a Jade vai morrer? Mas mãos de quem eu jogo essa responsabilidade!? — Gritou andando pela sala. — Eu não aguento mais! — Saiu, batendo a porta com força.
A doutora o seguiu, apressada temendo que ele fizesse algo que o prejudicasse dentro do hospital.
Dulce permaneceu sentada, somente assimilando tudo que foi dito. Achou, que estivesse sozinha, até ouvir um pigarro. Ah sim, o Dr.Herrera estava lá.
— Não há nada na mídia sobre você ser mãe. — Afirmou caminhando até a borda da mesa.
— Como eu disse, é uma longa história. — Repetiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Frutos Por Trás Da Fama
FanficO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...