11- Não te interessa

3.3K 247 60
                                    

-Como são tolos - Luna suspirou dando as costas a gritaria que só aumentava na frente do hotel.

- Dá pra acreditar? Ela está aqui, em algum lugar desse hotel -Henrique murmurou.

-Idaí? Já fiquei cara a cara com ela. E me parece mais arrogante pessoalmente - Retrucou.

-Que tal pararem de falar mal da mãe de vocês e desfazerem as malas? -Alexandra interrompeu o momento bombardeio a Dulce.

-Ela não é nossa mãe -Virou-se para a vó- É a reprodutora. -Luna rolou os olhos- Não quero desfazer as malas. Não quero nem estar aqui.

-Papai vai demorar? -Henry suspirou.

-Provavelmente -Jade enrolou uma mecha de cabelo nos dedos.

-Então porque não vão dá uma volta pelo hotel? Parem de reclamar ao menos um minuto. Vocês sabem como Christopher fica quando sente que não agradou vocês.

-Tudo bem -Jade suspirou- Vou rodar por ai. Luna você vem?

-Não. Vou desfazer as malas. -Sorriu para avó.

***

Blanca acomodou-se sob uma das árvores da extensa área verde do hotel. Ali a gritaria não era tanta. Era difícil acreditar que todas aquelas pessoas estavam ali por sua filha. O sonho da sua menina que ela sempre empenhou-se em realizar. Mas agora, doía tanto saber que para que estivessem ali, ela incentivou a filha a abandonar os próprios filhos. Não iria negar, sentia repulsa de sí mesma, por apoiar toda aquela fuga, e antes disso, de sugerir que a filha abortasse. Que tipo de avó ela teria sido para seus netos?

Esses pensamentos sempre estavam com ela. Desde que a ideia de realmente ser avó pareceu tão linda tanto para ela quanto para Fernando. Isso a uns sete anos atrás, desde então ela vem remoendo ódio por si mesma, nojo de sua própria pessoa. Ela era uma máscara, totalmente amargurada e arrependida.

E agora? Como estariam seus netos. Aquele bebês tão fofos que ela tanto amaldiçoou. Merecia castigo, e sabia disso. Ela nunca seria feliz, enquanto carregasse consigo a culpa do abandono dos trigêmeos.

Suspirando ela limpou a lagrima, uma das tantas que ela liberava toda vez que pensava no assunto. Teria ela perdão?

Saiu de seus devaneios quando alguém tropeçou em seu pé e caiu.

-Perdóname (Me perdoe) -Murmurou a garota levantando-se rapidamente. Ela estava corada.

-Está bem? Se machucou? -Perguntou com um português forçado.

-Estoy bien (Estou bem) -Sorriu- Perdóname, yo estaba distraída. (Me perdoe, eu estava distraída)

-Não é brasileira? -Perguntou em espanhol.

-Não, sou mexicana. E não sei falar nada em português. Mas compreendo bem. E você?

-Que coincidência. Sou Mexicana também. -Blanca sorriu terna- Tem certeza que esta bem?

-Sim, foi uma quedinha de nada. Me perdoe mais uma vez. Eu estava perdida em pensamentos, acabei não olhando por onde andava.

-Normal. Como se chama?

-Jade. E você?

-Blanca. -Jade fez uma careta com a pronuncia do nome- Fiz algo errado?

Frutos Por Trás Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora