77- Catarina Gattai

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— Dulce só queria dizer que existem pessoas que trabalham. — A moça reclamou para a morena quando esta tomou assento no restaurante discreto e pouco movimentado.

— Pessoas como você trabalham porque pessoas como eu existem. — Deu de ombros ignorando a reclamação. Ela estava somente alguns minutos atrasada, nada alarmante, nada que valesse o drama.

— Aí esses famosos que se acham donos do mundo. — Revirou os olhos recebendo uma mirada nada sugestiva da amiga.

— Já acabou a palhaçada? — Arqueou uma sombrancelha.

— Sabe que eu não dispenso um drama. — Sorriu dando-se por vencida.

— Você não seria Anahí se o drama não viesse junto.

— Por que eu tô aqui?

— Podia ser um "nossa que saudades"

— Nos vimos semana passada. — Lembrou.

— Jesus, eu estava muito bêbada. — Parte daquela noitada era um borrão em sua mente. Mas ela não se importou, a informação necessária havia ficado em sua memória.

— Querida você bebe uma dose de tequila antes de subir no palco, novidade é você estar sóbria. — Deu de ombros mastigando qualquer que fosse o aperitivo que tinha na mesa.

Dulce não soube dizer em que momento da sua vida ela decidiu que a ex madrasta de seus filhos era sua companhia ideal de copo. Mas sabia que de alguma forma ela e Anahí acabaram bem próximas e havia algo reconfortante nisso, era bom não ter seus laços de amizades restringidos somente a Belinda.

Ela descobriu que Anahí não era tão ruim quando não estava apaixonada por Christopher.

— Preciso de um mega favor. — Sua voz oscilou.

— Dulce eu já doei um rim pra sua filha. Dramatizou.

— Esse favor não vai te custar nenhum órgão. E não fez mais que sua obrigação. — Deu de ombros.

— Fala de uma vez. — Anahí a encarou por cima da sua taça de vinho.

Era pra lá estranho estar na mesa de um restaurante desfrutando de algum tempo com aquela mulher. Às vezes nem ela acreditava na espécie de proximidade que elas criaram nesses dois anos.

— Sei que está saindo com o Dr.Herrera-

— Que dia foi isso? — As bochechas da mulher assumiram a tonalidade vermelha.

— Eu estava bêbada não surda. — Revirou os olhos.

— Esse você não vai roubar de mim. — O tom de sua voz parecia sério. Mas Dulce estava ciente de que não passava de uma falsa crítica.

Além do mais, ela nunca roubou Christopher de Anahí ele sempre fôra dela.

— Oh, cale a boca. — Atirou um guardanapo na direção dela. — Você acha que ele conseguiria descobrir que tipo de remédio é esse? — Da sua bolsa tirou um vidrinho com algumas das pílulas de Christopher, que acreditava ser Dominic, ah que confusão dos diabos eles se meteram.

Um brinde ao destino e seu nado convencional senso de humor.

— Boa coisa não é. — A mulher analisou o conteúdo do frasco, parecia reluzir em um tom diferente de azul. Não precisava ser formada em medicina para saber que não era um bom sinal. — De quem são?

— Isso eu não posso dizer.

— O caralho! Dulce se você tá se envolvendo com drogas eu-

— Que drogas mulher? Está louca? A pessoa que toma essas pílulas acha que são pra enxaqueca. — Suspirou.

Frutos Por Trás Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora