42- Aceitação

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— Merda! — Christopher praguejou levando as mãos a cabeça. Só agora notara a intravenosa ligada ao seu corpo. Que diabos era aquilo? pensou.

— Não se mexa, o soro está quase acabando. — Alertou Alexandra.

Christopher obedeceu, mas fez esforço pra se sentar.

— O que aconteceu?

— Você desmaiou. Com a quantidade de álcool que tinha no teu corpo, é um milagre  que não esteja em coma alcoólico. — Disse ríspida.

Christopher ignorou seu tom. Tentando lembrar-se do que acontecera.

— A minha filha, a minha menininha tem câncer. — Sussurrou.

— Filho, vai ser um momento difícil pra todos nós. Nem eu e nem você fomos compatíveis com a Jade. Se ela conseguisse ao menos um dos rins, poderia ser monitorada até conseguir outro. Você sabe quem pode ser compatível.

— Eu não vou atrás daquela mulher.

— Christopher, isso não é mais sobre vocês dois. Pelo amor de Deus, vocês tem filhos. Já passou da hora de amadurecer e aceitar isso. Ela precisa ajudar a Jade.

— Mãe-

— Christopher, se você não for atrás da Dulce, a sua filha pode morrer. — Levantou-se ficando cara a cara com o filho — E mesmo que ela não possa ajudar da forma que a Jade precisa. Ela tem que estar presente sim, porque foi ela que pôs aqueles três no mundo. — Cruzou os braços de forma imponente — Independente ser precocemente ou não. Já passou da hora de arcar com as obrigações dela. Então, ou você vai atrás dela e faz do seu jeito. Ou eu vou, e vou fazer do jeito que eu sei.  — Ameaçou.

— Não estou pronto pra isso. Não pra ir atrás dela de novo, quando a menos de um mês ela me expulsou novamente da vida dela.

— A Jade não tem tempo para o drama pessoal de vocês. Não são mais adolescentes. Três vidas dependem de vocês, mesmo que ela não queira assumir. Eles são filhos dela.

— A Blanca e o Fernando-

— Já estiveram aqui e não deu certo. Pedi para que fossem a nossa casa ficar com a  Luna e o Henry.

— Inferno! — Praguejou.

— Christopher você precisa ir. — Pediu.

— Pra onde? — Questionou.

— Ela está no aeroporto, vai viajar em turnê. Você tem que fazê-la ficar.

***

— Eu não aguento mais esperar. Quantos voos já foram cancelados mesmo? — Largou-se no banco da sala privada. Onde a gritaria dos fãs não chegava até ela.

— Dulce, deu um trabalhão mudar as passagens pra tão em cima da hora. É o tempo, se você quiser entrar na porra de um avião que vai enfrentar uma tempestade e possivelmente cair. Que vá sozinha. Além do mais, são só cinco da manhã. — Belinda respondeu rolando os olhos. Estava longe de concordar com a loucura da amiga.

Dulce fechou os olhos e encostou-se na parede. O pressentimento ruim ainda lhe consumia. E negava para si que estava preocupada com Jade.

— Você está sentindo aquilo de novo, não é? — Questionou Belinda. Ela permaneceu calada. — Dulce, olha se você quiser ficar, nós-

Foi interrompida pelos auto falantes que anunciaram o voo.

— Não. Nós vamos.

Gritaria, e muita gente, os seguranças faziam esforço para afastar a todos. Dulce distribuía sorrisos e beijos, enquanto caminhava para fora da sala.

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