"Faz dois anos que você se foi, e não eu ainda não me acostumei. É estranho, pois sobrevivi por catorze anos sem você e agora... Acordar já não é uma tarefa tão fácil.
Falando em acordar, qual o problema da Luna? Só essa semana ela quebrou oito despertadores. E ontem ela dormiu quinze horas seguidas, não tô brincando, achei que ela estava morta. O que diabos você fez com essa menina? Sei que se estivesse aqui você diria que essa mania foi herdada de mim, eu provavelmente bateria em você e então você iria sorrir e me beijar... Queria que estivesse aqui...— Mãe, o café tá pronto. E o Henry ainda não levantou! — Jade gritou da porta.
[...] Viu só? O dever me chama. Sei que assim que sair desse quarto o dia irá começar, brigas, escola, gravação, estúdio, briga por telefone, jantar, mais brigas, controle da hora de dormir. Porém, toda essa bagunça e energia que nossos filhos emanam, tem sido o meu motor, tem sido o que me mantém viva. Então, obrigada por ter cuidado tão bem deles. Eu não vou te decepcionar, meu amor. Mais um dia sem você, mais um dia para sobreviver.
— Te amo para sempre
DM"— MÃE!
— Eu já tô indo! — Gritou de volta. — Bom dia pra você também. — Ela ajeitou a bolsa nos ombros.
— Posso-
— Não. — Dulce respondeu caminhando pelo corredor com a filha em seu encalço.
— Mas você nem sabe o que eu vou pedir.
— Vai pedir pra faltar a aula. E a minha resposta é não. — Bateu na porta de Henrique. — Eu tô dando cinco minutos pra você descer e de uniforme. Não vai querer me ver estressada hoje. — Disse em tom mais alto, certificando-se de que ele tenha ouvido e voltou a fazer seu caminho até a sala de jantar, com Jade a seguindo
— Mãe...
— Tá sentindo dor? — Virou-se para ela.
— Não.
— Tá machucada?
— Não.
— Existe algum compromisso agora pela manhã que você não pode adiar?
— Não. — Disse óbvia.
— Então você não pode faltar a aula. — Concluiu voltando a caminhar.
— Chata. — Resmungou.
— Eu ouvi. Vai dormir dez minutos mais cedo.
— o quê? Tá louca? — Praticamente gritou.
— Quinze minutos mais cedo.
— Mãe, eu tenho dezesseis anos!
— Eu trinta e dois, e sou a sua mãe. — Respondeu quando entrou na sala. Seus pais estavam a postos, e Luna entrou em seguida. — O que é isso no seu uniforme?
— É pano? — A encarou óbvia.
— Não, é a falta dele. — Alertou. — Por que fez isso?
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Frutos Por Trás Da Fama
FanfictionO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...